when a tornado meets a volcano

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i can only tell you what it feels likeand right now, there's a steel knife in my windpipe i can't breathe, but i still fight while i can fight________________________

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i can only tell you what it feels like
and right now, there's a steel knife in
my windpipe i can't breathe, but i still
fight while i can fight
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1996.
Três meses antes do assassinato de Casey Becker

BILLY’S POINT OF VIEW.

O verão havia chegado cedo naquele ano. As flores vibrantes da primavera começavam a se fechar, se protegendo dos raios de sol nada agradáveis naquela manhã. Era nosso último dia de aula antes das férias de verão, ocorriam do início do mês de Junho e termininavam o fim de Agosto. Eu e Stu teríamos de passar nossas férias numa viagem até a cidade vizinha pro causa do time de vôlei. De algum jeito, o diretor arranjou um campeonato para nos enfiar e, como meros alunos, só podíamos aceitar. Como se ninguém tivesse nada melhor para fazer nas férias. Não que eu tenha realmente, mas não planejei ficar envolvido com atividades extracurriculares da escola. Na verdade, eu tinha algo melhor sim pra fazer. Transar com o Stu e finalizar os planos para assassinar Casey Becker e o namorado dela. Mas não era como se eu não pudesse fazer essas duas coisas e ainda jogar vôlei.

Na sua adolescência, Billy Loomis mergulhava em todas as ideias que conseguia ao mesmo tempo. Como resultado, adquiriu estresse em excesso. Mas nunca deixara uma tarefa incompleta. E agora não era diferente, conseguia perfeitamente se ocupar com várias coisas ao mesmo tempo. Mantinha o segredo de ser o culpado do homicídio de Maureen Prescott, nutria seu amor por filmes de terror, transava com seu melhor amigo, morava praticamente sozinho e ainda conseguia ter cabeça e tempo para se dedicar a escola. As notas do rapaz sempre variavam entre oito e nove, aquilo era fruto pela cobrança excessiva que pusera em si mesmo. Também na adolescência, inventou que precisava ter notas acima de sete para agradar seus pais.

Eles, no entanto, nunca deram atenção pra tal feito. Não importava a nota que Loomis tirava na escola, contanto que ele não exigisse a atenção contínua dos pais. E também nunca exigira. Apenas uma vez, com seis anos, quando mostrou um desenho para seu pai. Um amontoado de rabiscos de todas as cores imagináveis pelo ser humano, não tinha leveza ou alguma forma definida, pelo contrário, era uma pintura bruta. Parecia ter apenas juntado vários lápis coloridos na mesma mão e arrastado a ponta deles com toda sua força pela extensão do papel. Mas nenhuma criança dessa idade está pronta pra ouvir que ela é uma inútil e que não sabe fazer nada direito. Desde então, Billy se puxava muito quando precisava desenhar. Com os meses, achou que também precisava se puxar em outras matérias para ter seu mérito reconhecido pelos pais. Depois de uns anos, parou de mostrar suas provas com aquele ar de orgulho já que não adiantava de nada, sempre lhe respondiam com “Não tá fazendo mais que tua obrigação, William”. Às vezes, sua mãe dizia “Parabéns. E vai pro seu quarto”. Se cansava daquilo. Ao menos uma vez na vida, poderia, Billy, ter dúvida em algo? Precisar de ajuda a resolver uma equação? Precisava mesmo saber palavras deveras complicadas apenas para utilizar numa redação idiota, na qual a conclusão de intervenção social seria nada mais e nada menos que o fim do Estado? Afinal, Loomis sabia que era tudo culpa do governo. De quem mais seria?

Me And The DevilWhere stories live. Discover now