🌙 16: o que o vento traz

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#coisachata

Rodeado por dezenas de pares de olhos, e semblantes assustados, Jimin sentiu que ia verdadeiramente ser consumido pela vergonha, e engolido por um incômodo incomum, sentindo toda a pressão da terra em seus ombros.

Ele venceu?

Sentindo o coração bater com força e as pernas tremerem, em algum momento ele viu HeiYang se levantar com a ajuda de alguns servos, e em outro momento, viu o cerimonialista caminhar em sua direção, enquanto a mãe surgia na multidão, e ele também viu a família real toda alinhada, em sua direção.

Foram as últimas coisas que ele viu, desmaiando em seguida.

Jimin decidiu, ainda bem novo, que daria um jeitinho em tudo de sua vida, que de alguma forma, conseguiria tudo que quisesse. Casar não estava no topo de sua lista, mas estava sim listado. Ele achava que, da maneira certa, conseguiria convencer os pais a deixá-lo casar com a pessoa que ele amasse de verdade. Mesmo que fosse uma tarefa difícil, ele pensou que iria conseguir. Era bem confiante.

Mas abrindo os olhos, e encontrando sobre si, um teto todo pintado de um padrão de não conhecia, e sentindo o cheiro de incenso de cravo, ele soube que havia cedido. Se levantando, e se encontrando em um quarto que devia ter o dobro do tamanho do seu, ele empurrou o manto que o cobria, encolhendo os joelhos sobre a cama. Pela escuridão do quarto, que era pouco iluminado pelas lanternas, ele soube que era noite, mas não que horas.

Se levantando, notando que estava de roupa trocada, usando agora um hanbok rosa, simples e elegante, ele andou até a porta, só de meias, e quando saiu, encontrou dois guardas, que o cumprimentaram. E um deles disse: - O senhor não deve sair até o amanhecer. As damas virão lhe acordar.

Assentindo, Jimin voltou para trás, entrando no quarto, ele parou com as mãos na cintura, olhando em volta. Então, andou até a janela e a abriu forçosamente, encontrando a noite do lado de fora, analisou a situação, e então pulou, deixando o quarto.

Haviam guardas do lado de fora, mas nenhum deles patrulhava aquele lado da casa, estavam nos caminhos entre uma ala e outra. Jimin invadiu um jardim e andou pelas bordas de um lago, até que estivesse na parte de trás de uma das casas que ficavam em torno do grande palácio, cercados pelos imensos muros. Ele andou pelas sombras para que não fosse visto pelos guardas que rondavam o topo da muralha.

Enfim, o ômega se sentou sobre uma pedra, escondido pela sombra que a casa fazia em si. Suspirando, observou o jardim em sua frente, mal iluminado pela meia lua.

Tudo aquilo havia mesmo acontecido? Não era um sonho que beirava um pesadelo? Como era possível que estivesse ali agora?

De cabelos soltos, ele sentiu uma brisa passar por seu corpo, e abraçou a si próprio, abaixando a cabeça, encarou os detalhes do tecido da roupa que usava. Então, ouvindo o barulho de portas se abrindo, se levantou em um pulo, e se virou na direção do som.

Descalçado, sem vestimentas cobrindo a parte de cima do corpo, cabelo mal amarrado, e o rosto coberto pelo véu, o príncipe saiu na varanda do quarto, cruzando os braços, se encostou em um pilar. Jimin não conseguiu fazer nada, nem se curvar em respeito. Nada.

No silêncio daquela noite, os únicos que falavam eram os grilos, além do vento que às vezes assobiava, como suspiros cansados. Conforme a brisa ficou mais forte, eles puderam sentir o cheiro um do outro.

Acordando do transe em que se encontrava, Jimin ouviu o burburinho dos guardas, e antes que pudesse pensar no que fazer, sentiu a mão ser agarrada e dessa forma, foi puxado para a escuridão da varanda, nos braços do alfa.

Toca Do Coelho {jikook}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora