34• Bônus Luíza

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Luíza- 22 anos, Mulher do PR

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Luíza- 22 anos, Mulher do PR...

Nascida e criada no vila vintém. Uma comunidade Situada entre Realengo e Padre Miguel, na zona oeste carioca, a Vila do Vintém é uma das maiores favelas da região, contando com aproximadamente 15.298 habitantes. E entre esses 15.298 mil habitantes, meu caminho tinha logo que cruzar com aquele menino véi, magro, cara de mau, metido. Conheci Pietro quando ainda tinha 13 anos, ele nunca foi de ficar exibindo, ele já era soldado do pH. E nesse tempo já andava todo todo, radinho na cintura, celular de lançamentos do ano, portando fuzil, jacaré no peito e tals. Lidinho apesar de ser um cara fechado. Minha mãe pouco se importava com quem eu me relacionava, meu pai saiu pra comprar cigarro e adivinha? Até hoje não recebeu o troco e está lá esperando.

Minha mãe, Graziela, essa nunca parava em um trabalho, vivia sendo sustentada pelo os caras do movimento, uma verdadeira prostituta. Geral dizia que seria como ela, porém nunca quis ser igual minha mãe. Irônico né? Afinal todos os filhos falam. " Há, quando crescer quero ser que nem meu pai, que nem minha mãe " eu já queria ser totalmente diferente deles. Com treze anos consegui um trabalho de babá, estudava a noite pra terminar meus estudos, e era a hora que Graziela não tava enchendo minha cabeça com merdas dela. E saia da aula às dez da noite, e sempre vinha pelo o mesmo caminho, só pra ver ele. Ele nunca ligava pra mim, ate completar meus quinze anos. Já ganhava corpo, terminando meus estudos, na época ganhando apenas 400 reais, mais conseguia guardar um pouquinho todo mês pra comprar minhas coisas, e deixava um pouco guardado pra sair de casa e alugar um barraco assim que terminasse os estudos e ter uma profissão.

Nosso relacionamento começou quando fui ao baile de sexta que era no meio da rua com minhas amigas, e sem querer mesmo esbarrei em Pietro, e então começamos a nos encarar e daí só foi um "Bora ali" dele e começamos a namorar. Conheci sua mãe um mês depois. Acho que Beatriz nunca gostou de mim. Não sei porque, mais tive sempre essa impressão, apesar dela tentar ao máximo demostrar ao contrário. Nunca me disse nada, ou me tratou mal. Mais algo me diz isso.

Três meses depois estávamos morando juntos, geral dizia que não daria nada. Que ele não me deixaria se quer pôr o pé na rua, mais ao contrário. Pietro sempre me incentivou a terminar os estudos, a fazer um curso. E foi quando eu comecei a fazer administração, mesmo não sendo o dos melhores cursos, mais me dediquei ao máximo. Nosso casamento nunca tivemos problemas, nunca tivemos aquela história de crise. Claro que temos umas brigas bobas, mais nunca tomamos atitudes precipitada antes de conversar com o outro.

Porém o que sempre tentei mudar ou amenizar no meu marido foi a questão do ódio, a sede de vingança que ele tem contra sua família, o marido de sua prima que matou seu pai na covardia. Pelo o que sua mãe conta, foi o pior ato de covardia, brutalidade, mataram apenas por interesse em tomar o lugar dele. E então desde de sempre Pietro alimentou esse ódio, essa sede de vingança por eles. Até eu sinto ódio, repulsa por esse povo sem ao menos os conhecer. Quando ele decidiu partir por meio dos inimigos, eu quase enlouqueci. Se fizeram por covardia o que fizeram com o pai dele. Imagina o que fariam com Pietro, se descobrisse que ele estava lá atrás de vingança, e pra fuder com todos eles. Eles o matariam sem piedade. Mais sua mãe me garantiu que ele ficaria bem, e que era preciso que ele fizesse em memória de seu pai.

Foram os piores dias que já tive em minha vida após me casar com ele. Nem quando ele saia em Missão, em confronto eu sentia tanto medo, angústia. E os primeiros dias, semanas, que fiquei sem falar com ele lá na Rocinha, parecia que eu estava vivendo o inferno na vida. O medo, a angústia, a solidão. Sempre fomos amigos, confidentes antes de sermos marido e mulher. Só acalmei um pouco quando comecei a conversar com ele todos os dias. E quando começamos a nos encontrar na nossa casa que temos no Catumbi.

Dias atuais...

Acaricio minha barriga que já estava bem volumosa com meus cinco meses, nem acredito ainda que terei uma Minie versão minha daqui a quatro meses. Foi uma loucura descobrir que estava grávida quando Pietro estava longe, e ter que passar essa fase inicial sozinha. Mesmo que minha sogra tenha ficado ao meu lado, e demostrado quanto está feliz que vai ser vovó. Mais minha felicidade estaria maior ainda se eu tivesse com meu marido. Levanto do sofá e resolvo sair um pouco, esses dias tenho me sentido tão casada que mau tenho tempo de fazer alguma coisa em casa.

Troco de roupas e resolvo ir na casa da Beatriz. Queria ver se ela precisava de algo, vou passar no mercado comprar algumas coisas pra casa. Saio de casa encaro a subida, vontade de desistir, mais não dá mais.

Passo pela as ruas e comprimento alguns conhecidos, e sorrio ao avistar a casa da minha sogra.

Empurro o portão e estava aberto, nem aviso que vou entrar afinal sou de casa. Abro a porta devagarinho e ouço ela falando com alguém, acredito que no telefone, afinal não conseguia ouvir a voz da outra pessoa.

Me aproximei da cozinha de onde vinha sua voz. Sei que é errado ouvir a conversa, mais não quis atrapalhar e fiquei esperando a conversa acabar.

_ Claro que não, não. Ele não vai descobrir nunca. Eu sei bem o que eu estou fazendo Vitor, não precisa se preocupar. Logo logo meu filho vai assumir aquele lugar. Eu vou voltar pra lá com cabeça erguida, não como uma fugitiva por culpa daquele lixo do Cezar. Foi por culpa das burrices dele que a gente perdeu tudo aquilo. Ele tinha tudo para tomar a rocinha de volta e tomar posse do que já estava praticamente nas mãos dele. Ele teve ajuda da metade da corporação do BOPE, quando o Tavares estava no comando, ele ajudou juntamente com a milícia a derrubar aquele desgraçado. Ele tinha que ter tomado o comando. Mais não, aquele animal só pensava em boceta, em mulheres aquele lixo. Deveria ter matado ele na primeira traição, mais aí colocaria tudo por água a baixo. Eu sei Vitor eu sei. Não se preocupa, o que o desgraçado do Cezar no fez, o Pietro vai fazer. Foram anos na cabeça dele , fiz direitinho a cabeça do meu filho. Ele é muito burro, emocionado, nem parece ser meu filho aquele idiota, muito frouxo, se deixou entrar na mente aquele moleque burro.
Ele Jamais vai acreditar seja o que for que eles falarem. Afinal ele ja fez tudo, deu um jeito de pegar o que o desgraçado do DC tem mais de precioso, e esmagou entre os dedos. Ph já está colocando tudo em ordem e logo voltaremos para comandar aquela porra toda.

Eu não consigo mover um dedo do lugar, meu coração tá acelerado, minhas pernas estão trêmulas. Não acredito que essa desgraçada mentiu o tempo todo pro próprio filho. Ouço ela se despedindo então respiro fundo e me mexo pra sair daqui o mais rápido possível. Não posso deixar ela me ver essa mulher é um monstro, ela é capaz de tudo pelo o que eu ouvi. O monstro teve o tempo todo ao nosso lado... Saio da casa dela o mais rápido possível, não posso deixar Pietro fazer uma loucura dessas, ele precisa saber quem é o monstro da história.

O Lado Feio Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora