The way to death || Taekookmin, Vkookmin

lúpus e paternidades

Jungkook não conseguia pregar os olhos um segundo, tanto que optou por ficar com todos os turnos da noite. Pela manhã, Taehyung acordou no mesmo horário de sempre, seria seu turno até que todos acordassem, mesmo sentindo que Jk estava no posto, ele iria lá.
— Vá dormir.
— Tranquilo.
— Não pedi, mandei você ir dormir.
— E desde quando você manda em mim?
— Desde que você é o pai do meu filho — aquela frase saiu tão confusa, tanto de entendimento quanto de “oque esse cara tá falando?”
— Oi?
— Sou lúpus, quando eu estava transando com ele ontem eu senti que não era meu.
— Poupe-me… tô nem aí se transaram — suspirou — você tem certeza?
— Não, tô falando só porque eu não quero ser o pai — revirou os olhos — Eu amo meu ômega, nada e ninguém vai me tirar dele, muito menos você, mas aquele bebê não é meu.
Taehyung deixou sua postura sempre firme e confiante desabar, seus ombros encolheram se, ele até teve pesadelos com isso, pois tinha certeza absoluta do que estava falando, aquela criança não era sua.
— Eu não sei o que falar.
— Escuta desgraçado, não tem nada que será feito, você é o pai porque fez, mas eu vou ser o pai, o único.
— Sabe que o lobo da criança vai te rejeitar, ele vai procurar a mim.
— Eu devia ter te matado quando pude.
— Taehyung, cara foi mal, mas me explica uma coisa… cara eu nunca mais transei com o Jimin, a última vez foi no dia que tudo isso aconteceu com o mundo.
— Não fala como se fosse tranquilo transar com meu marido — deu um empurrão no outro alfa, mas nada agressivo — Eu sou corno, meu ômega tá grávido de outro… é uma desgraça mesmo.
— Mas pelo menos você tem uma coisa que eu nunca vou ter… — JK falou baixo, mas ainda recebeu a atenção do alfaa — Você tem ele… o Jimin é o amor da minha vida, eu sempre fui apaixonado nele desde a primeira vez que nos vimos, eu fiquei louco quando ele foi embora de Busan, quase me matei, entrei em uma depressão profunda… aí tive a chance de ir para a capital, mas eu já não tinha esperanças de reencontrar ele, bom, reencontrei, mas ele estava casado.
Taehyung estava ouvindo Jungkook, mesmo se segurando para não fazer o moreno engolir os dentes.
— Sabe Taehyung, eu sempre quis saber como é poder ficar com ele para a vida toda, poder abraçar ele, beijar ele sem ser escondido, sempre que eu tive ele foi escondido pra ninguém saber… no passado era os pais dele e depois o marido — suspirou triste — você tem o amor da minha vida Taehyung, não me tire a chance de ter algo com ele, um laço.
— Tiro sim — o sargento respondeu sem rodeios — Eu o amo, a única coisa que fará ele ficar com você é se eu morrer — olhou o sol saindo de trás das árvores — Fim de conversa, não quero dividir nada com você, isso nunca vai acontecer.
— Ele sabe?
— Não, também não saberá ou eu te mato.
— Você não quer fazer isso.
— Eu quero muito, eu só não fiz agora porque sei da sua importância durante a gestação, mas depois que ele nascer as coisas irão mudar.
— Eu vou contar pra ele.
— E ele não vai acreditar em uma palavra, eu falei que senti que o bebê é meu, adivinha, ele ficou muito feliz.
— Sério isso? De manhã cedo os dois aí brigando?
A conversa dos dois foi interrompida pelo próprio ômega, Jimin. Ele estava um pouco descabelado, o vento fraco da manhã fazia sua camisa larga levantar um pouco. Visivelmente o ômega estava mais gordo, nem de longe parecia ser o mesmo ômega esbelto.
— Não estávamos brigando, apenas acertando algumas coisas — o sargento respondeu — Já falei que o bebê é meu, o meu lúpus sentiu e estou falando pra ele nos deixar em paz.
— Tae… eu pedi pra não contar nada — Jimin ficou triste — eu deveria ter falado.
— Você sabe que é mentira, né? Esse bebê é meu! — JK disparou irritado, Taehyung não tinha esse direito.
— Kook… — o ômega segurou a camisa para que parasse de levantar — Eu… eu não queria que passasse por isso, me perdoa.
— Jimin eu sou o pai — Jungkook se aproximou do ômega, mas o sargento o empurrou fácil — Ele está mentindo, falou pra mim que eu sou o pai, ele sentiu isso.
— Tá maluco? Eu nunca falei isso — Taehyung segurou a mão do ômega — vá descansar, você precisa de repouso.
— Depois a gente conversa — Jimin direcionou ao moreno. Após isso, obedeceu seu marido e saiu dali.
— Por que diabos fez isso? — Jungkook perguntou ao lúpus.
— Eu não vou poder fazer nada contra você até o bebê nascer, aproveite isso como garantia de vida, você tem uns sete meses de vida.— Hoseok parou um pouco distante dos dois, ele apenas acenou para JK o acompanhar— Vai lá, e pensa no que falei, pense nisso como uma trégua.
Jungkook apenas saiu de perto do alfa.
— Bom dia Jeon, o que estavam falando?
— Preciso te contar umas coisas sérias.
Os dois foram andando em direção a mata, Hoseok tinha mesmo que ajudar Yoongi a procurar comida então seria uma boa os dois irem juntos.
Bastou uns minutos juntos e JK contou tudo ao seu amigo, Hoseok estava pasmo.
— Então ele falou pra você a verdade e mentiu para o Jimin…
— Sim, agora o Jih acha que o pai é o Taehyung, mas na verdade sou eu.
— Mas não tem como manter isso por muito tempo, o lobinho vai rejeitar o lúpus, vai adoecer o Jih.
— Temos o Jin — Jungkook falou mesmo sabendo que o beta não vai ajudar em nada, pois simplesmente não vai concordar em ajudar — Ele é obstetra, trabalhou por anos atendendo exclusivamente ômegas machos, ele vai ver isso.
— Você sabe que o Jin é totalmente confidente ao Jimin, né?
— Eu não sou confidente a ninguém — os dois deram um salto pelo susto que foi topar de cara com o beta fazendo seu xixi matinal — eu só cuido da minha vida.
Sem nenhuma preocupação, o beta balançou seu pênis e o guardou novamente dentro de suas calças e só assim encarou os dois.
— Jin, você sabe quando o bebê rejeita um alfa que não é o pai?
— Sim, mas garanto pra vocês que isso não é da minha conta, não sou mais obstetra, sou apenas um beta sobrevivendo.
— Cara me ajuda, acho que o Jimin está sendo enganado, eu sou o pai do bebê dele, mas o Taehyung o enganou falando ao contrário.
— Problema de vocês, o que farei é ajudar no parto, mas todos sabemos que sem um hospital e os devidos equipamentos os dois vão morrer — colocou as mãos dentro dos bolsos — O certo seria arriscar tirar essa criança, mas assim, no estágio avançado que já está, impossível.
— Estágio avançado? Não faz tanto tempo assim, percebemos naquela farmácia.
— Sério que são tão burros? — o beta até sorriu — O Jimin está quase parindo, ele sabe disso.
Passou entre os dois indo em direção ao acampamento, mas para trás deixou dois alfas super confusos.
— Como assim quase parindo? — Hoseok olhou o amigo— Faz quanto tempo que vocês estão juntos?
— Não tanto… mas tem sei lá, uns… sete meses?
— acha que ele tá grávido desde que começaram?
— Sem chances…
— Meu Deus tudo só piora por aqui…
Enquanto isso, Jimin resolveu ajudar em alguma coisa, estava odiando essa de ficar apenas existindo. Ele recolheu sozinhos a bagunça do jantar passado, as latas vazias. Naquele momento ele estava sozinho no acampamento, todos os alfas estavam ocupados em alguma coisa, até mesmo a alfa fêmea.
— Aff que canseira — alisou sua barriga, por um instante ele ficou pensando em como vai ser colocar essa criança para fora e só em pensar ele quase surtou — Por favorzinho bebê, não mate seu omma… mas se matar, sobreviva… seus papais são lindos…
Voltando ao trabalho, ele resolveu dar um toque de ômega no acampamento, pegou um saco e adentrou a mata em busca de flores.
Enquanto caminhava, ele ia se distraindo cada vez mais com seus pensamentos de como será depois do nascimento do seu filho, afinal, nada é mais como antes. Não percebeu quando saiu da mata para um campo limpo, mas quando notou se impressionou com o tamanho da casa que tinha logo à frente, poucos passos de onde estava.
— Uau… — rapidamente já idealizou seu bebê correndo por ali, seus alfas e companheiros de sobrevivência em paz cultivando em paz… um recomeço…
— Ei! — mas seus pensamentos foram interrompidos por um chamado alto, logo ele viu dois homens enormes parados de frente a casa, eles olhavam fixamente para si.
— Meu Deus! — Soltou o saco com as flores e rapidamente correu para dentro da mata novamente, mas ouviu que os dois estavam vindo atrás dele — Socorro!
Não dava pra correr muito, seu pé ainda estava muito dolorido e também era difícil correr de dois alfas, sim, eram alfas e por isso Jimin estava desesperado.
Infelizmente não dava pra fugir, ele saiu sem avisar e estava longe do acampamento.
— Olha só o que temos aqui — um dos alfas segurou firme o ômega e o forçou a olhar pra frente — Que delícia de ômega, faz tanto tempo que não comemos um.
— Não assuste ele — o outro soltou uma risada nojenta, os dois eram nojentos.
Jimin estava desesperado, chorando igual uma criança, ele estava com medo.
— Vamos, nosso pai vai gostar de saber que temos um ômega agora.
— Me larguem! Por favor me deixem em paz, eu estou grávido!
— Melhor ainda, posso gozar a vontade — eles estavam fedendo muito, eram sujos e nojentos — O lado ruim é que você não vai aguentar nada, não vai durar nada nas nossas mãos
— Chega de papo e vamos logo — foram levando o ômega em direção a casa.
No acampamento, Yoongi, Hoseok e Jungkook logo voltaram, acharam estranho não verem o ômega por ali, mas pensaram que ele estava com Taehyung ou o beta.
— Vocês viram o Jimin? — Taehyung voltava de seu turno, Namjoon havia assumido, enquanto o lugar fosse desconhecido eles iriam vigiar o dia todo e a noite, claro.
— Pensei que estava com você — Hoseok falou parando de tirar a pele do coelho que haviam pego.
— Onde ele está? — Jungkook estava ficando preocupado, não só ele.
— Não tá comigo — Jin saiu de dentro da cabana que havia acabado de montar.
— Gente, calma, ele não tá com ninguém? Como assim? — Taehyung já foi pegando sua escopeta e correu para dentro da mata, logo os outros fizeram isso, pegaram suas armas e foram em busca do ômega.
Namjoon foi avisado e também foi. A alfa fêmea também.
Eles estavam vasculhando cada pedaço da mata, mas era difícil sem conseguir sentir nenhum cheiro. Eles estavam seguindo os palpites do Namjoon, afinal, ele conseguia sentir um pouco melhor que os outros que não sentiam quase nada.
Enquanto isso, eles não imaginavam o terror que o ômega estava passando naquela casa.
— Aqui gente, achei uma coisa — Yoongi chamou a atenção deles, ele estava rastreando quando achou as marcas no chão de uma possível briga ou mais de uma pessoa — Ele não tá sozinho.
— Meu Deus do céu — Taehyung correu seguindo as pegadas e os demais foram atrás, era um bando de alfas doidos resolvidos de fazer qualquer coisa para pegar o ômega de volta. Ao saírem da mata, ainda seguindo os passos eles viram o casarão — Jimin! — o lúpus gritou e todos ouviram um grito alto do ômega pedindo por socorro.
Eles continuaram correndo em direção a casa quando ouviram soar um tiro bem perto deles, cada um pulou para um canto a fim de se proteger. Havia um alfa por trás de uma caminhonete, ele quem havia disparado.
— São lúpus — Taehyung cuspiu no chão, era normal quando dois lúpus se topavam —
— São três!— Namjoon alertou.
— Taehyung! Jungkook! Socorro! — eles continuavam ouvindo os gritos que vinham lá de dentro — Me deixa em paz!
Com certeza alguém estava machucando ele.
— Solta meu ômega! — Taehyung gritou com o velho, o mesmo apenas soltou uma gargalhada e tentou acertar outro tiro, mas aparentemente ele era péssimo nisso.
— Ninguém vai levar o nosso jantar!
Jin começou a dar a volta pela casa escondido pela grama alta, ele não iria ficar ali se arriscando levar um tiro na testa.
Hoseok se encheu da situação e começou a trocar tiros com o velho, o grupo todo.
— Não matem, eu quero fazer isso com minhas mãos! — Taehyung pediu aos alfas.