The lonely hearts club.

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AVISO!

No capítulo a seguir contém cenas gráficas de uso de álcool e drogas ilícitas.

Deixando claro que: não existe nenhuma apologia ou romantização ao uso!

Drogas são prejudiciais à saúde, não é bonito, não é legal, e deixa a mãezinha triste.

     

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(Parte X)

 

O clube dos corações solitários.

  
   

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Los Angeles, CA, 4:25 PM.

(Quinta-feira)
 

 

Assim que deixou seu quarto, Richie Tozier caminhou a passos cautelosos por aquele corredor vazio e extenso, se aproximou do quarto de Eddie a fim de saber se ele estava lá, mas sua porta estava entreaberta, o que indicava que não.

Porque sempre que estava nele, ela se mantinha fechada, tal como a sua também, então só fez empurrar e ver que o quarto de Kaspbrak estava vazio, e impecável como sempre, parecia até que não morava ninguém. Richie sabia que ele era organizado e perfeccionista tal como um virginiano estereotipado, no entanto, não conseguia entender como alguém conseguia viver daquela forma toda impecável o tempo inteiro, seja: o quarto, as coisas, a aparência, as roupas... Não havia nada fora do lugar.

E ao mesmo tempo que isso era admirável, era assustador também, principalmente por saber que aquilo não poderia vir dele, ainda mais tendo uma mãe que nem Sônia, que não permitia que nem ao menos pegasse os talheres errados na hora de comer, aquele garoto era uma boneca de porcelana, perfeita, e frágil ao toque, mas que a qualquer momento poderia se quebrar, mas ainda sim, seria impecável aos olhos.

Mesmo que Eddie lhe irritasse internamente, e não evitasse revirar os olhos todas as vezes que ouvia ele falar qualquer coisa sobre sua vida perfeita e superficial, Richie não conseguia odiá-lo, mesmo que tivesse muitos motivos, por já saber quem ele verdadeiramente era: traiçoeiro e mau caráter, ainda sim, não era capaz de nutrir um sentimento tão forte como o ódio, e parte disso sabia que era por conta da memória afetiva que ainda possuía dele e da infância, mesmo quando queria esquecer e tocar a vida para a frente, ainda sim, Beverly tinha razão, Richie Tozier era excepcionalmente apegado ao seu passado, de um modo que o impedia de pensar no futuro, e foi justamente, a maior causa de sua decadência e o que o levou a se tornar aquele jovem problemático e sem perspectiva alguma de vida.

Então mesmo que pudesse não suportá-lo na maior parte das vezes, Eddie ainda era especial demais para ganhar um espaço negativo em seu coração, podia não fazer ideia de quem ele realmente fosse, mas seus olhos, arredondados e brilhantes pareciam esconder muito mais que superficialidade; era como se algo nele gritasse por socorro, e que ninguém além de Tozier conseguia perceber. Pois em alguns momentos quando seu olhar encontrava os dele, repentinamente, ele era novamente aquela criança que confiava em si até de olhos fechados, e que prometeu que cuidaria e protegeria dos vilões para sempre. Mas isso não passava de um mero devaneio, e essa sensação se dissipava em frações de segundos, o mesmo tempo em que duravam os olhares que trocavam entre si, e mais uma vez seu pequeno Eds desaparecia.

THE LOVELY BOYSOnde as histórias ganham vida. Descobre agora