Capítulo 05 - Marinette

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  "Acredite em si próprio e chegará um dia em que os outros não terão outra escolha senão acreditar em você."

- Cynthia Kersey.


- Nino? Onde está Alya? – Pergunto após me aproximar. – Eu precisava...

- Pior jeito de contar para ela, definitivamente. – Ele cruza os braços. – Por que não contou?

- Eu... Esqueci tá? Não me culpe! Nem eu sei direito o que estou fazendo. – Sussurro. – Onde ela está?

- Na varanda, provavelmente. – Respondeu. – Eu vou indo, parabéns.

- Espera! – Pego sua mão. – Vocês...

- Ela está noiva, Marinette. Não invente coisas. – Revirou os olhos.

- Não... – Ele me interrompeu com um murmúrio.

- Estou indo. – Se virou e sumiu pela multidão.

O vi desaparecer e suspirei, abraçando meu corpo. Sentia-me tão insegura ultimamente, principalmente indecisa em relação as minhas decisões. Não sabia o que era certo a esse ponto. Resolvi parar de me preocupar com isso no momento e focar a atenção na minha melhor amiga que estava à minha espera. Abri a porta dos fundos, dando de frente com uma enorme varanda em forma de L que percorria a metade da casa. Alya estava apoiada numa das colunas, olhando para a noite que caía. Aproximei-me e coloquei a mão em seu ombro.

- Me desculpa. Eu sei que precisava ter contado antes pra você, só não sabia como. Você sempre me ajudou a conquistar o Adrien...

- Amiga, o problema não foi esse. Eu te amo e você sabe que mesmo que eu não apoie isso, eu sempre vou estar do seu lado. Mesmo achando que você não ama o Nathanaël e só está com ele por que acha que é o certo, o que na verdade não é e novamente você está ignorando seu coração, não significa que eu vou ficar contra você! – Ela se virou e me abraçou. – Só quero que faça o certo. Escute seu coração Mari!

- Eu tentei. – Sussurro. Sinto uma dor no peito a cada vez que arriscava falar uma palavra. – Eu tentei escutá-lo, mas não deu certo. Eu não consigo.

- Você consegue! Você é forte. Sofreu coisas que eu não fui capaz de aguentar. Seu mundo ameaçou desabar milhões de vezes e você segurou-o nas costas como uma guerreira. Já quase morreu pelo seu amor e sempre lutou por ele. Eu entendo que você talvez esteja cansada de lutar por ele, mas talvez isso seja só o começo.

- Eu já aguentei coisas demais pelo Adrien. Se pudesse, se conseguisse, apagaria ele da minha vida.

- Mas não é isso o que você quer. – Ela me aninhou em seus braços.

- Eu sei! Detesto-me por isso! – Retruco desesperada. – O que eu faço?

- Seu coração... – Sussurrou e colocou a mão no meu peito, próximo ao coração. -... Sempre sabe o que fazer.

- Mas... – Sussurro.

- Vamos, estamos perdendo a festa. – Sorriu. – Nino já foi?

- Sim.

- Oh, que pena. Ok, vamos beber! – Ela me puxou para dentro de novo.

Alya sumiu depois de alguns minutos. Caminhei pela casa em busca de algo para fazer enquanto via os convidados se aproximarem para falar comigo. Alguns acenavam, outros sorriam e outros vinham falar diretamente comigo. Ao que parece, eles estavam se divertindo mais que eu à custa dos meus pais. Suspiro e me viro, vejo minha mãe próxima à pista de dança. Aproximo-me e coloco uma cadeira ao lado dela, seus olhos me encaravam cheios de preocupação.

- Marinette, querida. Vá se deitar, está cansada. – Disse minha mãe acariciando meus cabelos. Tombei a cabeça em seu ombro enquanto via as pessoas se moverem silenciosamente pela pista de dança. – Meu amor? Está tudo bem? Marinette?!

- Calma mãe. Estou com dor de cabeça. – Sussurro e passo a mão no rosto com cuidado para não borrar a maquiagem.

- Seria uma boa hora para te dizer que Adrien, antes de ir embora, deixou algo para você? – Perguntou hesitante.

- O que? Sério? Mas... Pensei que ele nunca mais quisesse ver a minha cara depois do que Nathanaël me fez passar. – Suspiro deixando a franja cair em meu rosto.

- Sim. Ele disse pra você, se por acaso se interessar a ter um emprego, ligar para ele. Disse que as portas sempre estarão abertas para você. – Disse e me entregou um cartão com a letra de Adrien. Cuidadosamente escrita, todos os números.

- Tudo bem. Obrigada. Vou subir trocar de roupa e cair na cama. Se precisar de ajuda não me acorde. – Digo e me afasto, subindo as escadas lentamente enquanto amarrava meu cabelo em um coque desajeitado.

Andei pelo pequeno corredor em busca do meu quarto. Abri a porta e tirei meus sapatos, minha roupa e coloquei meu pijama desajeitadamente. Deitei na cama e fechei os olhos.

Estava escuro, silencioso. Eu tinha medo de algo que eu não podia ver. Ouvi distante "Precisamos de você", foi quando toda aquela escuridão se foi, transformando-se em uma paisagem da Europa. No topo de um prédio uma menina com roupa vermelha com bolinhas era visível. Ladybug?! Na Europa?! Eu via aquilo como um filme. Chat Noir era um menino de cabelos castanhos claros e olhos verdes. Ladybug, uma menina de 15 anos com lindos cabelos loiros e olhos negros. Eles faziam o que eu costumava fazer. A diferença é que eles eram apaixonados um pelo outro. Era visível pelos seus gestos. Rapidamente, de relance, vi uma imagem. Ladybug caindo de um prédio enorme e, ao entrar em contato com o chão, desmaiar. Chat Noir rapidamente foi a sua ajuda e tentou salva-lá de todos os jeitos possíveis. Porém era impossível. Ela tinha morrido...

Apareceram os brincos da ladybug, lá naquele mesmo lugar, escondidos entre as brechas do asfalto. Escondidos do mundo... Escondido das pessoas que poderiam coloca-los em risco. Que poderia colocar a vida de milhões de pessoas em perigo.

Acordei em gritaria. Era madrugada e... Foi tudo um sonho, afinal de contas. Olhei para o lado e vi Nathanaël dormindo calmamente ao meu lado. Levantei-me e vi de relance o cartão que Adrien tinha me dado, o peguei e desci as escadas na direção da cozinha e peguei um copo de água. Busquei meu telefone em cima da mesa e disquei o número do Adrien. Chamou algumas vezes até ele atender, com sua voz sonolenta e... Tão linda.

- Marinette? – Sussurrou.

- Adrien. Desculpa... Te acordar... – Sussurrei e coloquei um cacho do meu cabelo atrás da orelha. – Precisava conversar. Aquele cartão que entregou para minha mãe? Então, eu aceito trabalhar com você. 

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