𝙆𝙞𝙢 𝙃𝙖 𝙀𝙪𝙣, uma jovem com um passado marcado por segredos e tragédias, muda para uma nova escola buscando um recomeço. A perda prematura de sua mãe aos dez anos deixou-a desamparada, confiando somente na presença amorosa de sua avó enquanto...
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PASSARAM-SE VÁRIOS DIAS desde sua mudança, e Ha Eun já vestia-se, se preparando para seu novo emprego de meio período. O local era uma sorveteria bem conhecida que recebia muitos clientes diariamente.
No entanto, a animação dela logo se transformou em decepção, quando recebeu a "fantasia" preparada para ela: uma roupa que lembrava um enorme sorvete, com todas as cores possíveis. A fantasia era exagerada e engraçada, deixando apenas o rosto dela à mostra. A garota hesitou por um momento, olhando-se no espelho, sentindo-se um tanto constrangida, e irritada por não ter sido informada daquilo antes. Não que isso fosse mudar alguma coisa, já que arrumar um emprego não estava sendo tão fácil e ela aceitaria o que viesse, de bom grado. Ha Eun foi devidamente orientada, recebendo um elogio da funcionária que a auxiliava, dizendo que ela aprendia muito rápido.
Com um suspiro resignado, ela se aprontou, percebendo que seria um dia no mínimo inusitado.
Quando o primeiro cliente chegou, sentiu uma onda de entusiasmo. Repetiu o sentimento em cada interação com os clientes seguintes, os cumprimentando com um sorriso gentil que algumas vezes era correspondido e outras vezes não, escutando os pedidos dos clientes com diligência e os entregando seus respectivos lanches logo depois.
Mais um cliente chegou no estabelecimento, este sentou-se em um dos bancos do balcão. Ha Eun logo se dirigiu a ele, que estava com os olhos fixos no cardápio do balcão. Com um sorriso amável e uma expressão receptiva, ela iniciou sua saudação mais uma vez.
— Olá, Bem-vindo ao Neve Doce, que tal refrescar o seu dia com um delicioso sorvete? O que o senhor vai que... — Ha Eun desfez o sorriso quando o cliente ergueu o olhar e a encarou, em choque.
— Eu não acredito. É isso mesmo que eu estou vendo? — O jovem, ninguém menos que Han Seo Jun, a olhou de cima a baixo e irrompeu em uma risada alta e desconcertante, ecoando pelo ambiente e capturando a atenção dos presentes.
As bochechas de Ha Eun ficaram rubras, e a sensação de constrangimento tomou conta dela.
— Para com isso, cala a boca — implorou ela, quase em sussurro.
— Desculpa, desculpa, eu não consigo — respondeu Seo Jun, ainda rindo, tentando recuperar o fôlego enquanto sua mão repousava na barriga. — é que você agora é literalmente um sorvete. Aquele apelido nunca fez tanto sentido.
— Já chega, Han Seo Jun — ela falou com os dentes cerrados. — me fala logo o que você quer para que vá embora o mais rápido possível.
— É assim que você trata os seus clientes é? — provocou Seo Jun, levantando-se. — Vou falar com o seu superior.
— Não! — reagiu Ha Eun, empurrando-o de volta ao assento. — Por favor, não faz isso.
— Tudo bem, vou te dar mais uma chance. Eu vou querer esse tal sundae aqui — ele apontou para o cardápio em cima do balcão, em seguida fazendo o pagamento.
