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Anne
Eu tive muita sorte em não ter nenhuma seqüela. Me recuperei bem rápido, por isso o médico me deu alta hoje mesmo. Claro que eu ainda não estou 100%. Tenho hematomas, sinto algumas dores também, mas isso já é um começo.
Esses dias que eu estive aqui no hospital minha mãe e o Robert não saíram do meu lado. Minha mãe queria avisar meu irmão sobre irmão sobre o que aconteceu comigo, mas meu pai não deixou. Ele disse que não tinha porquê preocupar meu irmão que estava do outro lado do mundo com o Liam, sendo que eu já estava " bem" e claro que como sempre ela fez o que ele queria. Eu preferi não me meter, então não avisei nada para o Marcos.
Uma enfermeira me ajuda á me arrumar porque eu ainda não conseguia fazer tudo sozinha, então precisava de ajuda. Peço pra ela pentear meus cabelos e finalmente fico pronta. Á agradeço e ela saí. Robert entra e diz:
- Já assinei sua alta. Nós já podemos ir, você está pronta?
- Estou sim.
Desço da cama, mas acabo batendo na quina da mesma. Solto um resmungo de dor. Robert segura em minha cintura e diz:
- Você está bem?
Me viro, ficando frente à frente com ele e falo:
- Estou sim.
Ele coloca sua mão em meu pescoço, me fazendo arrepiar. Vai chegando perto da minha boca e eu falo:
- Vamos?
Ele se afasta e diz:
- Claro. Vem que eu te ajudo.
Eu me apoio nele e vamos para o estacionamento, onde o carro estava. Ele me ajuda á entrar e depois vai para o seu lugar. Já no caminho, ele diz:
- Anne, eu sei que deve ser difícil, mas você vai precisar contar sobre o que aconteceu pra polícia amanhã. Eu tentei adiar ao máximo pra tentar de dar um tempo pra você estar pronta, mas com sua alta, esse tempo já acabou. Amanhã mesmo você vai precisar prestar depoimento.
- Fazer o que né, não tem mais como adiar o inevitável.
Ele coloca uma das sua mãos em minha perna e diz:
- Eu vou estar lá com você. Se você quiser é claro.
Ele me olha e lhe dou um sorriso fraco. Me viro pra janela e não falamos mais nada no restante do caminho.
Chegando em casa. Robert me ajuda à entrar novamente, sou recebida pelas funcionários, que me desejam melhoras. Agradeço á todos e Robert me leva para o quarto.
Me deito e ele diz:
- Você quer alguma coisa? Está com fome?
- Não, eu não quero nada. Eu comi no hospital.
- Se precisar é só me chamar. Eu vou estar no escritório.
- Está bem, obrigada.
Ter o Robert tão perto daquele jeito, ainda mais tão prestativo não era muito bom. Lógico que eu adorava, mas por outro lado isso só aumentava ás minhas esperanças de que ele sentia algo por mim, mesmo no fundo tendo consciência de que isso não era verdade. Mas logo eu me recupero por completo e ás coisas voltam á ser como eram antes. Ele de um lado e eu do outro.
Robert abre á porta do quarto para sair, dá de cara com Olivia, que estava como uma cesta enorme e diz:
- Eu estou atrapalhando?
Robert diz:
- Claro que não. Pode entrar, fique à vontade, eu já estava saindo mesmo.
Olivia sorri e diz:
- Obrigada.
Ela entra. Robert saí e fecha á porta. Olivia coloca a cesta no criado mudo, se senta na beira da cama e diz:
- Você quase me matou de susto sua piranha.
- Quem te avisou?
- O Charles.
Sorrio e falo:
- Vocês já estão tão próximos assim?
Ela sorri e diz:
- Estamos, mas essa não é a questão. Como isso foi aconteceu? Na verdade o que aconteceu?
- Será que podemos falar sobre outra coisa á ser isso?
- Claro. Liam e seu irmão estão voltando. Você sabia disso?
- Como assim?
- Me desculpa amiga, mas meu irmão me ligou ontem, perguntou por você e eu tive que contar o que aconteceu. Como eles estão juntos, o Marcos também soube. Eles ficaram muito preocupados e bravos por ninguém ter avisado antes.
- Meu pai não queria contar para o Marcos, mas enfim. Agora já foi.
- Pois é. É bom que eles saibam mesmo, já estava mais do que na hora dos dois voltarem.
- É. Mas agora me conta, o que está acontecendo entre você e o Charles?
Ela sorri feito boba e diz:
- Nós estamos apenas nos conhecendo.
- Ou seja transando?
- Claro que não. Você só pensa nisso em Anne. Nós estamos apenas saindo. Eu acho que estou começando á gostar dele de verdade.
- Para tudo. Olivia Gutierrez, apaixonada? Eu devo estar ouvindo coisas mesmo.
- Pode parando sua palhaça. Eu acho, não tenho certeza.
- Pois eu tenho.
...
Passamos o resto da tarde conversando sobre várias coisas, até que fica tarde e Olivia vai embora. Eu tomo meus remédios e acabo dormindo mesmo sendo um pouco cedo pra dormir ainda.
Eu estou naquela mesma rua, que fui atacada, mas dessa vez estava mais escura, que o normal. Então olho pra trás e vejo aquele mesmo homem. Eu tento correr, mas ele me pega e me leva de novo para o beco. Eu tento gritar, mas minha voz simplesmente não saía. Ele ria da minha tentativa de gritar e começa á tirar minha roupa. Eu tento correr, mas era inútil. Então eu consigo dar um soco em seu rosto.
Acordo assustada, suando e vejo que tudo na verdade não passou de um pesadelo. Eu respirava ofegante e vi Robert segurando em minha mão. Ele disse:
- Calma Anne, sou eu. Está tudo bem, você está segura.
Eu o abraço na hora, ele corresponde e eu começo á chorar feito criança. Enquanto chorava em seu peito, eu dizia:
- Robert, não deixa ele me pegar de novo.
Ele acariciando meu cabelo diz:
- Eu não vou deixar nada acontecer você. Eu nunca vou sair do seu lado. Pode ficar tranquila.
Ele seca minhas lágrimas e eu reparo que seu olho que estava roxo. Coloco minha mão sob o olho e falo:
- Foi eu que fiz isso?
Eu devo ter socado ele de verdade, quando achei que estava batendo no homem no meu sonho. Coitado!Ele segura em minhas mãos e diz:
- Não foi nada Anne. Não se preocupe.
- Me desculpa? Não foi minha intenção, eu juro.
Ele me abraça novamente e diz:
- Se acalma. Você precisa descansar.
- Eu não consigo.
- Consegue sim.
Ele se deita, me puxa de leve e eu deito em seu peitoral. Ele começa á fazer carinho nos meus cachos e diz:
- Pode dormir tranquila, que eu vou estar bem aqui do seu lado te protegendo.
Puxo uma coberta e depois acabo dormindo de novo.

Casamento ForçadoWhere stories live. Discover now