cappuccino

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 O pequeno sino grudado à porta daquele estabelecimento tilintou alto, fazendo com que Louis revirasse seus olhos.

Já havia se passado quase três semanas desde que Louis começou a trabalhar ali, e ele ainda não havia conseguido se acostumar com a pontualidade matinal de Harry, toda vez chegando cada vez mais cedo e complicando ainda mais seus pedidos.

Irritado, o atendente bufou, não acreditando que aquele garoto dos olhos verdes conseguia ser capaz de subestimar e ao mesmo tempo desafiar todo o estoque de paciência que Louis tinha guardado dentro de si. Em um único movimento, Louis virou-se na direção do balcão, jogando com força contra aquela superfície o pano que antes mantinha sobre um de seus ombros.

— Que merda você quer agora, Harry?!

Mas, não era Harry.

Louis franziu o cenho. O rapaz do outro lado do balcão arregalou seus olhos e levantou as sobrancelhas simultaneamente, assustado pela reação daquele atendente da cafeteria.

Os olhos azuis de Louis imitaram o par de olhos castanhos daquele cliente desconhecido, que estava muito longe de ser Harry. Seu cabelo não era nada parecido com ninhos de pássaros e a pele de seu rosto era bronzeada o suficiente para que Louis tivesse dificuldade em notar o rubor que formaria ali, caso de repente aquele rapaz ficasse extremamente envergonhado.

Suas bochechas eram profundas, como se estivessem sendo sugadas para dentro de seu próprio corpo, e seu maxilar era tão delineado, que Louis poderia usá-lo para cortar algumas massas para fazer bolinhos coloridos.

Havia uma única e chamativa mecha loira no topete que o cabelo daquele rapaz formava, o que acabou prendendo a atenção de Louis por alguns instantes, que passou a observar aquele penteado de maneira confusa, como se perguntasse qual era o real propósito daquilo, bem ali, no topo da cabeça do cliente assustado.

Louis ouviu o rapaz pigarreando alto, antes que o atendente pudesse ajeitar sua postura rapidamente, tossindo algumas vezes e sutilmente começando a retirar o pano de cima daquele balcão.

— Pois não? Desculpe... O que deseja? – perguntou, abrindo um sorriso forçado.

O rapaz suspirou fundo, parecendo incomodado com algo. Olhava para os lados algumas vezes e, pelo barulho que Louis conseguia ouvir, aquele rapaz certamente estava ritmicamente batendo um de seus pés contra o chão.

— É... Eu estou procurando por um bolo. – começou, levando uma de suas mãos para trás da própria cabeça e coçando aquela região. Seus olhos quase fecharam, enquanto suas sobrancelhas se movimentavam rapidamente. – Mas um bolo... Especial.

Louis franziu o cenho.

— Especial como?

— Um bolo de aniversário. Mas não um bolo comum. Um bolo que você olhe e diga 'caramba, esse bolo é para um aniversário de uma pessoa realmente importante'. É isso o que eu quero.

Louis ficou encarando seu mais novo cliente por alguns segundos, inerte, enquanto seu cérebro rodopiava dentro de sua cabeça, tentando processar aquele tipo de informação.

O atendente entreabriu sua boca, mas não conseguiu dizer nada.

Ele havia acabado de achar uma espécie de Harry nº 2.

Alguém muito diferente do garoto dos olhos verdes que suprime gostos excêntricos e consegue ser irritantemente fofo em plena manhã, porém, com o mesmo pensamento alienado sobre bolos e seus variados.

— Ah... É... Tudo bem. Eu acho que entendi.

— Desculpa se parece um pouco confuso... – para Louis, aquilo estava extremamente confuso. Será que o rapaz teria que começar a andar por aí com uma placa agarrada ao redor do seu pescoço com os dizeres 'desculpa, vamos com calma, eu não consigo processar muitas informações tão depressa assim'? – Mas é que o aniversário do meu namorado está chegando e eu realmente quero surpreendê-lo de alguma forma. – disse, sorrindo fraco. Louis quase suspirou com tanto romantismo se espalhando ao seu redor. Daqui a pouco, acabaria se engasgando. Quantos casais apaixonados para uma única semana... – E eu conheço uma pessoa que me indicou esse lugar, então decidi vir o mais rápido possível.

coffee shop // larry stylinsonWhere stories live. Discover now