83º Capitulo

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Rolo para o outro lado da cama mas em vez de sentir o corpo do Harry do outro lado, como esperava que acontece-se, sinto os lençóis frios contra a pele nua das minhas costas. Abro os olhos e sinto a luz a fazer-me fecha-los novamente.

Onde está o Harry? É a primeira pergunta que me vem à cabeça.

Um suspiro escapa pelos meus lábios, esfrego os olhos como se isso tira-se toda a sonolência do meu corpo e espreguiço-me sentido os meus ossos a estalar. Salto para fora da cama e assim que os meus pés tocam contra o chão frio um arrepio percorre o meu corpo, agarro a camisola do Harry que está no fundo da cama e deslizo-a pelo meu corpo.

"Harry?" Chamo assim que saiu do quarto, aguardo por ouvir uma resposta mas não há nenhuma. Tento perceber se ele está na casa de banho mas não ouço a água a correr e a porta está aberta provando que ele não lá está.

O apertamento parece mais silencioso do que nunca.

Onde será que ele foi?

Procuro na bancada da cozinha alguma nota a dizer que teve de sair e na mesa de centro à frente do sofá mas não encontro nada. Assim que me sento no sofá reparo que deixei o meu telemóvel pousado na almofada depois de ter ajudado o Harry a arrumar a confusão de papéis que vinha para aqui.

Não tenho mensagens do Harry apenas uma do meu pai a dizer: Olá, podemos almoçar hoje?

Respondo-lhe com um sim e rapidamente recebo uma outra mensagem a dizer para ir ter com ele à escola de culinária.

São 10:25 onde será que o Harry foi sem avisar? Ele avisa-me sempre que tem de sair, porquê que foi diferente hoje? Deve ter-se esquecido talvez...

Tento ligar-lhe mas a chamada vai automaticamente para o voice mail. Suspiro irritada por ele não me atender e ter saído sem avisar.

Será que aconteceu alguma coisa? Espero que esteja tudo bem.

Assim que sinto o meu estômago a roncar decido que é melhor comer alguma coisa enquanto espero que o Harry de-ia sinais de vida. Como um iogurte e uma banana sempre com os olhos postos na porta à espera que ela se abra e que o Harry entre, mas isso não acontece. Tomo um banho rápido, seco o cabelo e visto as mesmas roupas de ontem, por não ter trazido nenhuma troca de roupa comigo ontem, quando olho para o relógio são 11:09 e o Harry ainda não disse nada.

O meu instinto grita na minha cabeça para lhe ligar novamente e a chamada vai outra vez para o voice mail.

Desisto!

Agarro na minha mala e saiu do apertamento, se não for agora vou atrasar-me para almoçar com o meu pai. Um senhor de bigode entra no elevador ao mesmo tempo que eu dizendo bom dia ao qual eu retribuo. Olho para a minha expressão irritada que reflecte no espelho, ele podia ter rabiscado num papel que tinha de sair, porquê que não fez isso? Não custa nada!

Enquanto sinto o elevador a descer começo a perceber que não estou apenas irritada com o facto de o Harry ter saído sem me avisar, deixando-me a acordar sozinha e depois não me atender o telefone, estou chateada por ele ontem ter andado a noite toda e o dia inteiro de volta dos ficheiros de todos os criminosos, por parecer que ele sabe de algo que não me está a contar.

Assim que as portas do elevador se abrem o senhor de bigode sai apressado enquanto eu sinto-me a arrastar os meus próprios pés para fora do elevador sentindo-me como se a uma força invisível estivesse-me a proibir de abandonar este prédio.

Assim que saiu para o exterior reparo que me esqueci do casaco, não que esteja um tempo frio mas de certeza que se estivesse um casaco sobre o meu corpo estaria definitivamente melhor.

Mas que bem que este dia me está a correr!

O som do meu telemóvel a tocar faz com que as minhas ações sejam imediatas em retirar o objeto de dentro da mala e, rapidamente sinto um peso a ser libertado pelo meu peito assim que vejo o nome do Harry a brilhar no ecrã.

"Estou?" Digo.

"Rose olá, desculpa não ter dito que ia sair, mas foi muito à pressa" assim que a sua voz diz isso sinto-me a ficar ainda mais irritada.

"Nem tiveste trinta segundos para escrever uma mensagem a dizer 'tenho de sair mas está tudo bem'?" Ouço-o a suspirar do outro lado e consigo imagina-lo a passar a mão pelo cabelo.

"Desculpa okay? Estava mesmo com pressa"

"Tudo bem" olho para os dois lados da estrada antes de me preparar para atravessar.

"Estou a ir para casa agora" ele diz.

"Já me vim embora Harry, vou almoçar com o meu pai." Um silêncio estranho dá-se na linha telefónica.

"Está tudo bem?" Pergunto acabando com o silêncio constrangedor mas antes do Harry poder ter sequer tempo de dizer uma única palavra ouço o som de um carro a apitar e é uma mera questão de segundos até sentir o carro a embater contra o meu corpo e a cair no chão. Ouço vários sons à minha volta, que a cada segundos ou talvez minutos pois o tempo parece passar cada vez mais devagar, ficam cada vez mais baixos até começar deixar dos ouvir, sinto-me como se tudo em mim se apaga de repente e assim que os meus olhos, lentamente, se fecham não voltam abrir deixando-me num estado completamente inconsciente.

Talvez o meu primeiro pensamento tenha sido: será que morri? Se morri irei ter com a Zoe? Voltarei algum dia a vê-la? Irei sentir de novo os seus braços em redor do meu corpo e ouvirei o som da sua gargalhada falsa quando eu contasse uma piada sem graça?

Poderei eu voltar algum dia a sentir isso?

Não. Não poderei porque ela partiu e eu não, porque alguém decidiu matar alguém que era muito importante para mim. Já alguma vez pensaram em como um ato que demora meros segundos, como disparar uma arma é capaz de acabar com uma vida e modificar milhares delas?

É horrível pensar que num espaço de segundos as coisas podem ficar de cabeça para baixo.

"Já não sei o que é um sempre. Eu e a Zoe íamos ser amigas para sempre, os meus pais era a minha noção de felizes para sempre. Todos os sempres que eu achei que tinha perdi-os"

"Então vou ser o teu nunca para nunca me perderes" um pequeno sorriso desenha-se nos seus lábios e fico feliz por ser a razão daquele sorriso.

Lembro-me da conversa que tive com o Harry sobre um sempre não poder existir, lembro-me de ir estar à frente do caixão da Zoe e pensar que não podemos ser amigas para sempre, lembro-me de pensar inúmeras vezes que a palavra sempre é impossível de ser real, se um humano não for imortal não terá a capacidade de viver para sempre, se humanos não forem imortais não têm nenhum sempre, apenas têm um espaço de tempo limitado até morrerem. É um ciclo vicioso sem princípio nem fim.

O Harry prometeu-me ser o meu nunca, talvez isso não faça sentido nenhum, talvez até faça algum, não sei na verdade... Apenas sei que o amo e que ele é o único pilar que está a segurar a minha vida, é a única coisa que não me deixa ir abaixo.

E se por acaso eu tivesse morrido simplesmente por um carro ter embatido contra mim fico feliz por ter sido a voz dele a ultima voz que eu ouvi, fico feliz por ele ter sido a ultima pessoa a habitar nos meus pensamentos.

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Olá meus anjos!

Quero muitoooo as vossas opinioes e comentários sobre este capitulo, o que o terá Harry andando a fazer? O que irá acontecer com a Rose? Contem-me o que acham.

Para a semana acabam-se os testes, graças a deus, hoje estive o dia todo a estudar porque a minha stora de biologia achou boa ideia dar-nos um teste de 10 paginas a uma segunda feira. Já viram a minha sorte?

A partir deste fim de semana vou tentar publicar o máximo de vezes possível vou compensar estas semanas que apenas têm tido um capitulo pequeno.

Lembram-se de já vos ter falado sobre uma segunda temporada? Já estive a pensar melhor sobre isso e ela vai existir por isso preparem-se porque quando chegar ao cem capítulos irá haver uma temporada nova cheia de mistérios

Love You!

Always | H.S |Where stories live. Discover now