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Naquela noite, Draco não deixou crescer os pelos do nariz, mas colocou um tapete no chão. Ele ronronou quando Harry pisou nele, e então Draco fez seu sofá flutuar para que não caísse no carpete. Ele virou o sofá em diferentes direções ao redor da sala por um tempo, depois o encolheu para que pudesse passar pela janela. No telhado, Draco ampliou novamente o sofá e Heloise despencou de onde estava, caindo em um dos braços do sofá. Harry a acariciou novamente e Draco mostrou a ele mais estrelas.

- Eu não vou dormir, - disse Harry, quando estava prestes a cochilar.

- Oh, sério? - Draco disse, sua voz seca.

Harry percebeu que de alguma forma o braço de Draco estava ao seu redor e sua própria cabeça descansava no ombro de Draco, que era quente e firme e um pouco ossudo. No entanto, o tecido de sua camisa era sedoso e Harry achou muito melhor do que um travesseiro de verdade. Embaraçado, forçou-se a erguer a cabeça.

- Se eu fizer isso, você vai me levar flutuando até sua cama, e você não terá um lugar adequado para dormir, e então você vai fazer poções a noite toda.

- Como você me conhece bem, Harry, - Draco murmurou.

- É verdade.

- Você já ouviu falar em beliches? - O braço ao redor de Harry apertou, então soltou. - Está tudo bem para você se eu transfigurar minha cama em duas? Você pode ficar aí em cima até me ouvir roncar, só para ter certeza de que estou dormindo.

- Posso dormir lá em cima? - Harry perguntou, muito animado com a perspectiva de beliches.

- Você pode dormir onde quiser, - Draco disse, levantando-se. Uma vez que Harry também estava de pé, Draco apontou sua varinha para o sofá para encolhê-lo. Em vez de fazê-lo voar de volta para a janela, o que Draco disse não ser a coisa mais segura a se fazer em um sofá encolhido e transformado, eles fizeram a coisa de desaparecer: espremer-se na escuridão para reaparecer na sala de estar. Deixando o sofá no lugar, eles desceram as escadas, passaram pela loja e voltaram para o quarto de Draco, onde Draco começou a transformar a cama.

O resultado foram colchões e cobertores muito mais estreitos, mas Draco transfigurou uma toalha fofa em mais travesseiros para que ambos pudessem ter mais, então deixou Harry subir no beliche de cima.

- Draco, - Harry disse, uma vez que ambos estavam deitados no escuro.

- Sim, Harry?

Harry inclinou a cabeça para o lado.

- Você já dormiu em beliches antes?

- Na verdade não, - Draco estava deitado no beliche estreito com as mãos cruzadas sobre as cobertas. Ele não parecia nem um pouco pronto para dormir, mas havia colocado o pijama. Eles pareciam menos elegantes do que a maioria de suas roupas.

Harry recostou a cabeça no travesseiro e fechou os olhos. O pijama que Draco havia transformado para Harry era muito mais confortável, ao contrário do pijama listrado de azul e branco que ele usava antes. Este era verde e prata, e parecia um pouco escorregadio, como seda. Era a coisa mais confortável que Harry já havia usado.

- Draco, - Harry disse, virando a cabeça para o lado.

Os olhos de Draco se arregalaram.

- Sim, Harry?

- Quando você fazia roupas novas e colocava no banheiro, era o pijama? Você continuou fazendo roupas novas com as mesmas roupas repetidamente?

- Não, Harry - sem os óculos, Harry só podia ver um borrão esbranquiçado como o rosto de Draco, iluminado pela luz da lua entrando pela janela. - Eles eram diferentes. Eu coloquei os antigos para lavar.

- Oh, - Harry colocou a cabeça de volta no travesseiro.

Ele ficou lá por um tempo, mas não ouviu Draco roncar.

- Draco, - Harry disse, virando a cabeça para o lado.

- Sim, Harry?

- Você realmente ronca?

- Não tenho certeza. Talvez você possa me dizer, se me deixar dormir.

Draco estava brincando, Harry tinha quase certeza disso, mas deitou a cabeça no travesseiro mesmo assim.

- Draco? - ele disse, depois de mais um minuto, olhando para o lado.

- Sim, Harry?

- Você já teve uma festa do pijama?

- Desculpe?

- É quando os amigos vêm, - disse Harry. - E eles passam a noite. Duda teve um, uma vez. Foi horrível.

- Sim, Harry. Eu tive... festas do pijama.

- Oh, - Harry olhou para o lado. - Eles eram divertidos?

- Harry... - Draco começou, então parou. - Sim, - ele finalmente disse, - eles foram divertidos.

- Draco? - Harry nem se preocupou em colocar a cabeça no travesseiro dessa vez.

- Sim, Harry?

- Isso conta como uma?

- Contar como o quê?

- Como uma festa do pijama.

- Sim, Harry. Esta é uma festa do pijama. Sem a parte de dormir.

- Draco?

- Sim, Harry?

- Estou feliz que a poção caiu em mim.

Draco se virou para olhar para ele, seu rosto muito pálido na escuridão. Ele estendeu a mão, hesitou, então tirou a franja da testa de Harry, expondo a cicatriz.

Harry desejou não estar no beliche de cima. Ele queria estar lá embaixo, deitado ao lado de Draco, ou no sofá novamente, com o braço de Draco em volta dele, sua cabeça no ombro de Draco. Às vezes, quando Duda tinha pesadelos, ele costumava correr para dormir com tia Petúnia e tio Válter. Harry os ouvira falar sobre isso. Ele os ouviu falar sobre apenas bebês dormindo com seus pais, e apenas bebês tendo pesadelos, e Duda precisava ser durão e dormir em sua própria cama sozinho.

Harry não queria ser um bebê. E ainda assim, ele queria dormir com o braço de Draco em volta dele.

Draco retirou sua mão.

- Eu aprecio isso, - Draco começou, mas sua voz era áspera. Ele limpou a garganta. - Agradeço a oportunidade de conhecê-lo melhor, Harry. Me desculpe, eu não tinha... entendido antes.

- Entendido o quê? - Harry perguntou, a cabeça ainda pendendo para o lado. Ele se sentiu estúpido por querer que Draco o tocasse novamente.

- Você, - foi tudo o que Draco disse.

Sem saber ao que Draco se referia, Harry recostou a cabeça no travesseiro. Sua cabeça começou a ficar estranha por estar de cabeça para baixo. Ele tentou pensar no que Draco poderia entender, mas não conseguia se concentrar, estava com muito sono e animado para pensar direito.

- Draco? - ele perguntou, jogando a cabeça para trás.

- Sim, Harry?

- Como o pomo sabe para onde voar?

Draco riu.

- Vai dormir.

- Mas como ele sabe?

- Vá dormir, Harry. Eu te conto pela manhã.

Harry descansou a cabeça no travesseiro e fechou os olhos.

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