Momento 31

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Anne
Assim que meus pais foram embora, Robert foi direto para o escritório e eu fui para cozinha. Me sirvo de um pedaço de bolo que estava no Balcão e falo:
- Marcela, o Robert sempre foi assim?
- Assim como menina?
- Frio, egocêntrico, arrogante.
- Bem, ele não era assim, ele mudou de um tempo pra cá. Não justifica, mas aconteceu algo para ele mudar dessa forma.
- O quê?
- Isso é ele que tem que te dizer meu anjo.
Suspiro desapontada, mas ela acrescenta:
- Mas pra ser sincera, eu acho que ele melhorou bastante depois que conheceu você. Eu vejo ele sorrindo, coisa que faz muito tempo que não via.
- Eu só vejo ele irritado, isso deve ser impressão sua.
Ela aponta pra mim e diz:
- Não é, eu conheço esse menino desde que ele nasceu e posso te afirmar que o motivo dessa felicidade é você.
- Eu não concordo, mas se você está dizendo.
Robert chega e diz:
- Com o quê você não concorda?
Eu quase engasgo com o bolo, Marcela pega um copo de água pra mim e ele diz:
- Você está bem?
Bebo à água e falo:
- Estou sim.
- Com o quê você não concordava?
Olho para Marcela esperando por um resposta dela que diz:
- A Anne disse que não concordava com o...
Robert diz:
- O?
Eu falo:
- Com o fato de você nunca me levar pra sair.
Robert revira os olhos e Marcela diz:
- Com licença.
Marcela saí e Robert diz:
- Você estava enchendo a Marcela com essa bobagem?
Coloco meu prato na pia, lavando às mãos eu falo:
- Não é bobagem, eu só disse que queria sair.
- Você já passeou bastante essa semana, até pra praia com seu amiguinho você foi.
Reviro os olhos e falo:
- Começou. Você não quer me levar pra sair tudo bem, morreu o assunto.
Passo por ele para sair da cozinha, mas ele segura meu braço e diz:
- Espero que você tenh aberto essa sua boca para a Marcela sobre nosso casamento porque ela não sabe de nada.
- Não se preocupe que sua falsa imagem está intacta. Já terminou?
- Já sim.
- Solta meu braço então.
Ele solta meu braço e eu vou jardim ver o Hércules. O chamo mais nada, até que resolvo ir procura-lo num quartinho onde ficava algumas coisas que ninguém utilizava. Continuo o chamando, mas nada. Até que o vejo no chão, quase agonizando, vou para próximo dele e vejo que ao seu lado tinha um saco com um tipo de veneno que estava rasgado. Ele deve ter comido. Cmeço a chorar sem parar, eu nem se quer conseguia pegar ele de tanto desespero, até que começo a gritar pedindo por socorro. Robert aparece com mais alguns funcionários, me olha desesperado e diz:
- O que foi Anne? O que aconteceu?
Ele segurava meu rosto e só consigo apontar para onde Hércules estava. Robert vai até ele, enquanto os outros funcionários olhava e diz:
- Nós temos que levar ele ao veterinário. Tirem imediatamente meu carro da garagem.
Ele vão correndo, enquanto eu fico chorando no canto. Robert vem até mim e diz:
- Calma Anne, vai ficar tudo bem. Nós vamos salvar ele, agora eu preciso qie você se acalme. Eu vou pegar ele no colo para levar até o veterinário, mas preciso que você vá junto, ok?
Eu tento me acalmar e em meio aos soluços fala:
- O...K
Ele pega o Hércules no colo e vamos para o carro. No caminho Hércules choramigava. Robert dirigia super rápido, até finalmente chegamos na clínica.Robert explica o que aconteceu,eles levam o Hércules e eu fico sentada chorando. Robert me olha e vê que eu estava chorando. Ele vem imediatamente pra perto de mim e fala:
- Calma Anne, vai ficar tudo bem.
Não sei se foi um impulso, ou o fato de eu estar triste, mas eu o abraço. No começo ele parece não entender, mas acaba correspondendo. Eu chorava enquanto o abraçava e ele diz:
- Eu faço qualquer coisa, mas por favor não chora. Eu não suporto te ver chorando.
Eu o olho, ele seca minhas lágrimas com seus dedos e diz:
- Ele vai ficar bem, afinal ele é o Hércules não é mesmo.
Sorrio com a sua piada boba.
- Bem melhor assim, eu gosto de ver você sorrindo. Prefiro ver você me tirando do sério do que chorando.
Eu seguro em sua nuca, me aproximo da sua boca, mas o veterinário chega e diz:
- Vocês são os donos do Hércules?
Nos separamos na hora e eu falo:
- Sim, como ele está?
Robert segura em minha mão e o veterinário responde:
- Ele está bem melhor. Me parece que ele ingeriu uma pequena quantidade de um veneno, por isso nós fizemos uma lavagem estomacal nele. Agora ele está bem melhor, nós só vamos precisar que ele fique em observação essa noite, mas amanhã mesmo vocês podem vir buscá-lo.
Eu suspiro alividado, abraço o Robert e o veterinário acrescenta:
- Ainda bem que vocês vieram rápido porque se não podia ter sido fatal. Agora com licença.
Sorrimos e ele saiu. Eu me viro para o Robert e falo:
- Obrigada por tudo.
- Imagina, agora vamos acertar a conta para ir embora.
Pego á minha carteira e falo:
- Pode deixar que eu pago, afinal de contas ele é minha responsabilidade.
- Pode guardar isso, ele é nosso cachorro.
Robert paga á conta e vamos embora. Eu nunca tinha visto o Robert me tratar dessa maneira. Será que ele sente algo por mim? Não, acho que não, ele deve ter me tratado daquela forma por dó né Anne, se toca.
Chegamos em casa e o Robert imediatamente chamou a Marcela que logo apareceu e disse:
- Eu fiquei sabendo o que aconteceu com o cachorrinho, ele está melhor?
Eu falo:
- Ele está melhor sim Marcela.
Robert diz:
- É exatamente pra falar sobre isso que eu te chamei. Quero que você descubra quem foi o incompetente que deixou o veneno no chão e que deixou a porta do quartinho aberta. Assim que você descobrir quem foi o responsável, o mande me procurar no meu escritório.
Marcela responde:
- Pode deixar menino, amanhã mesmo vou descobrir isso. Boa noite.
Ela saí e eu falo:
- O que você vai fazer quando descobrir quem foi?
- Demitir é claro.
- Robert, não é pra tanto, uma advertência basta.
- E se ele tivesse morrido? Ou ao invés do Hércules fosse uma criança? Deixa que dos meus funcionários cuido eu.
Ele saí. Caraca que homem bipolar, uma hora está um amor, outra hora um grosso. Não dá pra entender.
Subo para o quarto para tomar um banho, já que era tarde. No chuveiro, não conseguia parar de pensar na forma com que Robert me tratou, sorrio ao lembrar do quão reconfortante era seus braços. Anne, vai com calma, você está sensível, não crie expectativas. Saí do banheiro e dou de cara com Robert esperando ao lado da porta.
- Estava esperando eu sair?
- Estava.
Ele passa por mim pra entrar no banheiro, mas eu seguro em seu braço, ele me olha e eu falo:
- Posso te fazer uma pergunta?
- Pode sim.
- O que rolou na clínica?
Ele balança á cabeça e fala:
- Não entendi sua pergunta.
- Você entendeu muito bem. Estou falando da forma que você tratou, o que você disse.
- Anne, eu quero tomar banho.
Eu me aproximo, ficando frente à frente com ele e falo:
- Eu só quero saber isso. Suas palavras foram verdadeiras ou só foi por dó?
- Você quer a verdade?
- De preferência.
- Foi por dó, satisfeita?
Naquela hora senti uma decepção, mas demonstrei não me importar e disse:
- Sim, estou satisfeita.
- Agora larga meu braço.
O solto e ele entra no banheiro. Não entendi o motivo, mas às lágrimas insistia em querer cair. Mas eu não viu me permitir chorar por esse idiota, até porque eu não sinto nada por ele mesmo. Me deito para outro lado. Vejo ele saindo do banheiro e deitando. Mas não falo nada, nem se quer me viro e depois de um tempo acabo dormindo.

Casamento ForçadoWhere stories live. Discover now