Capítulo 07 - Marinette

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Eu sei que demorei e peço mil desculpas, estava com um bloqueio criativo horrível diante desse livro. Acho que estou perdendo a vontade de continua-lo, mas mesmo assim, vou cumprir com meu dever e termina-lo, mesmo que seja breve. Desculpem!

~Lay. 

  "O futuro é construído pelas nossas decisões diárias, inconstantes e mutáveis, e cada evento influencia todos os outros."

- Alvin Toffler.

- Nathanaël... – Comecei, porém fui interrompida por sua voz elevada.

- Como ousa aceitar sem me consultar? – Ele levantou da cadeira, limpando a boca com um guardanapo. – Com licença. Preciso ir para casa.

- Nath, meus pais! – Murmurei.

- Desculpem Senhor e Senhora Dupain-Cheng, porém preciso ir. Devem estar precisando de mim no trabalho. – Nathanaël os cumprimentou com um breve movimento de cabeça e saiu da sala de jantar.

- Nath. – Chamei-o. – Olhe-me!

- O que foi? – Ele se virou, seus olhos transbordando de raiva.

- Eu precisava de um emprego. E lá eu receberia bem, poderia comprar uma casa para nós dois. Não entende? Eu não sinto mais nada pelo Adrien. Acredite em mim. – Murmuro com dificuldade. Não aguentaria perdê-lo como perdi o Adrien há anos atrás.

Uma garota perdidamente apaixonada vê seu sonho sumir por cinco anos, depois misteriosamente volta trazendo consigo os sentimentos mistos e confusos de anos atrás. Mas eu cresci. Tenho o direito de saber sobre mim mesma.

- Não posso acreditar em você. Sei que sente algo por ele, sei que está confusa. Conheço-te bem o suficiente para saber isso e outras coisas, mas não deixarei que ele tire de você de mim. – Ele sussurrou balançando a cabeça. – Tudo bem. Eu irei te ligar. Preciso pensar.

- Mas... – Sussurro estendendo a mão em direção à porta, que rapidamente se fecha.

Minha mãe se aproxima, colocando a mão em meu ombro transmitindo conforto. Viro-me a abraço, buscando aquele sentido maternal que toda mãe tem.

- O que eu fiz de errado? - Murmuro, segurando as lágrimas que ameaçavam a cair.

- Talvez o erro não seja você, e sim sua decisão. Não digo em relação ao trabalho filha. - Murmurou acariciando meus cabelos.

- Como assim? - Murmuro.

- Você já o amou? - Murmurou, beijando minha cabeça. - Quando se ama, mesmo em qualquer circunstância, se aceita.

Reparei em suas palavras, uma por uma, todas sábias. Elas descreviam o que eu deveria sentir por ele, mas não sinto. Meu coração bate mais rápido quando, em minha mente, aparece a imagem de Adrien parado em pé no jardim da minha casa dias antes. Nathanaël talvez não signifique nada em meu coração.

Eu só tentei enganar a mim mesma todos esses anos.

- Mamãe, o que eu faço? - Murmuro. - Estou com medo.

- Você tem medo de mudanças, Mari. - Ela riu fraco. - Eu entendo. Mas aconselho a seguir em frente. O tempo é o melhor remédio. Não sou eu que vou abrir seus olhos, filha. Só você pode fazer isso.

→●←

No dia seguinte, segunda feira, acordei disposta para trabalhar em uma área nova com pessoas e opiniões diferentes. Sempre tive tolerância com esse tipo de coisa e posso dizer que será uma aventura.

Levantei, me arrumei e ajeitei o cabelo. Fiquei em dúvida sobre a roupa e minha mãe me ajudou a escolher, sempre com a maior paciência do mundo.

- Mãe, o café... - Murmurei descendo as escadas.

Arregalei os olhos quando ela colocou uma xícara de café morno em minha mão e na outra um pacote de biscoitos salgados.

- Te amo. - Ela deu um beijo na minha testa e me deu a chave do carro.

- Ok... Também te amo. - Sorri estranhando seu comportamento.

Andei até o carro e entrei, bebendo o café calmamente enquanto comia alguns biscoitos no caminho. No fundo estava nervosa, mas nunca me senti tão bem em começar algo meu.

Parei o carro no estacionamento da empresa e desci, jogando as embalagens de café e do biscoito na lixeira.

Foi uma surpresa quando olhei para cima e me deparei com um enorme prédio, espelhado e todo bem construído. No térreo ficava a recepção, onde fui muito mal recebida pela secretária.

- Da licença que eu tenho que trabalhar. - Diz ela, virando-se e me ignorando.

Revirei os olhos e subi direto. Parei em frente ao uma porta de vidro e a empurrei, mas ela não abria. Dizia: "Direção".

- Você precisa do cartão. - Ouvi a voz atrás de mim, aproximando-se.

- A secretária... Não consegui falar com ela. - Murmuro virando-me e dando de cara com aqueles olhos verdes que fizeram minhas pernas bambearem.

- Ela estava ocupada no telefone de novo com assuntos pessoais? - Adrien revirou os olhos, o que me fez suspirar.

Ele estava tão belo e com um ar casual naquele terno preto e um pouco justo.

- Ela me ignorou totalmente. - Digo juntando a bolsa contra o corpo.

- Desculpe. Vou falar com ela. - Ele me deu um cartão e sorriu, aquele sorriso que desde tempos eu me perdia entre memórias e sonhos.

- N-Não precisa! - Digo apressadamente, balançando a cabeça de leve.

- Tudo bem, sério. - Ele pega o cartão e passa no validador, logo em seguida a porta é aberta. - Vou guia lá até sua sala.

- Obrigada pela proposta, Adrien. - Digo sincera, sorrindo.

Não estava com vergonha. Ele, mais uma vez e sem perceber, me ajudou a dar mais um passo decisivo em minha vida. Desde tempos, ele me ajuda a andar, passo a passo, até hoje.

- Sempre que eu puder, vou ajudar. - Ele sorri e coloca a mão em meu ombro. Suspiro, a baixando o olhar.

Ele mal sabia que já me ajudava a tanto tempo.

- Obrigada. - Sorrio abertamente, seguindo-o pelo corredor.

- Todas as salas têm portas de madeira à prova de som e só são abertas com os cartões dos seus respectivos sonos. Meu cartão, já que sou o diretor, pode acessar qualquer porta aqui dentro. - Explicou ele, virando-se na penúltima porta do corredor.

- Sua sala. Minha sala fica no andar de cima, a principal. - Ele passou o cartão e a abriu, afastando-se para me dar liberdade ao passar. - Precisa de alguma coisa?

- O que eu faço? - Pergunto confusa.

- No começo, você vai ficar com a parte de administração da empresa. Aos poucos eu aumento sua posição, a partir de seus sucessos. A lista de coisas que você tem de fazer hoje está em cima da sua mesa. Boa sorte. - Ele sorri e sai da sala, deixando-me perdidamente confusa.

Adrien não parecia o mesmo na empresa, e nem comigo. Ele amadureceu. Ele ficou... Mais...

Tentador e misterioso.

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