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Quando voltaram, estavam de volta à sala com o sofá florido e livros por toda a parte, o fogo ainda crepitando alegremente na lareira.

Harry lutou para respirar, mas não conseguia pensar porquê. Eles haviam sido beliscados por aquele frio negro três vezes. Ele nunca havia se machucado antes, mas agora sentia seus pulmões pegando fogo, porque Dudley...

Duda..

John Major não seria mais o primeiro-ministro, e EastEnders poderia até ter sido cancelado, e Piers Polkiss poderia estar em Take That. Take That pode nem ser mais uma banda. Era 2012 e Harry...

Harry tinha trinta e um anos.

Do outro lado da sala, os livros começaram a disparar da prateleira.

— O qu-? — Sr. Malfoy disse, soltando o braço de Harry.

Todos os livros voavam para todos os lados e Harry não entendia o porquê.

— Ah, — disse o Sr. Malfoy. — Potter, acalme-se.

Harry ainda não conseguia respirar.

— Potter, — disse o Sr. Malfoy, soando um pouco frenético. — Beba isso!

— O que? — Harry tentou dizer, virando-se para olhar para o Sr. Malfoy, que estava segurando um frasco. Harry não conseguia ver muito bem. Quando ele estendeu a mão, ele parecia estar tremendo.

As paredes também tremiam.

— Potter, tudo bem — disse o Sr. Malfoy. — Está bem. Shh, você está bem. — E quando Harry percebeu, o Sr. Malfoy o estava tocando, uma mão quente em seu ombro, e Harry não tinha certeza do porquê. Talvez fosse para fazê-lo parar de tremer o suficiente para beber o líquido laranja do frasco, então Harry bebeu. O tremor parou e Harry conseguiu respirar novamente, a pressão em seus pulmões diminuindo. A mão permaneceu nele de qualquer maneira, tocando seu cabelo, acariciando seu pescoço, sobre seu ombro, então começando a subir pro cabelo novamente. Foi muito bom.

Harry se perguntou se era isso que Heloise sentia quando ele a acariciava.

— Shh, — disse o Sr. Malfoy. — Harry, tudo bem. Por favor, você está bem? Tudo está bem. Você está bem.

Livros estavam espalhados por todo o chão, e Harry percebeu que era uma coisa engraçada o que tinha acontecido, e que de alguma forma, aquela coisa engraçada, era ele.

— D-s-desculpe, — ele gaguejou.

— Ok. — Sr. Malfoy disse, puxando sua mão e se levantando. Então seu braço se moveu e Harry cambaleou para trás, levantando o braço para proteger os óculos.

Tio Válter não se lembrava de ter cuidado com os óculos de Harry quando muitas "coisas estranhas" aconteciam.

— Accio copo de leite, — foi tudo o que o Sr. Malfoy disse, e então, — Ok. Potter, os livros pararam de voar.

Lentamente, Harry baixou o braço e olhou ao redor da sala.

— O que foi isso? — ele perguntou, um pouco apreensivo.

O copo de leite flutuou até a mão do Sr. Malfoy, que o golpeou com o seu galho.

— Magia acidental, — ele disse, entregando o copo para Harry. — Beba um pouco disso.

— O que era aquela outra coisa que você me deu? — Harry realmente não queria beber o leite, mas o Sr. Malfoy não parecia zangado. Cautelosamente, Harry bebeu o leite, ainda segurando a outra garrafa na outra mão. Olhou para baixo. — Foi veneno?

— Por que sempre...? — O Sr. Malfoy parou, então suspirou. — Foi aquela poção cura-tudo que eu procurei pra você mais cedo, acho que não funcionou.

AWAY CHILDISH THINGSOn viuen les histories. Descobreix ara