Feels like a great war is coming.

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(Parte VIII)

Parece que uma grande guerra está vindo.
  
  

・♥︎・

  
 

Mulholland Highway, CA.

(7:10 PM)

  

— (...) Hm, papo sério, eu realmente achei que seria a última vez que eu veria a luz do dia.

Mike terminou sua história inusitada de quando saiu com algumas pessoas estranhas que havia conhecido no mesmo dia, e que achava que iriam sequestrá-lo.

— Só você mesmo Mike, pra confiar em entrar no carro de quem você só trocou umas três palavras! — Bev o repreendeu, batendo os farelos de salgados do vestido.

— Ah cara, quando se está bêbado, você perde total noção do perigo, é cada merda que a gente faz... – Bebeu o resto da cerveja na garrafa long neck. — Mas foi legal, tipo, estar bêbado é legal, pelo menos são os únicos momentos que a gente não liga pra nada.

— Nisso eu concordo. – Falei enquanto estava observando o letreiro. — Já me meti em cada presepada que vocês nem imaginam.

— Conta uma aí além do lance da prisão.

Ela esticou as pernas, jogando o corpo para trás, Mike deixou a garrafa do lado de outras que foram esvaziadas, em seguida deitou a cabeça sobre as coxas dela, que começou a mexer nos cabelos crespos e descoloridos dele.

— Ah, teve uma vez, quando eu tinha dezesseis anos, que meus pais estavam fazendo aniversário de casados, e aí resolveram ficar fora por uns dias, confiando de me deixarem sozinho, pois eu já estava bem grandinho, e eles foram comemorar em Bergen, uma cidade que fica a sete horas de trem da capital, então eu, como todo adolescente com liberdade, chamei uns amigos e fiz uma resenha... – Riu só de lembrar. — Cara, durou quase os dois dias que eles passaram fora, só acabou quando uma vizinha denunciou pra polícia, porque na época, a gente morava em um condomínio, no quinto andar, um dos meus amigos viram a viatura lá em baixo, e aí geral se escondeu, eram umas doze pessoas por aí, e escondemos as coisas também, quando bateram na minha porta, eu fui atender com a cara mais lavada do mundo, dizendo que não fazia ideia de festa nenhuma, e que só tinha ligado o som alto para limpar a casa, e que era menor de idade, nem tinha como eu fazer uma festa...

— E eles acreditaram? — Mike levantou a sobrancelha.

— Óbvio, eu estava todo desarrumado e suado, e a casa uma zona, foi fácil disfarçar o cheiro de álcool com o purificador de ar também, e quanto ao cheiro de cigarro, eu disse que em cima morava um vizinho que fumava muito, e o cheiro vinha tudo pra lá, e ainda disse que a mulher que denunciou não batia bem da cabeça, e que já tinha sido internada várias vezes, uma delas quando saiu na rua pelada gritando que era a Madonna. – Eles gargalharam. — Sério, eles acreditaram pra caralho em mim.

— Richie, você não presta! – Disse Beverly embasbacada.

— Eu sei, mas não acabou aí... – Abriu outra garrafa. — Depois que eles foram embora, a festa continuou, ela denunciou DE NOVO, e aconteceu exatamente a mesma coisa, até que na terceira vez, os policiais ameaçaram levar ela presa se caso ela parasse de fazer “denuncias falsas” — Bev levou a mão até a boca, enquanto Mike já ria mais alto ainda. — Vocês tinham que ver a fúria dessa mulher, porque ela sabia que eu não era santo, e que ninguém acreditava nela, acho que a maior felicidade dela foi quando nos mudamos.

THE LOVELY BOYSWhere stories live. Discover now