A Chave

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 Após o término da última aula, as meninas avisaram suas mães que iriam ao centro da cidade em uma biblioteca para fazerem um trabalho, mas isto era uma mentira, pois a verdade é que elas estavam prestes a dar mais um passo para desvendar o mistério da caixa. Uma folha com tons alaranjados caiu de um galho de uma árvore quando elas ouviram alguém as chamar. Era Rodrigo que corria para alcançá-las. 
  -Não vão me esperar?

  Elas pararam de andar e o esperaram. Ele se aproximou e elas trocaram aqueles olhares que diziam mais do que palavras.

 - Quem disse que você vai conosco? - Letícia disparou.

- Por favor, queria muito ir com vocês, pois adoro essas coisas paranormais.
 Letícia revirou os olhos e Anna cruzou os braços.

 - Isto não é um filme de comédia tipo ''Caça Fantasmas''. Ninguém aqui está se divertindo, meu caro.

 - E se fosse, iríamos em um carro personalizado e não de ônibus - zombou o garoto.
 - Cala a boca!
 - Calma, Letícia. Vai que ele pode nos ajudar? - Giovana indagou.

- Ele já nos ajudou quando nos disse para jogarmos fora os objetos.
- Verdade, Anna mas podemos fazer uma votação e decidir se ele poderá ir conosco ou não.

- Fala sério! - reclamou Letícia.
- Por favor, me deixem ir! Além de curioso posso lhes ser útil.
  As garotas se entreolharam e fizeram uma rodinha. Começaram a cochichar e chegaram a uma conclusão.

- Bom, depois de conversarmos, chegamos a conclusão que deixaremos você ir conosco.
- Eba! - ele comemorou.
- Entretanto, há uma condição...
- E qual seria, Letícia? Em qual de vocês quatro eu terei que dar um beijinho?
- Esse palhaço está pedindo para levar uma mão na cara! - Anna esbravejou.

- Calma! Estava apenas brincando. Perdão. - ele levantou as duas mãos em defensiva.

 - A condição é de você manter o bico calado. Ninguém na nossa escola pode saber disso - Giovana falou.

- Ninguém da escola, ninguém que você conheça. Não conte nem para a sua própria mãe, ouviu bem? - Amanda disse.

- Sim, senhoras! - ele bateu continência.
- Nossa, como você é engraçadinho - Letícia ironizou.

- Vamos ao ponto de ônibus, pelotão! - brincou Amanda.

  Então os cinco jovens partiram em direção à biblioteca no centro da cidade onde a pessoa misteriosa que Amanda conhecia poderia ajudá-los. Enquanto riam e se divertiam à caminho do local, elas se sentiram livres e seguras pela primeira vez em dias. Se esqueceram por alguns instantes do fantasma da mulher misteriosa que as perseguiam.

***

 Chegando finalmente ao local, Amanda as direcionou à entrada da grande biblioteca que ficava localizada no coração do centro da cidade.
  Sua arquitetura externa era tão deslumbrante como o seu interior. Duas pilastras brancas em espiral ordenavam a entrada. Assim que entraram, seus olhos ficaram arregalados ao se deparem com a beleza do lugar.

  Muitos livros de diversos gêneros estavam organizados em  prateleiras e sessões. Haviam cadeiras e mesas de madeiras, algumas ocupadas por pessoas que estavam com livros dispostos à sua frente. Janelas com vitrais deixavam o lugar com uma cara sofisticada. Logo que entraram, uma funcionária se dirigiu à elas, perguntando se precisavam de  ajuda, mas Amanda agradeceu e a dispensou, pois a pessoa que ela havia marcado um encontro já estava à caminho de encontrá-las. Uma menina um pouco mais velha que as garotas e dona de um black power estiloso foi de encontro à elas, com um grande sorriso nos lábios.

Perseguição SombriaTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang