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Marcella era inteligente demais e implacável. Ela conseguiu, com maestria, me enrolar em seus dedos. Marcella Bianchi era muito boa em convencer, por isso se tornou uma advogada excepcional.
Eu respirei fundo, tentando recuperar a minha respiração sobre seu olhar insistente, e o toque do meu celular.
Eu peguei o celular no bolso e vi o nome do meu filho, Diego, piscando na tela. Atendi com um suspiro pesado, enquanto Marcella me observava atentamente.
Eu atendi o celular, ainda atentando me acalmar.
— Oi, filho.
— Pai.... — ele parecia nervoso. — Eu vim até o porão trazer comida para a sua prisioneira.
— O que aconteceu?
— Ela não está bem. — a voz dele tremeu — Ela está sangrando. Ela esta machucada.
— Diego....
— Você disse que não iria machuca-la, porra. — ele berrou.
Eu respirei fundo, pensando em como acalmá-lo. Diego estava treinado para assumir as coisas quando precisasse, mas eu ainda precisaria insistir muito antes de ele aceitar completamente seu destino.
No entanto, eu jamais tocaria naquela mulher. Meu objetivo era apenas mexer com a cabeça de Theo.
— Diego, eu não toquei nela. Deixei que Christian tomasse conta dela.....
— Você o quê? — Foi Marcella quem me interrompeu, se aproximando de mim.
Seus olhos pareciam me perfurar, como se ela fosse me matar se precisasse.
Eu a ignorei, e continuei falando com Diego.
— Mas você precisa entender que esse é o negócio da família.
— Eu quero que se foda o negócio da família, eu já estou cansado dessa merda..... eu estou chamando a ambulância.
— Diego, você não pode....
Eu não consegui terminar de falar, ele havia encerrado a ligação e estava prestes a fazer o que ele queria, sem esperar a minha aprovação.
Eu guardei o celular, e fechei a minha calça. Precisava voltar pra casa, para evitar que as coisas saíssem do controle. Eu peguei a minha máscara e joguei a da pra ela, colocando no rosto eu avancei até a porta.
Marcella andando atrás de mim, mantinha as perguntas constantes na ponta da sua língua.
Todas elas evitadas por mim.
Ela havia vindo até mim sugerindo se trocar por Naomi. Me mataria se alguma coisa acontecesse. Eu podia aguentar tudo, exceto o ódio de Marcella Bianchi.
Em algum lugar dentro do Velvet Vortex, eu ouvi disparos.
— Porra! — eu gritei, olhando para ela e agarrei sua mão — Você disse que Nicolo Mancini não faria nada.
