Capítulo 35

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O que eu poderia fazer? Obrigá-lo a falar comigo?

Talvez, só quisesse ficar sozinho...

Eu entendia um pouco de sua dor, e eu poderia... estava disposta a ajudá-lo porque eu o amo.

Sim, eu... o amo.

E eu ia falar com ele!

Levantei-me, e fui em direção à sua sala.

Abri com tudo, e ele, assustou-se.

— Sarah...

— Não permitirei que sofra sozinho. – disse.

Aproximei-me dele, e ele, chegou para trás.

— Se quiser ficar triste, fique, mas por favor, não fique sozinho. Deixe-me que eu te ajude a lutar, deixe-me que eu te ajude a levantar todas as vezes que cair. Mas por favor...

O olhar de Edan se fixou em mim.

Aproximei-me ainda mais, e ele, puxou-me para si, para um beijo.

Edan tomou minha cintura, e aquele beijo foi... intenso, desesperado.

E soltou-me.

Eu fiquei sem reações.

— Perdoe-me. – disse, respirando de modo acelerado.

As lágrimas começaram a cair de seus olhos.

— Quer que eu diga o que me incomoda, Sarah? O que me incomoda é que estou atraído fisicamente por você, o que me incomoda é saber o tanto que me faz bem, e o tanto como sou capaz de ver o dia através de seus olhos. Como os dela.

Aproximou-se.

— O que me incomoda? Saber que vocês se parecem tanto. Desde as características físicas, às características de personalidade, jeito, comportamento. Agora eu acredito que estou perdidamente apaixonado por você, mas não faço a mínima ideia se estou apaixonado por você, ou apenas uma versão dela mascarada em sua vida. E isso está me deixando louco, Sarah, louco!

Ele se aproximou ainda mais, e bateu sobre sua mesa, com força.

Desaproximei-me.

— E se não for pedir muito, por favor, saia, porque estou confuso, e com medo de acabar machucando-lhe com minha loucura. – sussurrou, por fim.

Fiquei ali, parada.

Então...

Então...

Ele se aproximou de mim por eu... ser parecida com sua falecida esposa?

Meu coração ardeu.

Engoli em seco, segurando meu choro.

E saí.

Ele sacudiu a cabeça, e veio logo atrás de mim, mas eu o parei.

— Sarah, por favor... eu... espere. — estendeu a mão no ar na tentativa de me alcançar.

— Não, não venha. Eu não sou uma versão de outra pessoa, apenas, de mim mesma.

E ele, parou.

Passei por Teresa.

Ela pareceu ter ouvido tudo.

Observei-lhe.

— Teresa, prossiga com minha demissão. – disse, apenas.

E saí, vendo a porta do elevador se fechar.

Abracei-me, e ali, pude chorar.

Eu só queria poder voltar para minha casa em lago do sul, e fingir que nada disso um dia aconteceu.

OLHOS DO DIA [LIVRO 1]Where stories live. Discover now