red velvet cake

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— Está ocupado?

Louis não disse nada.

— Ei, você está ocupado?

Nem ao menos abriu a boca, ou virou-se em direção ao balcão para ver quem era. Na verdade, ele já sabia quem era, e decidiu que seria melhor não se esforçar enquanto vira seu corpo e se depara com a imagem que começava a formar-se em sua mente em questão de segundos.

Harry sorridente. Harry feliz. Harry sorridente e feliz pronto para acabar com a manhã de Louis com um daqueles seus pedidos exuberantes e difíceis demais de fazer logo antes das nove. Louis só começava a realmente raciocinar depois das dez.

— Eu estou falando com você, seu mal-educado!

Louis continuou em silêncio.

— Não finja que você não está ouvindo porque suas orelhas estão descobertas e eu estou próximo o suficiente para você conseguir me ouvir!

Louis bufou alto, virando-se logo em seguida, depois de abandonar os pequenos potes com ingredientes que ele organizava em cima do balcão.

— O que você quer?! – quase gritou na direção de Harry, que rapidamente arregalou os olhos e transformou sua boca numa linha reta e o rosto num mar de não-expressões.

Louis sentiu algo lhe cutucando, talvez a própria consciência, que esbravejava. "Ei, pega leve com o menino!". Mas, infelizmente, Louis nunca foi de criar hábitos, muito menos lembrar-se de continuar a constantemente fazer algo, então era minimamente provável que o rapaz prestasse devidas atenções à sua consciência, que continuava gritando dentro de sua mente.

Tal fato envolvendo falta de atenção e consciências furiosas acabou sendo o principal motivo para que o rapaz se esquecesse de que ele havia agido de uma maneira no dia anterior e, naquele momento, estava se comportando de forma completamente diferente.

Mas aquilo não era culpa de Louis. Nem de suas memórias confusas e facilmente esquecidas. Ele só estava tendo um dia ruim.

Assim como, no dia anterior, Harry adentrou aquela cafeteria alegando estar em um de seus piores momentos, com toda aquela baboseira de que o mundo estava conspirando contra sua vida e fazendo tudo dar errado, Louis sentia que alguma organização mundial importante, como a ONU, tivesse feito um comunicado internacional para que todos ao redor de Louis ajudassem na missão de fazer com que o rapaz, literalmente, acabasse se ferrando.

Louis sempre achou esses órgãos multinacionais traiçoeiros demais para quererem somente promover a paz entre as pessoas.

Por algum motivo, o rapaz semicerrou os olhos na direção de Harry, que lentamente escorregava pela superfície do balcão, onde antes mantinha um de seus braços apoiado, e seu queixo repousava nas costas de sua mão.

Visivelmente, uma cena fofa e adorável, que faria Louis segurar um suspiro se não estivesse irritado o suficiente para limitar-se apenas em reviradas de olhos e bufadas altas.

Contudo, aquilo não impedia com que a vontade de gritar "Não! Não saia dessa posição, volte a ficar do jeito que você estava, apoiado aí em cima como um gatinho manhoso, e me deixe te admirar para sempre!" crescesse dentro de si, o que acabou dando-lhe a sensação de que seu estômago embrulhava somente ao pensar no quão sensível estava sendo.

É só uma terça-feira ruim, Louis repetia mentalmente. É só uma terça-feira ruim.

— Desculpa... – o rapaz finalmente disse em um tom consideravelmente calmo. Bufou alto antes de continuar, pois Louis simplesmente não perderia aquela oportunidade. – Eu só não estou tão legal assim.

coffee shop // larry stylinsonWhere stories live. Discover now