Entrevista. 11

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Anne
Acordo, me arrumo e desço para ir à faculdade. Hoje depois da aula tenho uma entrevista de emprego para aquela vaga de primeiros socorros. Nem se quer falo com meus pais ou tomo café, pois iria comer algo perto da facul. Estava caminhando para o ponto de ônibus, quando o carro do Robert encosta, ele abre o vidro e diz:
- Quase não chego à tempo em. Entra aí.
- Mas eu preciso ir para à aula.
- É exatamente isso que vim fazer.
Entro no carro e ele fala:
- Seu pai disse que você saí um pouco mais tarde.
- Geralmente sim, mas como hoje não tomei café, então saí mais cedo.
- Então vamos tomar um café juntos.
- Não, eu vou comer qualquer coisa na faculdade mesmo.
- Está bem.
O que aconteceu com o Robert pra ele estar tão calmo hoje? Não vou nem o provocar pra não acontecer.
Ele parou o carro porque chegamos na faculdade, como os vidros estavam abertos todo mundo ao redor estava nos olhando e eu falo:
- Tchau e obrigada pela carona.
- Não vou conseguir te buscar, mas quero que você me encontre em um restaurante que fica próximo à minha empresa, te mando o endereço por mensagem.
- Não vai dar, tenho um compromisso.
- Qual?
- Coisas da faculdade( menti).
- Tenho certeza que não é importante, desmarque e pronto. Nada deve ser mais importante do nosso relacionamento, eu devo ser uma prioridade pra você.
- Mas Robert...
- Mas nada, não vou discutir com você porque preciso ir trabalhar.
- Tá bom.
Estava prestes à descer do carro, quando ele diz:
- Ei, não está esquecendo de nada.
Checo o chão pra ver se tinha deixado algo cair e falo:
- Não.
- Esqueceu, lógico que eu não quero, mas você precisa me dar pelo menos um selinho.
O olho indignada e fala:
- Por quê?
- Porque estão todos olhando né. Eu nunca iria te beijar por vontade própria.
Resmugo baixinho:
- Não foi o que me pareceu ontem à noite.
- O que você disse?
- Nada importante, vamos acabar logo com isso.
Ele chega perto e me dá um selinho do qual eu não senti absolutamente nada. Eu falo:
- Está bom?
- Acho que sim, tchau e te espero 13:15 no restaurante.
- Tá.
Não sei se vai dar tempo de ir neste almoço porque minha entrevista está marcada para 12:15, e os lugares ficam em direções opostas, mas vamos ver.
Logo quando entrei na faculdade começaram a me fazer um milhão dr perguntas sobre meu relacionamento com Robert, eles falaram que isso era a notícia do momento e que estava em todo lugar. Contei a mesma história para todos, até que entrei na sala e lá estava Olivia com uma cara nada boa. Me sento ao lado dela como sempre e falo:
- Oi Olivia, amiga mais linda de todas.
Ela nem se quer me olha e fala:
- Oi falsiane. Quando você ia me contar que tinha um namorado secreto?
- Eu queria te contar, mas o Robert quis manter tudo em absoluto sigilo.
Ela me olhou brava e disse:
- Tudo bem esconder dos outros, agora de mim?
Levei uma eternidade até fazer a Olivia me perdoar, tive que contar " nossa história de amor", detalhe por detalhe, mas consegui.
Fui embora mais cedo porque teria a entrevista. Fui direto pra o lugar da entrevista.
Cheguei lá eram 12:00, esperei uns 20 minutos e comecei a entrevista. Bem, o salário era ok, iria trabalhar apenas 4 horas por dia. Olhei a hora, vi que já eram 13:00 e eu perguntei para a moça que estava me entrevistando:
- Precisa que eu faça mais alguma coisa?
- Sim, você vai encenar com uma boneca os primeiros socorros.
- Ok.
Fiz tudo e quando finalmente terminei ela disse:
- Até amanhã te ligamos e te damos a resposta.
- Ok, muito obrigada.
Olho novamente a hora, vejo que já são 14:00, já era. Ligo meu celular e vejo várias chamadas perdidas do Robert. Ele deve estar morrendo de raiva, então resolvi ligar de volta.
Ligação on
- Anne, que merda, onde você está? Você me fez de idiota, eu fiquei 30 minutos te esperando.
- Olha Robert, eu posso explicar.
- Dane-se suas explicações, à noite vou aí pra gente conversar e sério.
Ligação off.
Ele simplesmente nem espera minha resposta e desliga na minha cara. É um babaca mesmo. Pego um ônibus e vou pra casa. No caminho penso na entrevista, tomara que eu consiga o emprego porque eu não quero depender do dinheiro do Robert pra nada.


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