🌙 15: uma mancha azul

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#coisachata

Balançando sobre o caminho de pedras que a carruagem fazia, Jimin mantinha ambas as mãos cruzadas no colo, vestindo um hanbok valioso, ostentando jóias nos cabelos e pescoço. Sua cabeça até doía devido ao penteado apertado que fora feito em seus cabelos, mas o que mais lhe irritava era a leve maquiagem no rosto, que parecia querer derreter a qualquer minuto.

A Sra. Park, ao lado do filho, mantinha um sorriso blasé no rosto, e fora assim durante o caminho todo, mesmo que ninguém estivesse vendo. Era verdade que Jimin não tinha chances, mas ainda assim seria visto por metade dos nobres da capital, e seu plano era casar o filho assim que possível.

Quando o burburinho de vozes foi aumentando, Jimin soube que estavam passando pelo centro da capital, portanto logo estariam no palácio real. Espiando pela cortina, ele encontrou uma rua apertada de plebeus, e enfeites por toda parte, tanta informação que seus olhos quase se cansaram. Sabia que logo a frente, as carruagens se alinhariam para a entrada oficial, sabia também que HeiYang seria a última a entrar, já que era imprescindível que todos estivessem presentes quando ela entrasse, como se estivessem à espera dela. Como se o evento fosse todo para ela.

Como esperado, em algum momento a carruagem parou, e o vozerio mais uma vez ganhou força, mas dessa vez, Jimin não precisou espiar para saber que estava a apenas alguns quilômetros do palácio. Sua mãe tomou fôlego, passando as mãos nervosas pelo hanbok, alisando o tecido fino. Ela mirou o filho, com os olhos brilhantes. - Esse é um dia de muitas mudanças, Jimin. Faça seu melhor, por você.

Por mim? - Jimin pensou, olhando-a. Sutilmente, assentiu.

De certa forma, estava calmo. Ainda havia uma febre no peito, uma pequena ansiedade devido à pressão, mas de verdade, não se sentia perturbado ou inseguro. Não esperava tanto assim desse "grande dia".

Quando a carruagem voltou a se mover, Park Jimin desviou o olhar da figura da mãe e arrumou a postura. Ouvindo ao longe o batuque das músicas tocadas pelo povo, o ômega fechou os olhos, lembrando dos dias de folia, das noites em meio a poeira e vinho, das risadas e adrenalina. Inevitavelmente, sorriu, e quando sorriu, sua mãe o chamou. - Nossa vez.

E quando a porta da carruagem foi aberta, Jimin viu pela abertura a quantidade ridícula de nobres que os esperavam. Sua mãe desceu primeiro, lhe dando apoio para que saísse também, apreensiva, mas Jimin não fez feio. Ele elegantemente desceu da carruagem, e assim que o sol fez seu longo cabelo preto refletir, nem mesmo as jóias conseguiram brilhar mais. Jimin era mais belo que a maioria, e os rostos surpresos dos espectadores diziam tudo. Era de fato um ômega, sua beleza delicada, traços graciosos, cabelo sedoso e cheiro floral não deixavam dúvidas.

Um servo anunciou: - Park Jimin, família Park, filho mais novo do ministro Park. Vinte e dois anos, ômega. Indicado pelo rei.

Se curvando, ele fez reverência primeiramente ao rei, respectivamente à rainha, e então ao príncipe. Os três estavam sentados em tronos no ponto mais alto do pátio, rodeados por servos, e separados de todos por um lago repleto de carpas. O rei tinha uma barba que chegava ao peito, a rainha estava tão perfeitamente arrumada que sequer parecia humana, enquanto o príncipe, um rapaz que era claramente forte, tinha o rosto coberto por um véu, que impedia que qualquer um visse seu rosto.

Jimin avistou o pai em meio aos ministros, vestindo seu hanbok vermelho, assim como todos os senhores daquela ala. Educadamente se despediu da mãe e se juntou aos outros candidatos que já haviam se apresentado, se mantendo em pé, parou ao lado de outro homem ômega. Esse rapaz também era muito belo, e para sua sorte, tinha cheiro de mel, quase tão bom quando cheirar a morangos maduros. Jimin tinha cheiro de flor, nada bom.

Toca Do Coelho {jikook}Where stories live. Discover now