27º Capitulo

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Em pequenas garfadas levava o empadão à boca, e não é para me gabar do meu pai ser um excelente cozinheiro, mas o empadão dele é capaz de ser o melhor empadão do mundo.

Comia devagar, talvez porque quisesse que a boa refeição dura-se mais tempo ou apenas porque estava demasiado distraída para comer sequer.

Os meus pais falavam de alguma coisa que neste momento não era definitivamente do meu interesse, economia, era disso que eles falavam.

Não conseguia, por mais que tenta-se, deixar de pensar no Harry e no nosso beijo. O nosso segundo beijo e meio, deveriam ser três beijos mas um foi interrompido por Daniel, no mesmo dia em que o Harry afirmou não precisar de mim.

"Fui ver a Zoe ao cemitério" ao dizer isto, os meus pais deixaram de ter conversas-desinteressantes-de-adultos e fixaram os seus olhos em mim, como se eu não fosse eu, mas sim uma espécie de criatura esquisita.

"Oh, isso bom filha" a mão da minha mãe pousa sobre a minha e neste momento eu percebi que os meus pais não faziam a mínima ideia do que dizer.

"Sinto-me bem por lá ter ido" afirmo e um sorrio forma-se na cara da minha mãe e do meu pai.

Um momento de silêncio forma-se e o único barulho que se ouve é os talheres baterem contra o prato. Por um momento penso em perguntar se eles sabem alguma noticia sobre Lanie e o Billy, os pais da Zoe, visto que a ultima noticia que eu tive deles foi me dada pelo Liam a dizer que eles lhe tinham contado que o caso do assassinato da Zoe tinha sido fechado.

"Como estão o Billy e a Lanie?"

"Não tenho falado com eles recentemente, mas acho que estão bem, tirando a parte do que aconteceu com a Zoe" a minha mãe diz e logo de seguida volta a falar com o meu pai, mas já não sobre economia, mas sim sobre as aulas de culinária do meu pai.

Alunas de culinária, ó pois não me posso esquecer de ligar à Claire, visto que eu ignorei a sua chamada, mas não estou com muita vontade que me ela me pergunte porquê que o Harry me arrastou para fora do restaurante quando estávamos a almoçar.

Pouso os meus talheres sobre o prato assim que acabo de comer, é uma questão de poucos minutos até a minha mãe começar a levantar a mesa, pego no meu prato e pouso-o na máquina de lavar loiça e sem dizer nada pisgo-me para o meu quarto onde me deixo cair sobre a minha cama e agarro no telemóvel onde vejo duas chamadas não atendidas da Claire, ligo-lhe.

POV Anónimo

O fumo do cigarro desenvolvia-se no ar e a ponta deste brilha no quarto pouco iluminado, a garrafa de whisky sobe até o gargalo tocar nos meus lábios e logo, rapidamente, dou dois logos sentindo o álcool a queimar sobre a minha garganta.

Apago o cigarro no cinzeiro e remexo-me sobre o assento e os meus cotovelos caem sobre a mesa da cozinha fazendo um barulho pouco agradável. Arriscar e entrar na casa da miúda foi ariscado, e um plano um pouco precipitado, mas deu-me um trabalho do caralho certificar-me que a vizinhança não iria ouvir o barulho da arma. As suas mãos termião de medo de uma forma surpreendente e o seu choro quase me deu pena, mas eu sabia que aquele ato só teria benefícios sobre mim. A forma como o controlo que sentia naquele momento me fez sentir como se fosse o rei do mundo, a maneira de como a pequena rapariga pensou que iria morrer, mas verdade, eu poderia ter-lhe estoirado os miolos, bastava apenas um mero click na minha arma para acabar com a sua vida miserável.

Mas esse não era o meu plano, eu não a queria matar, não agora, se eu fizesse isso iria ter uma data e chatices e poderia acabar atrás das grades, e esse definitivamente não é o meu plano, eu arrisquei muito para ter tudo isto e agora não poderia deixar que um estúpida miúda estragasse tudo. Quando eu escondi-me na sua cozinha até ouvir os passos apressados do Styles a subir as escadas para ir acalmar a donzela percebi que tinha toda a situação controlada.

Always | H.S |Where stories live. Discover now