Capítulo vinte seis

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-Enzo?o que faz aqui?-Eu não podia falar para eles sobre Vitor. Eu não sabia o que dizer.

-Hum, só um amigo que se sentiu mal. Aconteceu alguma coisa com Tia Estela?-Tento mudar rápido o rumo da conversa.

-Graças a Deus, só alguns medicamentos de rotina. Mas ela vai precisar ficar algum tempo aqui.

-Mas o que ouve com seu amigo?

-Eu não tenho certeza vou na emergência vê-lo e já retorno. Posso ficar com ela para você descansar um pouco.

-Isso seria bom. Preciso resolver umas coisas.

-Então me aguarde uns instantes.
Sigo até a emergência e uma enfermeira na porta me aborda.

-Enzo Collins!-Não tinha sido uma pergunta.

-Eu.

-Desculpa o conheço por causa do livro. Digamos que sou sua fã. -Meu Deus meu amigo estava ali dentro. E ao invés dela me dar alguma informação ela está impressionada por me conhecer.

-Me desculpe, mas preciso saber do meu amigo que está aí.

-Sim, sim. Claro. Ele está estável, já tomou os medicamentos necessários. O médico vai chama-lo para dar melhores informações.

-Eu gostaria de vê-lo.-Ela me olhou considerando o meu pedido. Tinha certeza que aquilo não era possível, mas então ela disse:

-Hum, isso não pode acontecer, mas vou lhe abrir um exceção. Ele está no quarto 302 no final do corredor. Vai ter que ficar de observação durante um dias.

-Tudo bem, muito obrigado, vou me lembrar disso quando lançar meu segundo livro.

- Ela arregalou os olhos.

-Vai ter um segundo livro?

-Sim, e esse vou te dar autografado. Basta ligar para meu agente. Passo um cartão para ela. E saiu deixando ela com um olhar sonhador.

Entro pela porta que levava a outro imenso corredor e procuro o quarto 302. Enfim encontro. A porta estava encostada. Empurro de vagar para encontrar meu amigo cheio de fios monitorando seus batimentos. Ele estava com olheiras profundas. E parecia muito cansado. Estava mais destruído do que Matt depois daquela luta que o levou ao coma. Pelo menos na aparência.

-Oi.-Digo e ele me olha sem humor.

-Desculpa ter te chamado, mas você é o único que sabe. E eles meio que me obrigaram a chamar alguém.

-Tudo bem, não se desculpe odiaria se você não me chamasse. Como se sente?

-Como se tivesse sido atropelado por um trem.

-Você se parece exatamente assim.-Ele da um sorriso pequeno.

-Meu tempo está acabando Enzo. Três meses com sorte quatro.-Ele não parecia dizer aquilo mais com tanto entusiasmo.

-Não diz isso. Você vai viver muito ainda.-Sinto um no se formar em minha garganta e quanto mais eu tento empurra-lo para dentro. Mais ele crescia. Estava difícil engolir, estava difícil não piscar, mas se eu piscasse provavelmente deixaria minhas lágrimas contidas rolarem.

-Enzo obrigada por tudo.-Vou para sua frente e o encaro com minhas lágrimas descendo. Eu não tinha vergonha, não podia me dar ao luxo de ter.

-Não faça isso. -digo com a voz travando, mas tentando parecer firme.

-Não fazer o que?-Os olhos do meu amigo estava banhado. Ele era mais forte que eu e conseguia controlar.

-Não se despeça, nunca.

Star a New DreamWhere stories live. Discover now