Capítulo 3

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Ana! – Chamei-a.

— Sim, irmã? – Ela cobriu a cabeça com o lençol.

Acorda moça, aquela floricultura não abre sozinha.

— Ah não. Deixe-me dormir mais um pouquinho.

— Não, não.

Ela me encarou toda descabelada, sentou-se sobre a cama e coçou a cabeça.

— Tudo bem, tudo bem.

Ontem foi um bom começo, conseguimos vender bem.

— Pois bem, já estou saindo, não se esqueça de fechar bem a casa. Tenha um bom dia.

— Tenha um bom dia. — Ela bocejou.

Peguei o mesmo ônibus do dia anterior e sentei-me no mesmo lugar.

Logo, solicitei a parada, e desci.

Saí apressada para atravessar a rua enquanto o sinal estava vermelho e passei quase correndo.

Pelo vidro espelhado do edifício, dei uma leve olhada geral no meu visual.

Dessa vez era um vestido cor-de-rosa com a barra de renda.

Coloquei meu crachá e entrei na empresa, dei bom dia aos funcionários da recepção e aos seguranças.

Peguei o elevador com um frio na barriga e subi até o meu andar, que ficava no quinto piso.

Talvez um dia eu me acostume com os elevadores, mas esse dia, definitivamente, não é hoje.

— Bom dia Sarah. – Teresa soltou um sorriso e entrou no elevador.

— Bom dia, Srta. Teresa.

Caminhei até minha mesa e me sentei.

Liguei o computador e abri no meu e-mail profissional.

Muito bem Ana! Os nossos clientes amaram os resultados do seu trabalho de ontem. Continue assim!

Meus olhos brilharam ao receber essa mensagem.

Talvez Teresa falasse isso a todos os novos funcionários, para que se sentissem mais determinados e seguros.

Depois de um longo dia de trabalho, recebendo e enviando demandas para o chefe do setor, levantei-me da cadeira para ir para casa.

Peguei o elevador e desci até o primeiro piso, ainda com frio na barriga.

Elevadores sem dúvida não eram o meu forte.

Dei tchau aos seguranças e aos funcionários de limpeza e saí pela porta principal.

O pôr do sol na cidade até que era bonito. Quando o sol começava a se pôr, os altos edifícios espelhados refletiam uma cor alaranjada.

Peguei o ônibus e fui em direção à floricultura.

Quando cheguei, Ana estava de pé em cima de uma escadinha, colocando alguns jarros pendentes na loja.

O movimento na floricultura não era muito, mas como no dia anterior, necessário para nos fazer cansar.

Nós fomos para casa, sorrindo pelo caminho das coisas engraçadas do dia-a-dia.

Em casa, apenas tomamos um chá com torradas.

***

Bom dia Sarah. — Teresa sorriu ao me ver, e me entregou um convite. — Espero que compareça.

Li "party", e antes que ela pudesse sair, eu tentei segurar o elevador, desengonçada.

— Ah... Bom dia Srta. Teresa, é que... Eu não gosto de festas. Então talvez não dê para eu ir.

OLHOS DO DIA [LIVRO 1]Where stories live. Discover now