Alguns minutos depois, ele estacionou em frente a uma fachada de tijolos claros, com grandes janelas. A placa discreta dizia Clay & Coffee.
Lissie franziu levemente a testa ao ler.
— Isso é… uma cafeteria?
— É uma cafeteria e um estúdio de cerâmica. — explicou ele, com um sorriso satisfeito. — Achei que podia ser um jeito de você relaxar. Não exige muito, não tem a ver com hospital… e ainda tem café, o que já é um bônus.
Ela olhou para ele com uma expressão difícil de decifrar — um misto de desconfiança e diversão.
— Cerâmica. Sério, Halstead?
— Ei, não julga antes de tentar. — disse ele, descendo do carro. — Quem sabe você descobre um talento escondido.
Ela o seguiu para dentro, onde o ambiente tinha cheiro de argila úmida e café recém-passado. O espaço era aconchegante, com prateleiras exibindo peças prontas e mesas cobertas por ferramentas de modelagem.
Uma funcionária simpática os recebeu, explicando rapidamente como funcionava: cada um poderia escolher um pedaço de argila, modelar do jeito que quisesse e, se quisessem, deixar a peça para que fosse queimada e esmaltada depois.
Lissie ficou olhando para o bloco de argila na frente dela como se fosse um enigma médico.
— Não faço ideia do que fazer com isso.
— Não precisa pensar muito. — disse Jay, já começando a amassar a própria argila. — É só… deixar as mãos fazerem o trabalho.
— Fácil pra você dizer. — respondeu ela, arqueando a sobrancelha, mas ainda assim colocando as mãos na argila.
No começo, Lissie parecia hesitante, quase rígida, mas aos poucos seus movimentos ficaram mais naturais. O silêncio confortável entre eles foi preenchido apenas pelo som das mãos trabalhando na argila e o aroma de café no ar.
Jay lançou um olhar de lado, notando que ela parecia menos tensa.
— Tá vendo? Não é tão ruim assim.
Ela ergueu os olhos para ele, com um meio sorriso.
— Eu disse que não era ruim?
— Não disse… mas não parece que vai fugir correndo também.
Ela balançou a cabeça, ligeiramente divertida, e voltou à sua peça de argila.
Depois de um tempo, Jay comentou:
— Sabe… você devia fazer isso mais.
— O quê?
— Qualquer coisa que não envolva hospital. — Ele a olhou de lado. — Trabalho é importante, mas você também precisa de um pouco de espaço pra respirar.
Lissie não respondeu de imediato. Continuou alisando a argila com o polegar, o rosto sério mas não fechado.
— Talvez. — disse por fim, com a voz baixa. — Mas eu não sou muito boa com distrações.
— Ninguém é no começo. — respondeu ele, sem insistir demais. — Mas todo mundo precisa delas.
Ela lançou um olhar breve para ele, como se fosse dizer algo, mas desistiu.
A tarde passou de maneira surpreendentemente leve. O resultado final de ambos era desajeitado, mas isso só rendeu algumas risadas baixas.
Na saída, Jay carregava a pequena peça de argila que havia moldado, enquanto Lissie colocava as mãos nos bolsos do casaco para protegê-las do frio.
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Invisible String
Romance‧₊˚♡ "Something wrapped all of my past mistakes in barbed wire ‧₊˚♡ Chains around my demons Wool to brave the seasons...
