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73º Capitulo

                  

Saio do carro do carro do Harry, carrego no botão que o faz trancar-se e guardo as chaves na minha mala.

Depois decidir que tinha coisas para fazer como vir falar com o meu pai, mesmo sem saber o que lhe dizer sinto uma necessidade esmagadora de falar com ele. Harry disse-me que podia levar o seu carro, de acordo com o que ele disse iria com o Louis a um sítio, que não mencionou onde era, e que não iria precisar dele durante a tarde.

Paro à frente da porta branca e abro-a depois de olhar para o relógio e de ver que apenas faltava quatro minutos para o meio-dia.

Empurro a porta e logo consigo ouvir a voz do meu pai.

"Bem, vejo-vos amanhã à mesma hora" assim que começo a ver as bancadas em fila com as pessoas todas a arrumarem as suas coisas para se irem embora confirmando-me que a aula de culinária do meu pai chegou ao fim.

"Rosie?" Viro-me para trás para ver Claire que transporta um sorriso nos lábios.

"Olá!" digo fazendo de tudo para parecer o mais bem disposta possível o que neste momento era uma tarefa complicada.

"Então vieste mesmo no fim?" Ela atira os seus cabelos ruivos para trás das costas e ajeita a mala que está pressa no seu ombro.

"Sim pensei que-" assim que sinto uma mão a pousar nas minhas costas paro de falar.

"Vieste fazer-me uma visita?" O sorriso que o meu pai transporta na cara faz o meu coração afundar-se. Ele não vai sorrir quando souber da verdade.

"Sim, pareceu-me uma boa ideia" dou um sorriso.

"Então vamos todos almoçar, Claire vêm connosco" ela pisca os seus olhos azuis e olha para mim antes de fixar-se no meu pai.

"Claro" ela volta a sorrir.

Mas será que hoje é o dia mundial do sorriso e eu sou a única pessoa que não sente vontade de sorrir?

***

"Depois Michael começou a fugir do cão e nós ficamos todos a rir-nos dele enquanto ele fugia e abanava os seus braços ao mesmo tempo" o meu pai abana os braços de uma maneira cómica enquanto conta a sua história.

Claire ri-se das histórias de infância que o meu pai decidi-o que seria boa ideia contar, já eu sinto-me perdida aqui no meio a dar sorrisos falsos e gargalhadas secas.

O garfo espalha o arroz pelo prato e por mais que eu tente comer não tenho fome, não aguento ver o meu pai aqui todo contente a contar histórias da sua vida e a rir-se às gargalhadas enquanto existe uma probabilidade da minha mãe estar com o Billy.

A ideia deles os dois juntos enoja-me e afasto o pensamento.

Ontem à noite a minha mãe ligou-me só que a minha vontade de falar com ela era tão reduzida que a minha reação foi o meu dedo pressionar no sítio onde dizia desligar. O que poderia falar com ela depois do que aconteceu? Como poderia sequer sentir vontade de ouvir a sua voz?

O som do meu telemóvel a tocar faz a mesa ficar em silêncio, o meu pai e Claire olham ambos para mim enquanto eu retiro o telemóvel da minha mala que está presa na cadeira e vejo o nome do Harry a preencher o ecrã.

"Desculpem, tenho de atender" digo e rapidamente o meu pai continua a falar.

Nem sequer me lembro do que eles estavam a falar.

Saio do restaurante o mais rápido possível para que a chamada não se desligue e quando chego à rua rapidamente atendo.

"Estou?" Digo.