Beatriz 39

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Robert
Estava trabalhando até que a Bea me liga.
Ligação on
- Oi Ro, tudo bem?
- Tudo e você?
- Estou bem bem também. Vou embora para New York amanhã bem cedo. Você não quer jantar comigo essa noite? Como nos velhos tempos.
- Claro que sim. Onde?
- Vou te mandar o horário e o local por mensagem.
- Ok.
- Até mais então.
- Até.
Ligação off
Ligo para Marcela avisando que vou chegar tarde porque vou sair com a Beatriz. Tenho certeza que a Anne vai ficar irritada com o fato de não ter ligado diretamente pra ela.
Falando nela, eu não esqueço da nossa briga de ontem. Nós estávamos nos beijando, quando do nada ela para e diz que não quer. Eu acho que ela gosta do tal Liam, na verdade tenho praticamente certeza e o pior de tudo é que eu sinto algo por ela. Mas eu nunca vou assumir isso por várias razões. Anne gosta de outro, não estou pronto pra realmente ter um relacionamento e nem pra falar sobre meu passado.
Termino o trabalho e vou direto ao encontro da Bea. Chego no hotel em que ela estava hospedada e subo para o quarto dela. Como ela sabia que eu vinha, já estava na porta me esperando. Dou um abraço nela e entro. Nos sentamos no sofá e ela fala:
- Eu já pedi o jantar, daqui à pouco chega.
Tiro meu terno e falo:
- Tudo bem.
- Quer vinho?
- Pode ser.
Ela se levanta,volta com duas taças e a garrafa de vinho na mão. Ela me serve e diz:
- Eu ainda não entendo como você está casado sério. Eu achei que depois da Viviane, você nunca mais iria se casar novamente.
A Beatriz não sabe sobre o contrato, então tenho que mentir pra ela sobre o casamento também.
- Eu também. Pra você ver como o mundo dá voltas.
- Realmente. Mas o que essa Anne tem de especial?
Bebo um pouco e falo me lembrando do jeito da Anne:
- Ela é tudo que eu não sou. Amorosa, bondosa, faz de tudo pela família. Ela é uma pessoa com um coração tão grande, mas também é um pouco louca. Ela te faz querer ser melhor á cada dia, entende?
Ela sorri.
- Entendo sim. Parece que alguém realmente entrou nesse seu coração de pedra.
Sorrio e falo:
- Pois é. E você, quando vai sossegar?
- Nunca. Você sabe que eu não nasci pra casar.
- Sei bem disso.
Ficamos mais um tempo bebendo e conversando. Quando a comida chega e vamos jantar. Depois do jantar ficamos mais algum tempo jogando conversa fora. Até que olho no meu relógio, vejo o quanto está tarde e falo:
- Como o tempo passou rápido. Eu preciso ir.
Me levanto e começo a recolher minhas coisas.
- Na verdade ainda está cedo, lembra de quando nós viramos à noite conversando? Era maravilhoso, mas agora você é um homem casado.
- Não é por isso, é porque eu realmente preciso ir.
A abraço e ela diz:
- Tchau e boa sorte com sua esposa.
- Tchau e eu não vou precisar.
Saí dali e fui pra casa. Era bom conversar com a Bea. Ela é um das pouquíssimas pessoas que sabe do meu passado.
Chego em casa. Abro á porta do quarto devagar porque vejo que Anne está dormindo. Tiro os sapatos e ás roupas. E sem fazer barulho me deito e acabo pegando no sono.

Casamento ForçadoWhere stories live. Discover now