24: uma foto de uma memória

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Jimin não conseguiu dormir muito bem naquela noite, ansioso pela visita que fariam ao tio no dia seguinte, e frustrado pelo último contato com Jungkook. No dia anterior, o alfa insistiu para dormir com ele, e mesmo que não tivesse dito nada, Jimin sabia que ele estava excitado, provavelmente com tesão acumulado, já que fazia semanas desde aquele episódio no estúdio dele. Enfim, Jimin não o deixou ficar, assim que Soobin chegou, mandou Jeon embora, mesmo que ele tivesse se agarrado ao portão e implorado pra ficar, tentando convencer Jimin com aqueles olhos gigantes.

Não havia nada de errado em transar, mas Jimin não se sentia confortável em fazer isso do mesmo jeito que as outras pessoas faziam. Sentia que isso era exatamente o que sua mãe o acusava de ser: uma vadia. E toda vez que as possibilidades lhe viam à mente, algo o impedia de continuar analisando.

Quando acordou naquela manhã, se sentiu irritado com a luz do sol, irritado com uma unha quebrada que continuava enroscando na roupa, irritado com uma súbita dor na coluna, irritado com o vapor da comida, irritado com um bug no teclado do celular, e irritado até com o barulho de guitarra nas músicas quando tentou escutar. Soobin, notando o humor do mais velho, lhe disse: — Se você vai explodir, pode ser longe de mim? Sou muito novo pra morrer.

Jimin nem o respondeu, agora irritado com o aplicativo do banco que continuava dando erro ao pagar uma conta. Largando tudo, ele se jogou no sofá e fechou os olhos. Não importa o que fizesse, aquele dia estava fadado a ser uma droga, ele sentiu com toda a honestidade.

— Tá ansioso pra conversa de hoje? — Soobin perguntou, entrando na sala e se sentando no braço do sofá. — Tá com medo?

Aquilo não era normal? Não era só mais um dia na sua existência? Medo não era exatamente o que ele sentia todos os dias de sua vida?

Mirando o irmão, Jimin respirou fundo. — Tô com um pressentimento ruim...

— Não fala assim — o mais novo disse. — Você só tá ansioso.

— Você tá feliz com a possibilidade de não ser 100% meu irmão? — perguntou ao alfa.

Soobin deu uma risada honesta. — Desculpe, mas eu sou 100% seu irmão. Umas diferenças no DNA não mudariam isso.

Jimin o olhou por um tempo, pensando "por que esse menino pensa mais que eu?", antes de atirar uma almofada na cara dele, e nesse momento, ouviu a buzina do lado de fora da casa. Sentindo o coração disparar, se levantou e passou pela janela, vendo que era Jungkook. Mesmo receoso, calçou um par de tênis e foi encontrá-lo, dizendo ao irmão: — Se cuida, não abre a porta pra ninguém. Volto mais tarde.

Dito isso, ajeitou o casaco que vestia, entrando então no carro. Estava tenso, e ia começar a falar o que estava achando de tudo aquilo, mas Jungkook não lhe deu tempo, ocupando sua boca com a boca dele, o beijando antes que qualquer um dos dois pudesse falar qualquer coisa. Desorientado pelo beijo, Jimin não disse nada mesmo depois que eles se afastaram. Jungkook foi quem falou: — Vai ficar tudo bem, Jimin.

Surpreendentemente aquilo fez Jimin se acalmar.

Sendo levado pelo movimento do carro, o ômega encostou a cabeça no vidro da janela, envolto nos próprios pensamentos, pensando em tudo que viveu desde a infância, e tudo que ouviu da mãe. Será que além de tudo, ainda mentiram sobre seu nascimento? E se tinha outra mãe... onde ela estava? Por que não estava ali?

Do outro lado, dirigindo, Jungkook dividia a atenção entre a estrada e Park, sabendo muito bem que dentro daquela cabeça havia muita confusão e medo, como de costume. Não podia mentir sobre essa situação: não estava confiante sobre a resolução do caso. No fundo, não sabia o que iria acontecer dali pra frente, porque... se Jimin tinha outra mãe, e ela sumiu, a razão não poderia ser boa, não para ele.

Toca Do Coelho {jikook}Where stories live. Discover now