mama's boy

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M-A-M-A  B-O-Y
mama's boy, mama's boy.
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1995
Na manhã seguinte.


BILLY'S POINT OF VIEW

Acabei acordando mais cedo naquela manhã pela turbulência da última noite. E se Stuart não tivesse entrado pela porta do quarto dele e me visto de cara amassada, eu talvez conseguisse dormir de novo. Afinal, quem merece acordar às sete da manhã num sábado? Pensei comigo, encarando com o cenho franzido um ponto fixo aleatório.

— Ah! Bom dia flor do dia, olha só quem acordou! A princesa quer um café com leite com panquecas ou ela é mais de cereais pela manhã?  – O ouviu questionar, ironizando consigo. Fechei meus olhos por um longo tempo como quem ainda tentasse raciocinar.

Eu e Stu éramos amigos a um bom tempo, conhecíamos bem um ao outro. Mas mesmo sabendo que meu humor é horrível durante a manhã, ele continuava arriscando uma tentativa de interação comigo e tal insistência fez com que eu encarasse ele em completo silêncio.

— Uhm.. Bem, na dúvida tem os dois lá embaixo! E uau, que surpresa você não me mandar calar a boca. Que foi, sonhou comigo ontem? É por isso que está feliz?  – Ele insistiu provocando, exibindo seu sorriso a cada nova pergunta que me fazia.

Não desviei o olhar quando ele veio se sentar perto de mim, eu não era o maior fã de toque físico e muito menos qualquer tipo de interação social. Óbvio, precisava socializar como qualquer um. Mas também apreciava muito minha própria companhia, às vezes era como se eu fosse uma pessoa diferente quando tento verbalizar algo mesmo que simples.

— O que houve, Billy? Parece que você viu um fantasma! Pensei que estivesse feliz em me ver.  – Ele pôs as mãos sobre o peito de forma dramática, me fazendo revirar os olhos e bufar.

— Isso, aê! Finalmente você expressou algo, pensei que havia adoecido!  – Stuart brincou de novo.

Admirava o amigo nesse sentido, ele parecia expressar perfeitamente qualquer tipo de emoção que sentisse. Billy, na maioria das vezes, estaria ocupado tentando fingir simpatia com alguma pessoa aleatória que talvez nunca mais fosse ver; era do tipo que guardava as piadas maldosas somente para si. E para Stu, de vez em quando.

— Prefiro café preto.  – Respondi de forma sólida, em relação à primeira pergunta que havia sido feita a si. O amigo pareceu confuso com a demora, mas se levantou prontamente para descer as escadas.

Fechei a porta do quarto, dando uma olhada nos pertences enquanto vagava pensativo; e, ao mesmo tempo, de forma vazia. Olhou através da janela e suspirou baixo. Não estava com vontade alguma de voltar para casa, principalmente agora que sua mãe havia saído da cidade. Ainda estava martelando o assunto da última noite, não entendia como caralhos tudo havia acabado da noite pro dia. Lembrou-se do último final de semana, onde viajou para uma pedreira com seus pais para acampar. Saiu com seu pai para caçar, animais pequenos como pássaros ou qualquer coisa. Billy voltou para a cabana antes do anoitecer e assistiu "A Hora do Pesadelo" com sua mãe enquanto tentavam resolver palavras-cruzadas. Um final de semana genérico e comum, mas se voltasse para casa nesse momento presenciaria seu pai com alguma outra vagabunda no quarto enquanto no ar pairava o odor de cigarros e bebidas alcoólicas. Além de provavelmente muitos objetos quebrados.

Adentrei no banheiro e liguei o chuveiro.

Era raro seus pais não brigarem, mas tinha certeza de que aquela fora a gota d'água. Culpava principalmente a mãe da sua namorada por tudo aquilo, mas sabia que seu pai não era nem um pouco inocente. Também não era como se gostasse muito dele. Quer dizer, ninguém imaginaria que o próprio pai pudesse lhe tratar feito lixo. Mas não deixava com que as palavras dele o afetasse diretamente, não dava ouvidos a alguém que era pior que si. Não dava ouvidos a muita gente, porque talvez seu orgulho fosse grande demais para se permitir entrar em sinuca.

Me And The DevilWhere stories live. Discover now