Eu esperei a noite inteira pelo retorno de Marcella. Era como se ela tivesse se esquecido que prometeu me ajudar. Eu passei a noite no meu escritório, ao lado de uma garrafa de uísque.
Era quase meio dia do dia seguinte, quando ela finalmente me ligou. O som do telefone cortou o silêncio do meu escritório, e eu atendi com uma mistura de ansiedade e raiva contida.
— Eu passei a noite inteira tentando convencê-lo. — foi a primeira coisa que ela disse — Mas Theo é muito cabeça dura.
— Droga. — murmurei, socando a madeira da minha mesa.
— Você faria de tudo para vê-la, mesmo que significasse ter que entrar no nosso hospital sem que ele perceba? — Marcella perguntou, e eu podia ouvir a hesitação em sua voz. — O problema é que Theo não confia em você e não quer arriscar que você tente algo contra ele.
— Isso é ridículo. — respondi — Porque eu estaria planejando um ataque contra ele enquanto a minha irmã está entre a vida e a morte?
— Theo me disse que precisa resolver umas burocracias com o hospital, isso quer dizer que ele vai ficar ocupado e distraído. — ela continuou. — Me encontra no hospital em meia hora e eu consigo fazer você entrar. Mas você precisa ser rápido e discreto.
Eu suspirei aliviado que ela estava disposta a fazer isso por mim. Que pelo menos uma vez, Marcella me priorizasse em alguma coisa.
— Eu estarei lá em meia hora. — Respondi, minha voz firme, mas com uma pitada de gratidão. — Obrigado, Marcella. Eu te amo.
Por puro reflexo, como sempre eu esperei que ela me respondesse, mas nada veio dela. Mais uma vez.
Desliguei o telefone com um suspiro pesado. A noite de espera tinha deixado meu corpo tenso e a mente inquieta. Rapidamente, me levantei da minha cadeira e fui até o espelho, observando meu próprio olhar cansado e as linhas de preocupação que marcavam meu rosto.
Vesti-me rapidamente, escolhendo uma roupa que me permitisse passar despercebido no hospital. A preocupação persistia, mas a esperança de vê-la me impulsionava. Peguei meu casaco, escondendo a arma no coldre antes de sair apressadamente do escritório.
Ao chegar ao hospital, Marcella já me esperava discretamente nos fundos do prédio. Seus olhos carregavam a mesma tensão que os meus, mas eu sabia que ela estava se arriscando ao me ajudar.
Ela me ofereceu um sorriso fraco, e digitou alguma coisa no celular.
Alguns minutos depois, uma mulher um pouco mais baixa que Marcella vestindo uniforme hospitalar, apareceu pela porta de trás. Ela tinha o cabelo castanho claro espalhado por seus ombros, e os olhos azuis caíram sobre mim com curiosidade.
Eu sabia quem ela era. Fallon Bianchi. A esposa do irmão mais novo de Marcella, Luca.
O merdinha era apenas um irmão mais novo e andava por aí como se tivesse um rei na barriga.
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Proibido Desejo - 4
RomanceUma mulher apaixonada pelo inimigo e uma guerra a ser vencida. Marcella Bianchi precisa decidir entre a lealdade aos seus irmãos e o amor de sua vida. • Sinopse completa no sumário estendido no primeiro capítulo. ©