No domingo de manhã, Draco disse:
— Eu acho que precisamos de outra caminhada, Harry.
Ele ainda não tinha terminado seu café da manhã, Harry ainda estava mastigando sua torrada com geléia.
— Para onde? — ele perguntou, com a boca cheia.
— Para o Ministério da Magia.
Depois de mastigar um pouco mais, Harry finalmente conseguiu engolir.
— Eu pensei que você disse que meu eu mais velho disse que eu não podia confiar nas pessoas de lá.
— Sim, — Draco disse, pegando seus pratos com sua varinha e levando-os para a pia. — É por isso que vamos usar disfarces.
Harry, que estava prestes a morder outro pedaço de torrada, parou, tirou a torrada da boca e disse:
— Disfarces?
— Sim, — Draco lavou os pratos, secou e começou a guardá-los manualmente. — Tenho alguns bons em mente.
— Como eles se parecem? — Harry perguntou, tentando não parecer muito animado, mesmo que estivesse.
Finalmente, Draco se virou.
— Com nós.
— O quê?
Apontando sua varinha para a mesa, Draco levitou os potes de geléia e manteiga, e se virou para guardá-los. Voltando para a mesa, ele mexeu no jogo americano, limpando-o com a varinha, apesar do fato de não parecer sujo para Harry. Então ele guardou a varinha e a pegou novamente.
Draco nem sempre gostou de responder perguntas, Harry percebeu, mas ao contrário do tio Válter, ele nunca disse a Harry para não perguntar. Harry tinha certeza que Draco teria que explicar isso, então ele esperou em silêncio até que Draco bufou e se sentou.
— Você se lembra de todos os arquivos que encontramos no Número Doze?
— Sim, — Harry disse cautelosamente, — você disse que não havia nada lá.
— Eu disse que você poderia estar ligando alguns casos, — Draco disse, — há alguns arquivos que não estavam lá. Ocorreu que, ocorreu que, que esses arquivos podem estar no Ministério, mas se estivessem lá... se estivessem lá, provavelmente estariam na sua mesa.
— Eu tenho uma mesa? — Harry se animou. Ter uma escrivaninha o fazia se sentir muito importante.
Draco sorriu ligeiramente; apenas um sorriso de escárnio de um lado da boca.
— Sim, Harry, você tem uma mesa.
— Vamos vê-la?
— Esse é o problema, Harry, — Draco estava brincando com a toalha de mesa novamente, sua varinha fazendo as franjas dançarem. — A única pessoa que verificaria sua área de trabalho por algum motivo lógico é você.
— Eu vou, — disse Harry, porque, por mais chatas que fossem as escrivaninhas, esta era uma escrivaninha de polícia e pertencia ao seu eu adulto. Ele se perguntou se tinha algumas nela, algemas mágicas.
— Ótimo, — Draco disse. — Apenas... se um Harry Potter de dez anos for visto passando por sua mesa, isso pode... criar incertezas.
Harry tinha certeza de que "criar incertezas" significava que as pessoas fariam perguntas, e ele entendia qual era o problema de qualquer maneira se Draco pensasse que eles não podiam confiar em mais ninguém.
— E eu preciso estar com você, — disse Draco, — porque eu li esses outros arquivos e tenho uma ideia melhor do que procurar. Além disso, sei mais sobre o mundo mágico e poderia responder mais facilmente às perguntas de qualquer pessoa que nos impedir. Então faz sentido se... — sua voz sumiu, ele mexeu na toalha de mesa um pouco mais, e Harry sentiu seu coração afundar.