Capítulo 32

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Ana estava eufórica. E por que não estaria? Ela descobriu que Lana na verdade era prima legítima dos Berllini, então não tinha com o que se preocupar.

E foi pedida em namoro por Maurício.

Ana andava de um lado, e eu também, procurando por meu salto alto. Meu tornozelo ainda não estava perfeitamente bom desde minha queda na praia, mas já estava bom suficiente para que eu me arriscasse um pouquinho com eles.

Então Ana parou, e ficou me observando.

— Aonde você vai tão arrumada assim? — Ela sorriu. — E nem me disse nada!

— Ana, eu te falei três vezes e você nem sequer prestou atenção. Eu estou surpresa por ter percebido que estou arrumada para sair, mais um pouco e eu já estaria preocupada pensando que talvez eu pudesse ter ficado transparente, ou ter virado algum fantasma.

Ela sorriu, nervosa.

— Desculpa Sarah, desculpa de verdade é que eu estou...

— Em júpiter. — Completei.

— Isso mesmo. — Ela sorriu.

Eu sorri de volta. Ana já era avoada, agora ela estava literalmente voando sobre as nuvens.

Então uma buzina conhecida ressoou pelo cômodo da casa, e fui apressada em direção à porta.

— Ah! — Ela soltou um sorriso com duplo significado. — Imaginei. Apenas acenei um tchau, e ela acenou de volta.

Edan, parado e apoiado na porta aberta de seu carro, acenou para minha irmã.

— Boa noite, Srta. Ana!

— Boa noite, Sr. Edan!

Meus olhos estavam muito brilhantes? Porque foi essa a sensação.

Edan estava incrivelmente lindo vestido em um terno preto, com uma gravata bordada com todos os detalhes minimamente dourados, que combinava perfeitamente com o lenço que levava em seu bolso.

— Boa noite, Srta. Sarah. — Ele me encarou, com seus olhos avelã tão incrivelmente profundos e intensos.

— Boa noite, Sr. Edan.

Ele abriu a porta para mim, e eu entrei.

Então percebi que durante boa parte do percurso, eu estava olhando para seu rosto.

— Você está linda. — Ele falou, repentinamente.

Então respirei fundo, engoli em seco e tentei disfarçar o rubor que tentava tomar a linha de minhas bochechas.

— M-muito obrigada. Você também está lindo... digo o senhor está...

Então ele me olhou ligeiramente. Suficiente para me fazer perder o fôlego.

— Perdida nas palavras? — E sorriu de lado.

Fiquei paralisada.

Baixei meu rosto, e fiquei encarando a pulseirinha com a flor de jasmim.

— É bom saber que seu pato não comeu. — Ele sorriu.

— Sabe que eu estava brincando. — Sorri.

— É bom saber que é uma péssima mentirosa.

— Eu não menti, só brinquei.

Ele me olhou ligeiramente. — Você mentiu.

Edan sorriu, brincalhão, como se o fato de eu estar ficando irritada com aquela acusação fosse algo muito divertido. Até porque eu não sabia ficar brava, então não fazia a mínima ideia de como minha expressão ficava. Se for como a de Ana? Um gatinho fofinho e raivoso?

OLHOS DO DIA [LIVRO 1]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora