𝗕𝗢𝗥𝗡 𝗧𝗢 𝗗𝗜𝗘 : 𝗍𝖺𝗋𝖺 𝖼𝖺𝗋𝗉𝖾𝗇𝗍𝖾𝗋 ੭

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Na tentativa de analisar como Tori estava dormindo, conseguiu ver apenas o cobertor que a mesma estava usando jogado sobre o tapete, pode ter acordado e ido para o quarto, certo?

── Cadê a Tori? - Tara perguntou em voz baixa assim que se aproximou da irmã.

── No quarto, eu acho, podia ir lá ver se ela está bem - Sam lançou um olhar para a mais nova, ainda sorrindo.

Carpenter somente assentiu lentamente, se afastando de lá e seguindo o corredor até o quarto da ruiva. A porta entreaberta revelava o completo breu ali dentro, já podia sentir o coração palpitando imaginando como Hawke ficava perfeitamente linda enquanto dormia, mas toda aquela expectativa foi cortada ao encontrar a cama vazia, nem sequer parecia ter sido tocada.

── Sam… - Sussurrou, todo o corpo congelado.

── O quê? - A mais velha se aproximou.

── Ela… não tá aqui…

── Como assim não está aí? - Se aproximou, abrindo por completo a porta e analisando bem o cômodo vazio. ── No banheiro? Ou no seu quarto? Ela tem que estar aqui!

O pânico já tomava conta da garota, a qual foi de cômodo em cômodo atrás da ruiva, cada vez desejando mais que ela estivesse ali. Nada. Todos vazios.

Murmurava alguns palavrões enquanto seguia até a sala novamente, pegando o celular que estava sobre a mesa e ligando para Victoria no mesmo segundo. Chamou por alguns segundos e o toque de seu telefone ecoou pelo quarto vazio.

── Merda! - Sam exclamou um pouco mais alto, cobrindo o rosto com as mãos.

Naquele momento, nem Hawke sabia onde estava. A cada prédio que passava sentia mais frio e mais medo, o pânico não havia passado e só parecia mais desesperada a cada segundo. As mãos tremiam tanto que nem sequer as sentia, as lágrimas secavam rapidamente por conta do forte vento e sua visão ficava turva algumas vezes.

Em mais um prédio que passava, algo segurou fortemente seu braço. Uma mão grande e forte a puxando para dentro do beco escuro que separava dois edifícios altos, era praticamente sua morte.

Se debateu algumas vezes até se soltar, olhando diretamente para o que a puxou enquanto sentia suas costas bater fortemente contra a parede de tijolos. Aqueles olhos azuis encaravam o fundo de sua alma até mesmo com pouca luz, os fios loiros levemente grisalhos estavam penteados para trás e não usava seu colar com distintivo dessa vez.

── Tori… - Eliott sussurrou, parecia assustado também, quase a vítima daquela situação.

── Te disse para me deixar em paz! - Falou com firmeza, a voz falhando graças ao choro que persistia em escorrer por seu rosto.

── Filha, por favor, precisamos conversar…

── Você me abandonou e não tem mais o direito de me chamar assim! Vai me deixar em paz ou…

── Ou o que? - Ele se aproximou a fazendo recuar, ficar na ponta dos pés visto que não podia atravessar a parede atrás dela. ── Vai me matar como matou seu irmão? Ou vai mandar algum dos seus guarda costas vir atrás de mim?

Um nó cresceu em sua garganta, engasgava com suas próprias palavras. Até mesmo o rosto do homem estava se distorcendo aos poucos.

── Já acabou com a minha vida, por que ainda fica me perseguindo?! - Mais lágrimas e soluços.

── Porque eu sou seu pai, Victoria! Somente eu sei como criar você, fiz isso por 15 anos!

── E foi embora! - Seu tom cada vez mais alto, mesmo ninguém de fora a escutando.