82º Capitulo

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Assim que o táxi para já consigo ver o prédio onde o Harry vive, retiro uma nota da carteira e pago ao taxista. Abandono o táxi e persigo pela rua que apenas já é iluminada pelo céu em tons alaranjados até estar em frente à porta do prédio, uso a chave que anteriormente o Harry me deu para abrir aporta.

Os meus sapatos fazem barulho contra o chão de mármore enquanto dou passos lentos até parar à frente do elevador enquanto espero pacientemente para que este se abra.

A minha cabeça está a mil, "Não comentes isto com ninguém, se faz favor" as palavras de Lanie brilham na minha cabeça, tenho de falar com o Harry, quer dizer eu não tenho apenas sinto uma necessidade do tamanho do mundo de falar com ele sobre isto.

Tu pensas é que o Harry sabe qualquer coisa e que assim que falares neste assunto ele vai dizer-te que a Zoe anda viva por ai. Atira o meu subconsciente e sinto um arrepio a descer pelo meu corpo.

As portas do elevador abrem-se, carrego no botão que vai dar ao andar do onde o Harry vive e mantenho-me demasiado ocupada com os meus pensamentos para conseguir pensar na rapariga perdida que reflecte no espelho.

Quando as portas do elevador se abrem sou puxada para fora dos meus pensamentos, caminho pelo corredor com tons de castanho até parar em frente da porta do Harry. Com os nós dos dedos bato à porta, brinco com os meus dedos enquanto espero que está seja aberta, e, talvez por culpa da ansiedade que domina no meu corpo sinto o meu coração a apertar e o meu estômago a contorcer-se.

"Rose?" A voz surpreendida do Harry faz-se ouvir. "Entra" ele afasta-se enquanto a sua mão puxa os cabelos para longe da sua cara e eu entro.

Volto-me para trás e reparo no seu ar cansado, as olheiras por abaixo dos seus olhos não estão nada disfarçadas, isso leva-me logo a questionar se ele por acaso dormiu está noite.

"Pareces tão cansado. Está tudo bem?" Pergunto enquanto fixo os seus olhos verdes. As suas encaixam-se na parte de trás da minha cabeça e ele beija os meus lábios suavemente e lentamente.

"Estou bem apenas dormi mal" ele afasta-se de mim e prossegue até à sua sala.

O sofá está completamente preenchido por folhas e mais folhas, tal como o chão, tudo está desorganizado e automaticamente percebo porquê que o Harry parece cansado.

Ele esteve a ver todos estes ficheiros de criminosos.

"Tentei ligar-te" digo.

"Não sei onde deixei o telemóvel" responde mas não fico chocada por saber que ele perdeu o telemóvel nesta sala super desorganizada, parece que passou um tornado por aqui.

"Estiveste toda a noite a ver os ficheiros?" Olho para ele que se senta no banco da cozinha enquanto olha para mim.

"Não conseguia dormir então fui fazer algo produtivo" ele encolhe os ombros e aproximo-me mais dele.

Preciso de lhe contar.

Deixo um suspiro fugir dos meus lábios antes de começar a falar.

"Aconteceu uma coisa hoje..." os seus olhos ensonados ficam logo mais despertos no exato momento em que eu falo. "A mãe da Zoe achas que a Zoe está viva" digo rápido e reparo que pela primeira vez disse 'a Zoe está viva' e nem sei o que sinto em relação a isso, em relação a dizer que alguém que morreu pode estar vivo, tendo em conta que isso é a coisa mais impossível de todas.

"Calma, a ela acha que a filha está viva?" Assinto com a cabeça. "Porquê?" Pergunta o Harry segundos depois.

"Ela disse que recebeu uns presentes recentemente e acha que foi a Zoe que lhos enviou" cruzo os braços sobre o peito e finto o chão.

Ela morreu e os mortos não voltam dos vivos.

"Rose, sabes que isso é impossível certo?" Alevanto o meu olhar para se cruzar com o verde do Harry.

"Harry claro que sei, mas ainda há parte de mim que acha que ela vai entrar um dia pela porta. Sei que é impossível e louco mas porra! Sinto tantas saudades dela." Harry alevanta-se do banco e rodeai-me com os seus braços, encaixo a minha cabeça no seu pescoço e expiro o seu cheiro.

"Eu amo-te" digo-lhe.

"Eu também te amo, muito mesmo. Nunca te esqueças disso." Afasto a minha cabeça para conseguir olhar para a sua cara e ele deixa um beijo na minha testa. "Fica comigo esta noite" ele pede e a minha vontade de recusar está oferta é inferior a zero.

"Okay"

"Rose, ela foi ter a tua casa e disse-te isso simplesmente?"

"Sim, bem, primeiro pediu-me desculpas por ter preferido a minha morte à morte da filha, fez um discurso sobre como isso tinha sido o seu pensamento mais egoísta e depois disse-me que andava a receber uns presentes que ela acha que são da Zoe" as sobrancelhas do Harry erguem-se.

"Ela sabe que o marido a traiu?" Harry pergunta.

"Não sei... mas ela não me disse nada sobre isso"

"Ela pode ter enlouquecido Rose, por vezes as pessoas perdem-se nelas mesmas e simplesmente ficam pressas nas suas mentes esquecendo-se da realidade"

"Pois... Eu pensei que poderia falar com o Billy ver se ele sabe de alguma coisa, mas depois do que aconteceu acho que se o vir vou ter vontade de lhe bater" o polegar do Harry acaricia a minha bochecha.

"Esquece simplesmente o assunto, okay? Não faz sentido nenhum o que ela te disse" Harry dá um pequeno sorriso.

Ele tem razão, não posso ficar presa ao que a Lanie me disse não depois de ter aceitado a sua morte, não sem nenhuma prova.

"Encontras-te alguma coisa?" Aponto para a confusão de papeis no sofá e Harry abana a cabeça lentamente.

"Nada"

"Estiveste a noite inteira e todo o dia naquilo não foi" segundos depois ele responde.

"Tenho de encontrar a pessoa que os matou, sinto que estou tão perto mas ao mesmo tempo tão longe"

"Devias ir dormir Harry" digo olhando para as olheiras debaixo dos seus olhos.

"Eu vou, mas vens comigo" a sua mão agarra no meu pulso e puxa-me suavemente atrás dele até ao seu quarto. É como se entrasse noutro mundo, o quarto dele parece o sitio mais arrumado do mundo comparado com a sala mesmo com um par de calças amarrotado ao fundo da cama.

Descalço as minhas botas e retiro o casaco deitando-me logo a seguir ao lado do Harry na cama, não tenho sono mas a ideia de ficar no silêncio a ver o Harry a dormir parece-me a ser a melhor coisa que posso fazer no dia de hoje.

Os nossos olhares estão presos um no outro até que lentamente os seus vão se fechando e ele cai num sono profundo, parece descontraído, parece um anjo. O meu anjo.

"És a melhor coisa da minha vida" digo-lhe baixinho para não correr nenhum rico do acordar e fico ali apenas a observa-lo a dormir.

Quando será que isto vai acabar? Quando será que o assassino vai ser preso e a justiça ser finalmente feita? Quando será que eu e o Harry teremos a nossa paz? Quando irá a minha vida ser normal novamente?


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Olá meus anjos, voltei!

Juro que pensava mesmo que não ia conseguir publicar hoje mas felizmente consegui! Mais uma vez o capitulo não está muito grande mas eu não tenho tido tempo nenhum mesmo, nesta semana cheguei três dias a casa as oito da noite, tive de estudar para os teste e ontem não tive em casa. Basicamente escrevi este capitulo hoje desde as seis da tarde.

De qualquer das formas falta menos de um mês para entrar de ferias e ai vou ter muito mais tempo para me dedicar à fic.

Sei que este capitulo não teve muita ação e foi parado mas também foi muito importa para acontecimentos futuros. Podem contar que algo vai acontecer.

Não sei mais o que dizer por isso até ao próximo capitulo e espero que apesar deste ter sido muito parado que tenham gostado dele.

Love You!!

Always | H.S |Where stories live. Discover now