72º Capitulo

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A escuridão reinava completamente no quarto com exceção da luz do pequeno candeeiro da mesinha de cabeceira. A minha cabeça que estava deitada sobre o peito do Harry dava-me uma enorme sensação de conforto enquanto o meu indicador passavam por todas as linhas negras das seus tatuagens que cobriam partes da sua pele. Nunca pensei que pudesse vir a gostar tanto delas.

"Harry?" Chamo-o e como ele não me responde e nem sequer se mexe automaticamente sei que adormeceu. Saiu de cima do seu peito, observo por segundos o seu rosto adormecido com os seus lábios entreabertos e com um ar relaxado. É tão bonito.

"Boa noite, Harry" digo perante o seu estado inconsciente, dou um pequeno beijo nos seus lábios e deixo a minha cabeça bater contra a almofada.

A última vez que vi as horas eram quase duas da manha, e, definitivamente, não deveria sentir-me tão desperta. Não devia ter adormecido a meio da tarde.

Respiro fundo e saiu para fora da cama, puxo os cobertores para taparem o peito nu do Harry, apago a luz e saiu do quarto fechado a porta atrás de mim.

Ando pelo corredor às escuras até encontrar um interruptor que me ajuda a iluminar a divisão. Respiro fundo sentindo o ar a entrar pelos meus pulmões e sento-me no sofá, puxo as pernas contra o peito e memórias vagas do dia de hoje invadem a minha cabeça.

Não quero ter e pensar que, mesmo, que o meu pai tenha saído com o meu tio de certeza que ele já chegou a casa a esta hora, de certeza absoluta que está a dividir a cama com a minha mãe neste momento.

Esse pensamento faz um arrepio descer pelo meu corpo.

Olho para o televisor negro e depois para o pequeno móvel ao lado. A fotografia de família do Harry que há já bastante tempo eu mexi, continua lá. Alevanto-me do sofá caminho até ao móvel e volto a pegar na moldura. Observo um pequeno Harry com a sua família, é tão estranho ele só ter está fotografia da sua família, tão antiga mas ao mesmo tempo tão bonita.

Lembro-me dele contar-me que o seu pai morreu dois anos, exatamente, depois de tirarem está foto.

Não me consigo imaginara viver sem o meu pai. Bem, há três meses e meio também não me imaginava a viver sem a Zoe e cá estou eu.

Sei tão pouco sobre a sua família, apenas sei que o seu pai morreu, não faço ideia como, que tem uma irmã que ele aparenta gostar bastante e que a sua mãe faz uma boa lasanha. Gostava que ele partilha-se mais sobre coisas destas sobre a sua família, os seus amigos e este tipo de coisas...

Talvez eu deva simplesmente perguntar, acho que ele responderia às minhas perguntas. Também ainda sinto que tenho tanto para descobrir sobre ele, por vezes sinto que o conheço completamente, mas, por outras, às vezes penso que ainda existem partes do Harry que eu não conheço e essa ideia deixa-me desconfortavelmente curiosa.

Volto a pousar moldura no seu devido lugar e tenho vontade de abrir as gavetas deste móvel para ver se encontro mais fotografias mas tenho medo que o Harry se chateie. Mesmo assim deixo que a minha curiosidade conduza as minhas mãos para puxar a primeira gaveta.

Ao menos quando bisbilhote-o não penso nos meus pais.

Vejo lá dentro um caderno de capa verde juntamente com outros cadernos. Fecho a gaveta e abro a próxima, fico satisfeita quando vejo uma fotografia, agora mais recente do Harry com a sua irmã. O seu cabelo está muito mais curto e puxado para cima, nota-se uns caracóis mais pequenos dos lados da sua cabeça e tem um grande sorriso na sua cara. A sua irmã, que ele me disse que se chamava Gemma, ao seu lado com uma trança espinha num tom de cabelo diferente do loiro que eu vi quando os encontrei os dois juntos no centro comercial, agora está num tom ruivo, ela sorri enquanto segura num copo que parece ter um batido. Está uma fotografia bastante gira.

Always | H.S |Where stories live. Discover now