coca-cola

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— Como eu disse, aqui estou eu! – a voz exclamou, fazendo Louis arregalar os olhos e quase soltar a taça de vidro que mantinha em mãos. Por sorte, apenas uma colher pequena acabou indo de encontro ao chão, fazendo o atendente perguntar-se se parava para analisar quem havia lhe causado aquele susto, ou se preocupava-se com aquele objeto estendido no chão da cozinha.

Mas, como sempre, a curiosidade falou mais alto dentro de Louis, fazendo o rapaz virar-se rapidamente para observar aquele cliente.

Os mesmos olhos verdes. O mesmo cabelo encaracolado. O mesmo sorriso de lado no rosto e as mesmas bochechas ruborizadas sem motivo algum. Todos os mínimos pequenos detalhes que faziam Louis revirar seus olhos e suspirar alto.

— Olha o que você fez eu fazer! – Louis resmungou alto, apontando para o chão.

Harry franziu o cenho antes de pendurar-se sobre o balcão e levantar os pés, justamente para observar melhor o chão do outro lado da barreira que o separava daquele atendente ranzinza.

— Algo te impede de abaixar e pegar a colher?

— Não.

— Então por que ainda reclama?

Louis ficou em silêncio.

Harry sorriu.

— Porque minha vontade de te mandar embora daqui é sempre maior.

O garoto revirou os olhos.

— Estou vendo que seu mau-humor começou ainda mais cedo hoje.

Louis o imitou.

— A culpa não é minha. – deu de ombros, como se aquele fosse um simples diálogo que não demonstrasse nada além de afeto e simpatia pela pessoa parada à sua frente.

— De quem é então?

— Sua.

Harry arregalou os olhos.

— Minha? – exclamou, quase esganiçando a voz.

— O que foi que você acabou de me ouvir dizer? – o atendente perguntou, arqueando uma de suas sobrancelhas.

— Isso não é verdade!

— É sim.

— E por que seria?

— Você é complicado demais. – Louis fez uma careta.

— Só por que meus pedidos são complexos, não quer dizer que eu sou. – Harry enrugou a testa.

— Quem faz os pedidos é você.

— E você deveria atendê-los. – Harry cruzou os braços.

— Então vamos fazer diferente hoje. – Louis sugeriu, sorrindo.

— Como?

— Eu te dou a sugestão do dia.

Harry suspirou alto.

— Já estava mais do que na hora...

Louis continuou sorrindo. Harry não sabia como avaliar aquela situação.

O atendente afastou-se aos poucos, indo em direção à uma geladeira transparente localizada logo atrás de si. Depois de alguns instantes, voltou a encarar Harry, antes de dispor em cima do balcão, exatamente na frente do cliente complicado, uma lata de refrigerante.

— Mas isso aqui é–

— Eu sei. Refrigerante.

— Eu quero café.

— Os dois têm cafeína. É a mesma coisa. – Louis deu de ombros.

Harry bufou alto.

— Sabe todo esse mau-humor que você sente quando eu estou por perto? – o cliente começou, agarrando a latinha de refrigerante e abrindo-a rapidamente. – É totalmente recíproco.

— Desde quando? – Louis arqueou uma sobrancelha.

— A partir de agora. – respondeu, antes de começar a afastar-se.

Enquanto caminhava em direção à porta, Harry pôde ouvir Louis rindo baixinho.

— Tenha um bom dia! – o atendente exclamou alto.

Harry já estava do lado de fora da cafeteria quando se virou para poder responder Louis de alguma maneira. Sabia que de nada adiantaria se ele gritasse alguns insultos na direção do atendente irritante, mas, por sorte, mantinha uma outra alternativa em mente que talvez lhe ajudasse ainda mais.

Observou o rapaz mudar totalmente a expressão em seu rosto para uma carranca fechada quando esticou um de seus dedos do meio em direção ao grande vidro da fachada da cafeteria.

Harry sorriu enquanto Louis semicerrava seus olhos.

Por mais irritante e inconveniente que aquele atendente pudesse ser, o garoto sentia que estava ansioso e preparado para voltar ali no dia seguinte.

coffee shop // larry stylinsonWhere stories live. Discover now