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JUNHO 2012

HARRY POTTER: 10 anos

DRACO MALFOY: 32 anos

A última coisa de que Harry se lembrava era de estar conversando com uma cobra. A cobra havia respondido ou parecia ter respondido — e então o vidro desapareceu e a cobra escapou. Duda chorou como um bebê e Harry se meteu em problemas — ou ele pensou que poderia ter se metido, mas foi quando tudo começou a ficar nebuloso, como redemoinhos cinzas dentro de sua própria cabeça.

A próxima coisa que ele sabia era que estava segurando um galho dentro de uma pilha de roupas. Deixando o galho de lado, ele tentou sair, mas as roupas estavam presas — bem, não completamente; as calças, amarradas com um cinto muito grande, estavam caindo. A camisa estava sobre sua cabeça como uma camisa normal, exceto três tamanhos maiores, e uma coisa estranha como um manto parecia estar presa em seu pescoço. Seus pés estavam em botas com o dobro de seu tamanho, e suas mãos estavam em grandes luvas sem dedos. Pelo menos ele ainda estava com os óculos, embora também parecessem grandes demais, e Harry entrou em pânico por um segundo, pensando que havia encolhido. Uma vez, quando tia Petúnia tentou colocar um suéter nele, ele mudou de tamanho, mas nunca havia acontecido com seu próprio corpo antes.

As roupas definitivamente não eram dele, e no entanto, quando Harry olhou ao redor viu que estava em uma sala com uma mesa que tinha um equipamento estranho nela. Balcões cobriam as paredes, armários acima deles com portas de vidro. Vidro quebrado estava por todo o chão na frente dele, não muito longe de um homem alto com cabelos claros olhando para ele.

Tio Válter definitivamente caracterizaria essa situação como "negócio engraçado".

Enquanto isso, o homem loiro parecia ferido.

— Ahn, — Harry disse, segurando seu cinto e tentando não tropeçar no roupão enquanto ele lentamente se afastava do vidro. — Onde estamos?

— Potter? — O homem parecia machucado também.

Tentando decidir se ele reconheceu o homem, Harry recuou outro passo, as botas grandes quase o derrubando. Ele tinha quase certeza de que se lembraria se algum professor da St. Grogory's se parecesse com aquele sujeito, pois a aparência daquele homem era singular. Ele era alto e esbelto, como um canudo, e pálido também, como se as cores tivessem vazado de seu cabelo, olhos e pele. Suas roupas eram estranhas, como as roupas de um dos dramas de fantasia de Petúnia, mas pareciam ser do tamanho certo.

— Quem é você? — Harry perguntou.

— Ah, não — disse o homem.

— Você sabe onde estamos? — Harry perguntou, recuando outro passo. — Porque eu não me lembro de chegar aqui, e se você me sequestrou... — Harry parou porque não sabia bem o que aconteceria se ele tivesse, de fato, sido pego. Válter provavelmente agradeceria ao homem por seus esforços.

Uma porta se abriu do outro lado da sala.

— Nós temos que ir — o homem disse, sua voz baixa. — A varinha de Accio Potter! — O galho voou para a mão do homem, e então antes que Harry soubesse o que estava acontecendo, o homem estava avançando e agarrando o braço de Harry.

Então o mundo estava girando enquanto Harry lutava.

As mesas da sala balançaram como uma pintura sendo misturada. Um estalo alto encheu o ar, então uma escuridão fria. Com um aperto gelado que parecia descongelar e expandir e ser empurrado com muita força de uma só vez, tudo parou.

Então as estrelas que Harry viu diante de seus olhos estavam dançando por uma sala inteiramente nova. Esta sala era muito menor, cinza na luz fraca.

— Porra — alguém disse. Era o homem loiro, e o fogo rugiu para a vida contra uma parede. Harry estava ocupado pulando para fora da roupa, enquanto o homem loiro andava a passos largos dizendo: "Porra, porra, Merlin, porra", apontando um galho para vários lugares da sala. O fogo saltou atrás dele, queimando as velas, e Harry percebeu que o fogo contra a parede estava em uma velha lareira robusta.

AWAY CHILDISH THINGSOnde histórias criam vida. Descubra agora