semi-iced latte

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— Com licença... – a voz chamou, finalmente despertando a atenção do atendente, que estava ocupado demais revirando alguns canudos coloridos sobre a mesa extensa que usaria para preparar os pedidos de seus clientes.

Harry estava indignado. Havia chamado aquele rapaz algumas vezes e apenas na quinta tentativa obteve algum tipo de resposta. O garoto dos cabelos encaracolados e olhos verdes não conseguiu conter a careta que tomava conta de seu rosto, começando a pensar se talvez o problema fosse seu tom de voz baixo o suficiente para passar como despercebido pelo sujeito que resmungava do outro lado do balcão.

Louis fez um único movimento, virando-se em direção ao som daquela voz e encarando o garoto com sobrancelhas franzidas e braços cruzados. Bufou de forma discreta, para que aquele primeiro cliente do dia não fosse capaz de perceber. O rapaz realmente não estava entusiasmado com a ideia de preparar algumas bebidas logo naquela hora da manhã, mesmo que fosse necessário, já que aquela tarefa fazia parte do seu novo emprego.

— Posso ajudar? – perguntou, aproximando-se do balcão e apoiando parte dos braços na superfície. Agradecia pelo fato de que aquele garoto estava distraído o suficiente para não perceber que Louis mantinha-se equilibrado na ponta dos pés, simplesmente para permanecer na mesma altura do cliente e encara-lo de forma direta.

Apesar da incrível demora, Harry estava entusiasmado com o fato de que seria atendido por uma outra pessoa que não fosse o Senhor Morgan. O homem vivia lhe dizendo para tentar ser gentil o suficiente com qualquer outra pessoa que começasse a trabalhar naquele estabelecimento, mesmo que Harry fosse uma das pessoas mais educadas e solidárias que James já teve o prazer de conhecer.

— Pode. – Harry afirmou, abrindo um sorriso enorme em seu rosto e tombando sua cabeça para um dos lados. Cantarolou, observando o amplo painel acima da cabeça do atendente enquanto concluía mentalmente seu pedido. – Eu quero... – mordeu uma pequena parte de seu lábio inferior. – Eu quero... – Louis suspirou alto, começando a trambolhar os dedos de uma de suas mãos na superfície plana do balcão.

Era confuso demais para Harry, e frustrante, ao mesmo tempo. Sabia que se perguntasse sobre a sugestão do dia, o novo atendente certamente soltaria uma alta gargalhada e perguntaria o quão louco aquele garoto era.

— Você quer... – o rapaz dos olhos azuis arrastou a voz e abanou uma de suas mãos no ar, incentivando seu primeiro cliente do dia a decidir-se.

— Oh, já sei! – Harry exclamou, dando um pequeno pulo no lugar onde estava. – Você pode me preparar um café expresso semigelado preenchido com metade caramelo e metade baunilha feita com leite de amêndoas, com chantilly em cima salpicado por canela e uma cereja fresca no topo? – perguntou, olhando atentamente para o atendente, que mantinha as duas sobrancelhas franzidas e uma fenda na região de sua boca. Ao perceber a demora para receber alguma resposta, insistiu: – Por favor?

Louis arregalou os olhos, perguntando a si mesmo se ele realmente seria obrigado a responder ou até mesmo opinar sobre aquele desejo de Harry.

Tombou a cabeça para um dos lados, deixando um pequeno riso escapar de seus lábios e esperando a expressão facial que demonstrava pura indignação tomar conta de seu rosto.

Abriu a boca enquanto Harry alargava o sorriso, arrependendo-se logo em seguida pela resposta que obteve:

— Não! Mas que merda é essa?


coffee shop // larry stylinsonWhere stories live. Discover now