90. REPETIÇÕES

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Oi!

Por motivos de força maior 

- uma animada colônia de vírus resolveu me usar de resort, 

e estão dando uma festinha legal hoje -

saiu só MEIO capítulo.

A outra metade dele será postada amanhã, emendada na parte de hoje.

Desculpinha.

Reclamem com os vírus.

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ENRIQUE ACORDOU BEM CEDO, mas não se moveu. Ao seu lado, Sarah dormia profundamente. Sua lista de coisas a fazer no dia era extensa e poderia sair da cama sem acordá-la, mas...

Olhou sem pressa a sua garota. Ela era linda. Dormindo assim, com os cabelos louros e cacheados espalhados no travesseiro e além, parecia uma delicada boneca de louça. A pele rosada era uma perfeição só, os cílios tremiam de leve... Ela devia estar sonhando. Narizinho atrevido, lábios carnudos e apetitosos...

Enrique sorriu de si mesmo e forçou-se a não pensar na delícia que eram aqueles lábios. Seus olhos passearam pelas curvas de sua garota, analisando cada detalhe. Ela era pequena, miúda, leve, esguia... Teoricamente, o tipo de garota que deveria ser protegida o tempo todo.

Teoricamente.

Se ele, Enrique, não fosse capaz de se defender muito melhor do que ela esperava, teria se ferido durante o teste de armas feito por ela no dia anterior. Sarah não tinha vindo para brincadeiras. Tinha vindo para retirar alguns bifes do companheiro desaforado.

De Sarah, seus olhos passaram para a enorme cama onde dormiam, muito maior do que qualquer uma da superfície. Combinava com o quarto imenso. Todo o seu apartamento caberia dentro daquele quarto. E continuaria cabendo mesmo se fosse um apartamento de cobertura, porque o exagero de quarto tinha a altura de quase três andares superficianos. Aquilo lá em cima não devia ser chamado de teto. Devia ser chamado de céu. Dissera isto a Sarah, uma vez. Ela tinha rido com vontade.

– Se você quiser que seja céu, céu será! É só pedir a Durina e vai ter um céu estrelado sobre nós, com Lua e tudo!

Por uns dias, haviam dormido sob o tal céu estrelado. Depois, Enrique mandara o teto voltar ao que era antes.

Ele olhou o teto. É. Podia mandar no teto. E nas paredes e no piso, que mudavam de cor conforme o gosto de Sarah. E nas portas, que abriam quando alguém com vontade de passar se aproximava. E na intensidade de luz do quarto, mesmo não havendo uma só lâmpada ali dentro. E na temperatura, na umidade... Dava até para pedir a Durina uma musiquinha ambiente.

Além do quarto gigantesco, os aposentos dele e de Sarah compreendiam uma igualmente enorme sala de estar, uma sala de reuniões, um gabinete para ela e outro para ele, uma sala de estudos e mais duas salas que simplesmente estavam lá. Havia mais três quartos, quatro banheiros, três aposentos inundados para banho e exercício... Quando tivessem filhos, Durina simplesmente abriria algumas portas e os aposentos contíguos seriam anexados aos deles, para acomodar a família toda.

Enrique tinha protestado, achando aquilo grande demais. Não precisavam de tanto espaço! Sarah levara-o para conhecer os aposentos de seus pais. Eram quatro vezes maiores.

Olho do FeiticeiroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora