Promises

Feminist

Ivana
Sai do banheiro e me direcionei ao meu armário, observando as pessoas passarem por mim. Todas rindo e conversando, como o cenário daqueles filmes "hollywoodianos" de colegial.

Abri a porta vermelha e suspirei para o fundo de metal. Peguei alguns livros e joguei em minha bolsa com o maior desinteresse. Eu não aguentava mais ter que vir aqui. Não valia a pena.

"Esse dia podia acabar logo. Como eu quero ir pra casa e me trancar no meu quarto pra dormir. Hibernar, na verdade. Nada seria melhor", pensei, sem animação.

Comecei a organizar algumas coisas no meu armário enfeitado por esboços de vestidos e roupas coloridas, até que senti alguém segurando minha cintura com força.

— Oi princesa. Senti sua falta, sabia? - sussurrou o garoto perto da minha orelha.

Uma sensação de nojo subiu pelo meu corpo e meu café da manhã ameaçou voltar pela garganta.

— Serio Tyler? Mas sabia que eu não senti a sua? - falei ironicamente, livrando minha cintura de suas mãos enormes e nojentas.

— Ah princesa, não fala assim. Você me magoa desse jeito.

Revirei os olhos impaciente. Olhei de soslaio para avaliar o garoto. Um brutamontes, com cabelo rente à cabeça, vestindo calças jeans surradas e uma camiseta preta justa nos braços bombados e no peitoral largo. Seu sorriso maldoso me dava arrepios.

— Já falei que não é pra você me chamar de princesa Tyler. Eu não gosto.

— Para de fazer charme Ivana. Tenho certeza que desde pequena você sonha com um homem como eu te chamando de princesa.

— Aham. Com certeza. Porque todo mundo sonha com um cara como você. - conclui sarcasticamente.

Fechei meu armário, aborrecida. O som metálico ecoou pelos meus ouvidos enquanto eu virava para direção oposta ao garoto. Comecei a andar até que Tyler me empurrou para uma sala escura e minuscula no meio do corredor. Perdendo o equilíbrio pela surpresa, cedi à sua investida contra minha vontade.

— O que é isso mano? Enlouqueceu?

— Ainda não, mas você vai me deixar doidinho jaja.

Ele começou a me beijar, descendo os lábios pelo meu pescoço e deixando um caminho de saliva. Suas mãos enormes desabotoaram minha camisa branca e minhas mãos delicadas tentaram impedir seus braços de descerem mais.

— Não Tyler. Eu não quero. - articulei, me debatendo.

Sua mão subiu pela minha perna até chegar na minha saia de couro. Tentei empurrar o garoto, sem muito resultado. Ele passava as mão pelas minhas coxas, arranhando a pele delicada com força. Eu ficaria roxa, com certeza.

—É serio Tyler. Eu não estou brincando. Para agora. - aumentei minhas tentativas de empurrar o garoto.

— Para com essas brincadeiras princesa. Você gostou do que fizemos na sexta. Nós só estamos repetindo e indo um pouquinho mais longe. - Tyler enfatizou sua fala passando com os dedos perto do fim de minhas pernas. Ele não conseguiu atingir onde queira devido a saia, que era muito justa. Mas eu tinha certeza que, para fazer o que ele tanto queria, o pedaço de pano estaria no chão jaja.