21. À beira do abismo

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APÓS UM DILÚVIO DE LÁGRIMAS que parecia interminável, Ha Eun finalmente se viu envolvida por um silêncio doloroso. A carta, agora delicadamente apoiada em seu colo.

Encarando um ponto indistinto no piso, Ha Eun se afundou em lembranças do passado que insistiam em persistir.

O coração da jovem pesava como se fosse feito de chumbo, e a mente, antes clara e organizada, agora se encontrava mergulhada em uma névoa de confusão e tristeza insuportável.

Erguendo-se em meio ao silêncio, Ha Eun depositou a carta com cuidado sobre sua penteadeira. Seus olhos, agora opacos e cansados, revelavam o peso de uma descoberta que mudara o curso de sua vida e tudo o que achava que sabia de si mesma.

A porta rangeu quando se abriu. As escadas foram percorridas apressadamente.

Sua avó, atenta à dor que emanava da neta, estendeu a mão, segurando delicadamente o braço de Ha Eun antes que ela pudesse escapar para fora de casa.

— Para onde você vai? — perguntou a avó, a preocupação bordada em sua voz.

Ha Eun não respondeu. Em vez disso, puxou o braço, como se estivesse rompendo os últimos laços que a prendiam àquele lar. O chamado preocupado da avó foi ignorado, perdido na urgência silenciosa que impulsionava Ha Eun para fora daquela casa carregada de segredos.

Ha Eun, como uma sombra de tristeza, pegou um táxi e dirigiu-se para a ponte Banpo, que pairava sobre as águas do rio Han, a mesma na qual sua mãe havia decidido estar em seu último dia de vida, o mesmo lugar que Ha Eun sempre ia quando precisava conversar com a mãe. Cada passo, pesado como o fardo emocional que carregava, a levava para mais perto da beira.

Ao alcançar a beirada, Ha Eun se viu envolta pela mesma brisa que, em outro momento, acariciou o rosto de sua mãe em seus últimos momentos. A imensidão da água abaixo parecia chamar por ela.

Em meio às lágrimas contidas e à angústia silenciosa, Ha Eun não conseguia evitar a conexão dolorosa que sentia com aquele local.

Entrelaçando suas mãos trêmulas sobre a grade fria da ponte, Ha Eun lutava contra as ondas de desespero. A escolha de seguir os passos de sua mãe pairava no ar como uma tentação sinistra, uma alternativa para escapar da dor que a envolvia.

— Mãe, — sua voz saiu, quase falha. — estou tão cansada de ser rejeitada. Eu fui descartada quatro vezes nessa vida, e todas foram dolorosas demais. Uma vez pelo meu pai, antes mesmo de eu nascer; outra vez pelos meus colegas da escola Hwaseong; Depois pelo meu irmão; e por fim, pelo garoto que eu gostava.

Um soluço escapou de seus lábios, enquanto ela tentava conter as lágrimas que insistiam em voltar a cair.

— Se você estivesse aqui, tudo seria tão mais fácil, — ela fungou. — mas até você me deixou. Até a pessoa que mais me amava me deixou. As pessoas mentem para mim,me confundem. Ninguém nunca respeitou a mim ou aos meus sentimentos. Nem você respeitou, quando decidiu me deixar!

Always Picking You // Han Seo Jun Onde as histórias ganham vida. Descobre agora