Capítulo 21

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Sábado.

Estávamos eu e Ana em frente da casa dos irmãos Berllini.

Ana apertou a campainha, e Maurício veio atendê-la.

— Boa noite! — Ela sorriu.

— Boa noite, Ana. — Ele sorriu de volta, meio sem jeito, passando a mão nos cabelos — Nossa. Você está muito bonita.

Então ele virou-se para mim

— Boa noite, Sarah. Entrem, e sejam muito bem vindas.

Ana e eu entramos.

A sala de estar era grande e aconchegante. Um lustre grande e luminoso acabou chamando minha atenção, e eu fiquei observando-o como uma mosquinha atraída pela luz.

Até o som de uma voz conhecida me distrair. Então olhei de relance para além da escada. E lá estava.

Ele.

Parado, e conversando com alguém.

Edan parecia ter acabado de sair de um banho, pois seus cabelos estavam molhados e levemente penteados para trás, com algumas mechas onduladas perto da orelha.

Topei sem querer na borda de uma poltrona de veludo vermelho bordô, e esse simples movimento foi o suficiente para fazê-lo olhar para mim.

Seu olhar se encontrou com o meu, e ele pareceu ficar surpreso, ao mesmo tempo, tomado por algum tipo de hesitação.

Ele ficou inquieto ao notar minha presença?

Por quê?

— Venham, quero mostrar-lhes algo. — Maurício tomou a mão da minha irmã. Eu tinha até esquecido que eles estavam ali do meu lado esse tempo todo.

— Oh, podem ir. Eu ficarei bem. — Para não dizer "não estou a fim de segurar as velas".

Sorri.

Maurício saiu, levando Ana consigo.

Edan estava usando uma camisa branca com as mangas levantadas até seus cotovelos, e uma bermuda marrom. Ele conversava com uma das funcionárias da casa,.

Ele olhou novamente para mim, mas dessa vez eu desviei meu olhar dos seus, e saí pela porta que dava para a área externa.

A área externa era grande, como tudo neste lugar, mas o que me chamou atenção foi a piscina, com uma queda de água horizontal, e com uma luz nas bordas que ia mudando gradativamente de cor.

— Boa noite, Sarah. — A voz dele ressoou atrás de mim. Eu congelei.

E de repente não fui capaz de sentir meus pés.

— Boa Noite Sr. Edan. — Respondi.

Ele manteve-se ao meu lado observando a água mudar de cor, em silêncio. E meu coração manteve-se agitado.

A presença dele bem ali do meu lado era muito mais que uma simples presença. Era ele. Era Edan. Era o homem que conseguia me deixar com borboletinhas no estômago só por causa de um simples olhar. Na verdade, não era um simples olhar. Era bem mais do que "simples". Muito mais.

— Sr. Edan? — sussurrei.

Ele virou-se para mim, atento, e colocou as mãos no bolso.

— Sim? — sua voz saiu rouca.

— Está tudo bem? — Tentei não me concentrar em seu rosto.

— Bem, sendo sincero, eu não sei. — Ele virou novamente sua atenção para a água cintilante da piscina.

OLHOS DO DIA [LIVRO 1]Where stories live. Discover now