Capítulo 17

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Ana se despediu e voltou para o táxi, enquanto eu permaneci em pé com as malas ao meu lado, sem saber o que fazer.

Minhas mãos tremiam mais que bambu em ventania. Meu pai era piloto. Avião não era minha praia.

Respirei fundo.

E eu nem sabia falar inglês!

Coragem!

Comecei a bater o pé no chão inquieta. Eu vou desistir. Qualquer coisa eu só vou falar que faltei porque estava com dor de barriga, o que não seria mentira, já que todo esse nervosismo estava atiçando minha gastrite nervosa e um enjoo já começava a dizer "oi, eu estou aqui!"

Peguei minha bolsinha nécessaire e tirei uma pílula para dor no estômago. Engoli três com um gole de água.

Coragem Sarah, Coragem.

Olhei um avião gigante pelo vidro do aeroporto parado do outro lado, e engoli em seco.

O que é um elevador perto desse avião?

meu paizinho do céu, já está totalmente decidido; vou embora.

Comecei a caminhar ligeiramente para a porta de saída sem olhar para frente ou para trás, só para os meus pés, assoprando e esfregando as mãos, já que o tempo estava frio. Ou era só meu nervosismo.

Acabei topando em uma pessoa.

— Me desculpe. — Levantei o rosto.

Edan.

Ele estava acompanhado de Teresa, vestido em um suéter azul marinho por baixo de um casaco preto e um cachecol cinza, e estava usando óculos escuros.

As pessoas ao redor olhavam para ele, mas quem não pararia para olhar esse homem?

Engoli em seco.

— Boa tarde, Sarah — Teresa sorriu para mim — Que bom vê-la, pensávamos que não teria mais ninguém da empresa para o último voo, todos já devem ter ido nos primeiros voos disponíveis.

— Boa tarde, Sra. Teresa. — Ela estava deslumbrante, mas dessa vez parecia um pouco preocupada.

Observei Edan rapidamente, e corei quando percebi que ele estava me fitando.

— Você estava indo para algum lugar, Srta. Sarah? — Ele perguntou. Pigareei. Não me custará nada contar toda a verdade.

Mas como dizer a ele que não quero viajar porque tenho trauma de altura?

— Estava indo para casa. Eu tenho medo de voos e não me sinto confortável para viajar sozinha para outro país sem ter conhecimento nem sobre malas. Eu nem sei falar mala em inglês. Mesmo que seja uma chance única, vai que eu seja raptada e vire uma escrava de um algum maluco que fala hipopoconês, prefiro não me arriscar. — Falei tão rápido que nem eu mesma entendi o que acabara de falar.

Edan continuava fitando meu rosto, e eu pude ver o desenho de um sorriso em seus lábios. Abismado? Divertido? Minha única reação foi desviar o olhar para baixo, antes que eu começasse a virar um tomate. Eu parecia uma criança com medo de brincar no parquinho por medo de cair e ferir os joelhos.

Mas o que eu poderia fazer quanto a isso?

Superar. - Uma voz gritou dentro de mim.

Ele retirou seus óculos e me encarou, olho no olho.

Oh não, não, não!

Fiquei tonta.

Será que ele tinha alguma noção do que seu olhar fatal era capaz de fazer com as pobres pessoas?

OLHOS DO DIA [LIVRO 1]Where stories live. Discover now