It hurts

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Ivana
Andei em meio às paredes decoradas com figuras, esperando a tatuadora aparecer. Cada uma mais elaborada que a outra. Eram poucas aquelas que eu realmente gostava e marcava na cabeça como um lembrete para fazer em outra ocasião.

— Tudo pronto. Vamos? - a mulher de, no máximo, 25 anos perguntou, saindo de uma salinha. Seus cabelos eram de um preto brilhoso, que quase parecia azul escuro, e estavam presos num rabo de cavalo alto.

— Com certeza.

Ela me mostrou algumas versões do meu pedido e eu escolhi a mais simples. Não queria que fosse muito elaborado. Não precisava ser.

Sentei na cadeira de couro, estiquei meu braço direito e ela começou a conversar comigo para aliviar minha tensão.

Depois de algum tempo, onde eu mais imaginei a dor do que realmente a senti, ela falou:

— Pronto.

Ela entregou um espelho de mão e perguntou:

— O que achou?

— Eu amei. Está perfeito! - respondi.

Paguei a tatuadora e senti meu celular vibrando no bolso da saia, enquanto me dirigia até o carro branco reluzente.

-Ligação-

Eu: Alô?

Alice: Ivana, eu acho melhor você voltar agora para escola.

Eu: Alice? O que? Como assim?

Alice: É sério Ivana. Volta agora.

Eu: Por que?

Alice: Porque o seu irmão não está muito feliz com o Tyler.

Eu: Ai meu Deus.

-Ligação off-

Corri para dentro do carro e fechei a porta com brutalidade.

– Vamos Larry. Tenho que voltar para a escola.

Seguimos pela cidade movimentada.

Quando cheguei no prédio branco, caminhei até as pesadas portas, mas minhas passadas foram interrompidas quando ouvi algumas garotas rindo e falando:

– Meu Deus, o Gabriel fica extremamente sexy quando está bravo. Você não acha?

– Com certeza. Mas eu estou com dó do Tyler. Coitado, vai ficar todo desfigurado.

– Coitado nada. Ele que tentou estuprar a irmã do Gabriel. Vai levar o que merece.

– Ah mas ela pediu, vai. Você sabe o que ela faz por ai. Se ela não quer que tentem estupra-la, ela que se dê o respeito. Aquela vaca provocou tanto que estava ganhando o que queria agora.

"O que?", pensei com indignação.

– Eu devo me dar o respeito assim como você fez quando estava trancada no banheiro com o Mason, Cindy? Fique sabendo que a festa toda ouviu os seus gemidos incrivelmente altos e o Mason não poupou detalhes do quão horrível você foi. - vociferei, virando o corpo na direção do grupinho. Se ela queria falar das minhas ações, que olhasse para as dela primeiro. Ela não era nenhuma puritana pra me julgar.

A garota olhou para mim surpresa. Ela estava prestes a devolver meu comentário quando meu celular bipou, anunciando uma nova mensagem.

Desviei os olhos da menina, sem me importar em ouvir sua resposta, que com certeza não foi tão boa quanto a minha, e fiquei na tela do aparelho. Corri, lutando para não escorregar no chão liso, para o andar superior.

PromisesWhere stories live. Discover now