͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏𝖾𝗅𝖾𝗏𝖾𝗇

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Engoliu o seco, sentiu-se como Finney quando a acertou acidentalmente com faca, a culpa a preenchendo mais uma vez.

── Desculpa… - Sussurrou, tirando a faca dali e dando passos para trás.

A arma agora estava caída no chão, Eliott levou as mãos até o ferimento, não parecia sentir dor nem estar incomodado com aquilo.

Suas risadas invadiram o ouvido da ruiva, fez todo o seu corpo se arrepiar e tremer, os olhos mais uma vez sendo afogados em lágrimas. Mas além disso, também sentia o sangue ferver em suas veias, os punhos cerrados apertando ainda mais a faca em sua mão.

── Vai me matar agora? - Ele diz com certa dificuldade, cuspindo um pouco de sangue.

── Se me obrigar a fazer isso…

Mais uma vez, precisou avançar nele. O mesmo se ajoelhou para tentar buscar sua pistola, foi interrompido por mais uma facada, agora atingindo seu ombro. Victoria não parecia demonstrar nenhuma emoção ao fazer aquilo, sentia que estava sendo controlada por algo e tudo saía de forma automática.

Já Eliott, não parecia desesperado também. Sentia dor e isso era nítido, mas não tinha medo nem ódio em seu rosto distorcido.

Com a arma em mãos novamente, ele se levantou e colou o cano bem no rosto da mesma, chegando cada vez mais perto.

── Te disse que era igual a mim… - O homem murmurou sorrindo.

── Não! Eu não sou!

Mais perto. Ela recuava mesmo sabendo que não haveria muito para onde correr.

Algumas risadas fracas ecoam vindas do mais velho.

── Gosta de machucar os outros, igual a mim. Precisa admitir, filha, não é fraca como sua mãe e seu irmão.

── Para de dizer isso!

── Está fazendo exatamente o que eu queria, filha, está seguindo os passos do papai…

O ódio crescia junto com sua força, segurava com tanta firmeza a faca em sua mão ao ponto de sentir dor nos nódulos de seus dedos.

── Não é o meu pai… Meu pai não é um assassino de merda como você, pode ser a razão de eu ter nascido mas nunca será meu pai - Ela sussurrou, negando com a cabeça levemente.

── Você nem se lembra dele! Eu ainda estou aqui para te ensinar tudo, e onde está ele? Onde está o Dewey?!

A lâmina fria agora foi direto em seu pescoço, ela não sabia como, mas estava lá, fazendo-o perder forças e engasgar com o próprio sangue.

Rapidamente, caiu no chão, derrubando a arma e praticamente dando vitória para a ruiva. Mas não parecia o suficiente para ela, queria mais. Sabia que ele morreria em alguns minutos, mas ainda queria mais.

Ela se ajoelhou sobre o mesmo, os joelhos entre a cintura dele, e apenas começou o que estava esperando fazia um tempo e nem havia se dado conta. Tentava acertar cada mínima parte de seu corpo com a faca, todo o sangue espirrando no rosto da mesma e manchando a camisa branca do homem.

Estava coberta do líquido vermelho e exausta quando percebeu o mesmo já sem vida. Parou de contar na décima quinta facada, e isso havia sido há um tempinho. Talvez o ódio realmente tenha falado mais alto, ou melhor, gritado em sua cabeça.

Victoria, ofegante, saiu de cima do corpo, se sentando ao lado dele. Deixou a faca de lado, a máscara já tinha sido abandonada mais no fundo no beco, e a arma jogada próxima as lixeiras.

Atingindo-a como socos no estômago, soluços altos começaram a quebrar o silêncio. Chorava por tantas coisas, raiva, culpa, tristeza, é claro, mas também sentia um alívio estranho.

𝗕𝗢𝗥𝗡 𝗧𝗢 𝗗𝗜𝗘  :  𝗍𝖺𝗋𝖺 𝖼𝖺𝗋𝗉𝖾𝗇𝗍𝖾𝗋 ੭ Where stories live. Discover now