Desvendando o Mistério

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  O barulho do suco de laranja sendo sugado pelo canudo de Anna podia ser ouvido de longe. Todas estavam sentadas em volta do objeto misterioso e ainda havia resquícios de terra nele.

   - Abram logo este negócio! Eu não aguento esperar mais.
  Elas estavam comendo sanduíches enquanto encaravam a caixa. Anna foi a primeira a acabar o lanche, então resolveu abrir a tal caixa.
  - Abra com cuidado! - observou Giovana.

 - Abra logo este troço! - disse Amanda.
 - Caladas! - pediu Anna.
     A menina tocou na caixa e a cadelinha Lola começou a latir bem alto. Letícia tentou repreendê-la mas foi em vão. Em meio ao barulho do latido, as meninas prenderam o ar que respiravam apreensivas. Amanda esfregou uma mão na outra. Giovana levou as duas mãos à boca. A atmosfera do local era pesada e parecia que o mundo lá fora tinha parado e só restavam as quatro meninas e a caixa misteriosa.
 Quando ela abriu a caixa, as outras meninas ficaram surpresas ao descobrir o que havia dentro dela e deram-se conta de que se tratava de um porta-joias antigo pois dentro dele havia peças de acessórios femininos.
Quando Anna abriu a caixa, todas deixaram seus lanches de lado e se aproximaram do objeto.

 - São bijuterias! - gritou Amanda.

- Não são bijuterias, são joias - Anna a corrigiu.

- Não posso acreditar! - disse Giovana.

  Os olhos de todas encheram-se de brilho e cada uma pegou um objeto. Anna, que fora a primeira a escolher o que mais lhe agradava; preferiu ficar com o colar que era feito de ouro e tinha um pingente de coração na ponta. Letícia ficou com uma presilha de cabelo que tinha um formato de uma flor e era feito de prata. O anel de prata com uma semi pedra preciosa da cor lilás ficou com Amanda, já Giovana, tornou-se dona de uma linda pulseira de ouro com um pingente de borboleta pendurado.
    Apreciaram seus objetos e resolveram ficar com eles. Giovana à princípio, não agradou-se com a ideia de tomar posse de algo que não lhe pertencia, mas após a insistência das amigas, ela resolveu que também ficaria com o objeto. Elas pensaram que só havia os cinco objetos dentro da caixa, mas estavam erradas pois também havia uma chave antiga e desgastada dentro da caixa misteriosa.
 - Esperem! Tem algo a mais aqui...
  Então Anna retirou a chave e analisou-a com atenção. 
- Uma chave?
- Sim, Gi.
- Esta chave é para abrir esta caixa? Para trancá-la?
- Receio que não, Lê.
  Anna tentou encaixar a chave na fechadura da caixa mas era em vão. O tamanho da abertura era bem maior do que a chave.
- Posso ficar com a chave? - pediu Amanda.
- Pode, mas guarde com cuidado - suplicou Anna.

  Depois de observarem a chave, a atenção das meninas voltaram-se para seus objetos recém obtidos.

 - Eu amei! Este anel é a minha cara - Amanda logo colocou o anel em seu dedo e o admirou - Me imaginem chegando na escola com ele. A invejosa da Fernanda morrerá de inveja.

- Você vai levar uma joia para a escola? E se te roubarem? - perguntou Letícia.
-Só irei usá-lo uma vez na escola e além do mais esta coisa linda não foi feita para ficar guardada.
- Bom... você que sabe. Só usarei o meu em uma ocasião especial.
- Eu também usarei o meu mas irei escondê-lo por baixo da roupa.
- Boa ideia, Anna. Esconderei a minha pulseira quando estiver usando um casaco.
  O celular de Anna tocou e era sua mãe Nádia lhe chamando para almoçar em casa.
- Bom meninas, vou indo pois o almoço me espera.
- Mas você não acabou de comer? - perguntou Giovana alarmada.
  Apesar de ter o apetite elevado, Anna não estava acima do peso. Pelo contrário, ela estava com o corpo em forma.
 - Até chegar em casa ficarei com fome e sabe como é, não é mesmo? Saco vazio não para em pé.
 Todas riram e deixaram a casa de Letícia que após irem embora, ficou pensativa analisando a presilha de cabelo em suas mãos.
  - Quem terá sido a dona destes pertences? - questionou-se para si mesma em voz alta.

Perseguição SombriaWhere stories live. Discover now