I need to help my friend

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Alice
Sai do quarto andando torto. A roupa de Ivana estava muito curta e meu corpo ficava muito exposto. Desci as escadas e comecei a procurar por Gabriel no meio da multidão.

O local cheirava à álcool, suor e gorfo. Eu definitivamente não nasci para ir em festas como essa.

"Que saco. Todo mundo deve estar olhando para minha bunda, só pode. Maldita roupa. Maldita Sol. Tinha que exagerar e vomitar em mim.", pensei, me espremendo entre as pessoas. Amaldiçoei Sol toda vez que eu conseguia uma brecha do aglomerado de corpos suados e fedidos e parava para tentar recuperar o fôlego. 

 Numa dessas paradas, avistei o garoto loiro encostado numa parede branca, conversando com uma garota ruiva. Aquela não era Lexy, a amiga de Ivana, que nos convidou para a festa? 

  "Olha o que eu não faço por você Sol. Olha como sou uma boa amiga. Você tá me devendo pelo resto da vida.", pensei amargamente. 

  Respirei fundo, torci o nariz e, meio sem jeito, me aproximei, falando:

  – Desculpa atrapalhar, mas, a Ivana falou que você me ajudaria. - engoli em seco. 

  – Hum. E o que eu poderia fazer pela garota que derrubou cerveja em mim? - perguntou ele, me olhando pela primeira vez e notando minha roupa. Ou seria a falta dela?

  Ele me analisou de boca aberta e eu endireitei o corpo, recuando um pouco. Mas isso só deu mais espaço para sua visão. Declarei, na defensiva:

– Você esbarrou em mim. E nem era para eu estar nessa festa. Eu só vim ajudar minha amiga e, infelizmente, eu estou dependendo de você. 

  – Você está dependendo de mim? - seu cinismo se escancarou no seu sorriso de canto de rosto.

  – É mais a Sol do que eu. - confessei, endurecendo meu tom de voz. 

  – A sua amiga fez o que? Bebeu demais? Exagerou? O que você quer que eu faça? A casa está cheia de bêbados. Se eu fosse ajudar cada um deles...

  – Exatamente. A sua casa está cheia de bêbados. - interrompi-o e enfatizei a palavra sua - E, se eu sei bem, você ainda não é maior de idade para ter bebida na sua casa. Uma simples ligação e você se ferra. - ameacei, levantando uma sobrancelha. 

  – Você não faria isso. - ele semicerrou os olhos em minha direção. 

  – Ninguém saberia que fui eu. Nem teria como provar. - Gabriel respirou fundo, pensando em minha ameaça – E aí? Prefere ter a casa cheia de policiais ou me ajudar? -perguntei, tentando mostrar superioridade ao erguer o queixo. 

  Ele enrijeceu o rosto e falou:

  – Você se ferraria com os outros. 

  – Eu já sou bem ferrada na vida. Mas você...

  – Certo, certo. No que eu posso te ajudar? - ele me interrompeu, finalmente cedendo. 

  – Eu quero um lugar calmo pra a Sol. E que você me ajude a levar ela até lá. 

  – Onde ela está?

Seu desprezo por mim era evidente nos olhos azuis, mas não me abalei. Simplesmente empinei mais o nariz, ajustei a saia, que subia pela minha coxa, e decretei:

  – Me segue. 

  – Nós conversamos depois anjo. - ele deu um selinho na garota que o ladeava. 

Tentei disfarçar a risada mas foi maior que eu. Gargalhei em deboche antes de me afastar completamente da garota. 

  – Anjo? Serio? Quem chama o outro de anjo? 

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