flashin' lights

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but what do i know?
flashing, lights.
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1995.
Segunda-feira.


STU’S POINT OF VIEW.

Estava relativamente apreensivo naquela manhã. Não via Billy há dois dias já. Sabia que naquele sábado quando saíra cedo de sua casa, não havia compromisso algum e que aquilo passava-se apenas de uma desculpa. Para ficar sozinho, imaginava. E entendia, qualquer um que fosse abandonado pela mãe que era o elo forte da família, ficaria abatido. Mas pensou que Billy teria algum tipo de surto de raiva, que quisesse quebrar tudo e saísse descontando em todos ao seu redor. Ou talvez aquilo seria algo previsível demais para Loomis.

Suspirou baixo. Os alunos foram entrando na sala de aula aos poucos, eu estava sentado na parede da janela. Sem meu amigo por perto, era notável que meu humor também não estava nas alturas como sempre.

Tatum se sentou ao meu lado e Randy logo atrás. Me mantive absorto, aéreo demais para prestar atenção em seja lá qual assunto pairava. Ao ver Sidney se aproximar, voltei a realidade.

— Sid.  – me virei até ela, em minha carteira.

— Olá, Stu!  – Ela falava sorridente.

Dei um sorriso de volta.

— Billy passou na sua casa nesses dias?

A garota se amuou, franzindo o cenho.

— Ele me disse que estava na sua.

Entreabri os lábios, me calando. Me virei para frente e tentei prestar a atenção no professor que explicava algum tipo de teorema ou sei lá o quê. Não realmente estava prestando atenção, só cruzei os braços e deitei minha cabeça na sobre eles na mesa enquanto sentia Tatum levar a mão até meus fios de cabelo, acariciando de leve.

Não entendia porque aquele afastamento me doía tanto. Em meu peito se fazia presente uma angústia avassaladora, uma ansiedade e um pressentimento sinistro a acompanhavam. Fechei meus olhos para me desprender de tudo aquilo. Queria estar com Billy naquele momento. Queria que ele soubesse que eu estava ali, que faria de tudo para poder ajudá-lo.

Com Tatum fazendo cafuné em meus fios, a aula terrivelmente entediante e meus olhos fechados, acabei adormecendo até dar o sinal do intervalo.

.

Fui acordado por uma carícia estranha próxima a minha nuca, abri os olhos repentinamente de forma atordoada e acabei me deparando com uma figura familiar.

— O que foi, Stu? Parece que viu um fantasma!  – O amigo brincou, daquela vez. Abri um sorriso um pouco desconcertado e puxei uma cadeira para ele sentar.

— Que susto, porra! Por onde andou? – Tentei questionar sem parecer que eu não havia parado de pensar nele durante esse período. E na verdade, aquilo ocorria com certa frequência.

Não de Billy sumir, mas de em momentos aleatórios como às três e meia da madrugada desejar estar na companhia do amigo. E às vezes, ia ao encontro do rapaz durante a noite apenas para bater um papo casualmente, beber umas cervejas ou fumar uns baseados. Contudo, aqueles encontros ficaram menos comuns quando Billy começou a namorar Sidney há quatro meses. Era como se ele só tinha tempo para ela, por isso pensou que iria para a casa dela na manhã do último sábado.

Me And The DevilWhere stories live. Discover now