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O pior que Robards poderia fazer se Harry fosse até Malfoy seria demiti-lo, e Harry duvidava que isso acontecesse. Demitir Harry Potter ficaria mal na imprensa, e Robards se preocupava muito com a imagem pública. Harry poderia ser suspenso novamente, mas isso também poderia parecer ruim quando Harry resolvesse o caso, principalmente porque Harry conhecia os repórteres do Profeta Diário. Lee Jordan começou a trabalhar lá há dois anos.

Acontece que não foi Harry quem foi demitido.

— Onde ele está? — Harry perguntou, avançando em direção a Alby.

— Eu já te disse, — disse Alby. — O pequeno Lorde Malfoy não é mais da minha conta e estou feliz por me livrar dele. Foi mais problemático do que quando eu tinha-

— Você o demitiu porque ele me ajudou, — disse Harry, — e os Aurores não estavam mais pagando por baixo da mesa.

— Não tenho ideia do que você está falando, — disse Alby, — mas Aurores pagando comerciantes honestos por baixo da mesa parece muito com suborno, e suborno é algo que eu definitivamente denunciaria ao Auror Chefe.

— Onde ele está? — Harry perguntou, sua voz ainda mais baixa e firme. Ele deu outro passo mais perto.

— Eu já te disse, não sei, — respondeu Alby, com a voz trêmula enquanto se afastava.

Deixando Alby tremendo, Harry localizou Malfoy escrevendo seu nome em um pedaço de pergaminho, adicionando um feitiço de rastreamento ao papel e depois fazendo com que uma coruja dos correios o entregasse a ele. A busca pela coruja foi um truque que ele aprendeu com Savage no início de sua carreira como Auror, e desta vez não falhou. Malfoy estava trabalhando no Boticário da Sra. Mulpepper, bem ao lado de Slug & Jiggers, mas Harry não se importou que Alby tivesse mentido. Pelo menos Harry não teria mais que lidar com aquele idiota.

Em vez disso, Harry teve que lidar com a Sra. Mulpepper, que de repente começou a chorar quando descobriu que ele estava procurando por Malfoy.

— Não o demita, — Harry disse rapidamente.

— Ah, sim, — uma voz baixa e lacônica falou. — Não queremos que eu seja demitido por causa de Harry Potter.

Draco Malfoy estava parado na porta, um ombro encostado casualmente no batente. Ele ainda estava muito magro, seu cabelo ainda estava opaco. No entanto, a maneira como ele ficou lá, como se não tivesse nenhuma preocupação no mundo, quando Harry o demitiu de seu último emprego e estava prestes a ser demitido deste também, o lembrou muito da maneira como Malfoy era na escola, Harry engoliu em seco. Ele desviou o olhar.

— Oh, oh, oh! - gritou a Sra. Mulpepper. — Eu te dei uma chance, Draco Malfoy! E durante todo esse tempo você cometeu crimes sujos e desagradáveis ​​bem debaixo do meu nariz?

Harry nunca sabia o que fazer quando uma pessoa começava a chorar. Ele provavelmente deveria se aproximar, dar um tapinha no ombro dela ou algo assim, ele só não conhecia muito bem a Sra. Mulpepper. Ela pode interpretar isso de maneira errada. Isso pode fazê-la chorar mais. Ela poderia abraçá-lo ou algo assim, e Harry não sabia o que fazer com abraços que não fossem de Hermione, Ginny ou Molly. Estranhos sempre tentavam abraçá-lo, desde o fim da guerra, e Harry se sentia intensamente desconfortável ao ser tocado tão intimamente.

Draco Malfoy parou de se encostar na porta, tendo a graça de parecer um pouco desconfortável.

— Sra. Mulpepper—

— Eu te avisei, — disse Harry. — Eu não vou prendê-lo. Eu-ele está me ajudando, — ele continuou, desesperado para que o choro parasse. — Malfoy está me ajudando com uma coisa.

AWAY CHILDISH THINGSWhere stories live. Discover now