32. Decepção

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NO DIA SEGUINTE, HA EUN emergiu da noite de insônia. As olheiras adornavam seu olhar fatigado. O quarto, com suas cortinas entreabertas, permitia que a luz matutina se infiltrasse como um lembrança insistente do novo dia que ela era obrigada a enfrentar. A Kim, hesitante diante do espelho, encarou o reflexo cansado que a fitava de volta.

Após um banho reconfortante, Ha Eun trajou-se com uma aparência que tentava disfarçar a tormenta que ainda assolava seu interior.

O mingau de arroz esfriava em sua tigela enquanto ela se via perdida em pensamentos. Foi nesse cenário de quietude que um som distante trouxe uma interrupção inesperada. Batidas discretas ecoaram pela casa, anunciando a presença de alguém do lado de fora. O coração de Ha Eun acelerou com a expectativa de quem poderia estar do outro lado da porta.

A Kim estava sozinha em casa, enquanto sua avó saíra para a lavanderia. Ela levantou-se para abrir e assim que o fez, se deparou com Han Seo Jun.

— Han Seo Jun... — ela pronunciou.

Ele suspirou, aliviado por finalmente vê-la. Seus olhos, instantaneamente, encontraram a ferida no joelho dela, agora cuidadosamente protegida por um curativo.

— Você colocou pomada aí? — ele indagou, e Ha Eun assentiu com um gesto suave. — Eu não consegui dormir. Estava tão preocupado.

A atmosfera delicada foi quebrada pelo abraço inesperado de Han Seo Jun, seus braços envolvendo Ha Eun com força, enquanto uma de suas mãos afagava o cabelo dela.

— Obrigado por voltar, — expressou ele, fechando os olhos como se quisesse congelar aquele momento no tempo. — obrigado por estar bem.

Ha Eun, agarrando-se com força ao tecido da jaqueta dele, absorveu o conforto do gesto de carinho.

— Me desculpe por não estar lá e não proteger você. — Lamentou ele. — Me perdoe por não ter conseguido evitar a exposição daquele vídeo.

— Por favor, entra. — Sussurrou ela, deixando o abraço com uma expressão de serenidade momentânea.

Ela convidou-o, fechando a porta atrás deles. Na penumbra da sala, Han Seo Jun e Ha Eun encontraram aconchego no sofá.

— O contexto daquele vídeo... — ela começou.

— Você não precisa me explicar, — interrompeu ele. — eu sei, você teve os seus motivos.

— Mas eu quero te contar. — ela murmurou, seu olhar carregado de remorso.

Ele então decidiu ouvir, curioso e apreensivo.

— Foi um acidente. Eu estava mentalmente exausta aquele dia. Era o aniversário de morte da minha mãe. Nao estava conseguindo aguentar nenhuma provocação aquele dia e quando perdi a paciência... explodi e acabei empurrando a Mi Rae. Quando percebi, não podia mais voltar atrás. Eu poderia tê-la matado. — Ha Eun suspirou, carregando o peso da culpa. — Eu fiquei lá até ela ser socorrida, mas depois simplesmente corri para casa. Naquele dia, não consegui esconder meu desespero da minha avó, e ela soube de tudo. Eu tive que contar tudo.

Always Picking You // Han Seo Jun Onde histórias criam vida. Descubra agora